quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Europa Oriental : Muito a ver


Na Guerra Fria, que separou países do bloco dito comunista dos demais do mundo capitalista, havia uma barreira invisível, ideológica, e mesmo física, que impedia conhecer a região liderada pela União Soviética, o Leste Europeu. Terminado o conflito, com o colapso das burocracias estalinistas, essas áreas da Europa Oriental tornaram-se acessíveis, mas as barreiras continuam: burocráticas, linguísticas,culturais, etc.

O mapa da região mudou muito. As duas Alemanhas viraram uma só. A Tchecoslováquia se dividiu em República Tcheca e República Eslovaca. A Iugoslávia implodiu, aparecendo países como a Eslovênia, Croácia, Bósnia e Hezergovina, Macedônia, Montenegro e Sérvia.

Ainda há conflito separatista no Kosovo. Estônia, Letônia, Lituânia, Moldávia, Ucrânia e Bielorrússia saíram do domínio da URSS e hoje lutam por um lugar ao sol no mundo ocidental.

E Kaliningrado, um território russo que fica entre a Polônia e a Lituânia, e poucos sabem que existe? A Rússia recupera-se do baque do fim da União Soviética, e hoje quer ser uma potência com ares ocidentais, abrindo-se ao turismo.

Cada um desses países agora tenta atrair turistas, mas a oferta não tem a contrapartida adequada nos roteiros oferecidos pelas principais operadoras de viagens brasileiras. Como o nosso turista não é muito chegado a aventuras, preferindo a comodidade, a virtual segurança e o parcelamento de pagamentos dos pacotes de viagens, temos brasileiros restritos às opções de Praga, Budapeste, Viena, Moscou e São Petersburgo, naquele esquema de city-tour, tira uma foto aqui, vai a um museu ali, tarde livre para compras, uma ópera para ninguém entender mas tirar onda de culto porque foi por lá, etc.

Nada contra esse esquema. Pensando friamente, quem se aventura a ir a esses países que chegaram à festa do capitalismo justo quando ela está acabando, sem a cobertura de uma operadora de turismo e dos seus contatos, é guerreiro. Poucos são os que praticam, por exemplo, seus conhecimentos de alguma língua estrangeira, preferindo encontrar brasileiros que passem as dicas.

No sufoco, usa-se o "the book is on the table" com mímicas, desenhos e outros recursos comunicativos para superar a barreira linguística. E quando o alfabeto não é o latino, mas o cirílico, ou contém um "c" com acento circunflexo de cabeça prá baixo em cima, e a língua é o búlgaro, o romeno, o eslovaco, o esloveno, o húngaro, o croata, o polonês, o russo, entre outros, tudo na mesma viagem?

Tudo é difícil, mas o retorno pode ser excepcional. É Europa, teve guerras, impérios, reis, castelos, idade média, intrigas religiosas, muitos traçados de fronteiras, histórias e estórias que beiram o fantástico, culturas milenares, mas é tudo muito diferente, instigante. Império Bizantino. Império Austro-Húngaro. Bálcans. Muito a pesquisar, muito a ver, a ouvir, a comer e beber, muita análise sociológica e antropológica e até diversão, numa jornada de quase 50 dias, com narrativas no Blog do Branquinho sempre que as condições de internet e o tempo de parada permitirem. Acompanhe essa jornada aqui.




Um comentário:

  1. Não sei se o Google Tradutor tem estas línguas, búlgaro, o romeno, o eslovaco, o esloveno, o húngaro, o croata, o polonês, o russo.....não importa.....se tiver internet, escreva o que quiser em português e clique em Taduzir....rs...
    Boma viajem...vamos acompanhar.

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