A gente pode falar muita coisa dos argentinos, naquela rixa futebolística que descambou para o resto dos aspectos da nossa relação com eles, mas uma coisa temos que reconhecer de muito positivo: eles são muito corajosos. Para quem teve uma ditadura sangrenta, que matou muito mais gente que no Brasil, o fato de não se intimidarem para punir os responsáveis pelos crimes desse período é digno de aplausos. Para isso revogaram uma lei que anistiava os criminosos, a exemplo da que temos por aqui e ninguém quer mexer. Por aqui, uma Comissão da Verdade, só para tocar no assunto, tem que negociar com melindres de militares aposentados, etc.
Na semana passada a justiça argentina mandou para a cadeia mais um ex-presidente ditador, Reynaldo Bignone, por crimes contra a humanidade cometidos numa prisão no seu governo. Já são quase 500 condenados pelos seus atos de barbárie. Enquanto isso, em terras brasileiras, o simples anúncio de que a Revista de História da Biblioteca Nacional publicará uma lista que faz parte do acervo do ex-líder comunista Luis Carlos Prestes, com 233 policiais e militares que mataram e torturaram no governo de Ernesto Geisel, já recebeu, antes de sair, o contraponto da Folha de São Paulo, colaboradora do regime junto com outros meios de comunicação. Deram destaque a declarações de pessoas ligadas a entidades de militares, acenando para o "revanchismo" e "perseguição" pelos que estão "do outro lado". Em vez de ficarem caladinhos, para ver se a Comissão da Verdade acaba numa grande pizza, ainda têm a desfaçatez de vir a público criticar. Com o apoio da mídia cúmplice, claro.
Na Argentina também encararam a mídia golpista, fazendo passar a Lei de Meios, que desmantela impérios de comunicação, permitindo a democratização da informação com a criação de outras empresas, além de acabar com o cartel do papel-jornal que era comandado pelos dois principais jornais.
Aqui, uma revista editada pela Sociedade de Amigos da Biblioteca Nacional, contendo um documento histórico, merece o repúdio e censura tanto de mídia como de seus parceiros da ditadura. E o debate sobre a democratização da mídia se arrasta no congresso.
Na Argentina também encararam os banqueiros. Nestor Kirchner, no primeiro mandato, deu um sacolejo nos bancos, negando-se a pagar a dívida eterna que levava o país ao fundo do poço. Peitou o FMI. Foi o bastante para haver redução de saldos, de juros, alongamento, etc. O governo argentino passou a pagar na base de US$ 0,30 para cada dólar de dívida. Encarou os mercados e sua mídia, que diziam que aquilo seria um desastre. Graças a essa atitude corajosa e soberana, a Argentina, que mergulhou na pobreza em governos corruptos neoliberais, agora se recupera com vigor graças a essa atitude corajosa. Enquanto isso, por aqui, vamos pagando sem chiar e vendo o saldo devedor crescer, comprometendo presente e futuro. Pelé pode ser melhor que Maradona, temos mais campeonatos mundiais que eles, mas em coragem eles nos dão de goleada.
Na semana passada a justiça argentina mandou para a cadeia mais um ex-presidente ditador, Reynaldo Bignone, por crimes contra a humanidade cometidos numa prisão no seu governo. Já são quase 500 condenados pelos seus atos de barbárie. Enquanto isso, em terras brasileiras, o simples anúncio de que a Revista de História da Biblioteca Nacional publicará uma lista que faz parte do acervo do ex-líder comunista Luis Carlos Prestes, com 233 policiais e militares que mataram e torturaram no governo de Ernesto Geisel, já recebeu, antes de sair, o contraponto da Folha de São Paulo, colaboradora do regime junto com outros meios de comunicação. Deram destaque a declarações de pessoas ligadas a entidades de militares, acenando para o "revanchismo" e "perseguição" pelos que estão "do outro lado". Em vez de ficarem caladinhos, para ver se a Comissão da Verdade acaba numa grande pizza, ainda têm a desfaçatez de vir a público criticar. Com o apoio da mídia cúmplice, claro.
Na Argentina também encararam a mídia golpista, fazendo passar a Lei de Meios, que desmantela impérios de comunicação, permitindo a democratização da informação com a criação de outras empresas, além de acabar com o cartel do papel-jornal que era comandado pelos dois principais jornais.
Aqui, uma revista editada pela Sociedade de Amigos da Biblioteca Nacional, contendo um documento histórico, merece o repúdio e censura tanto de mídia como de seus parceiros da ditadura. E o debate sobre a democratização da mídia se arrasta no congresso.
Na Argentina também encararam os banqueiros. Nestor Kirchner, no primeiro mandato, deu um sacolejo nos bancos, negando-se a pagar a dívida eterna que levava o país ao fundo do poço. Peitou o FMI. Foi o bastante para haver redução de saldos, de juros, alongamento, etc. O governo argentino passou a pagar na base de US$ 0,30 para cada dólar de dívida. Encarou os mercados e sua mídia, que diziam que aquilo seria um desastre. Graças a essa atitude corajosa e soberana, a Argentina, que mergulhou na pobreza em governos corruptos neoliberais, agora se recupera com vigor graças a essa atitude corajosa. Enquanto isso, por aqui, vamos pagando sem chiar e vendo o saldo devedor crescer, comprometendo presente e futuro. Pelé pode ser melhor que Maradona, temos mais campeonatos mundiais que eles, mas em coragem eles nos dão de goleada.
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