Prédio da sede da FAO em Roma, Itália |
Terá um enorme desafio, a partir da origem da fome e da miséria no mundo: a desigualdade, impulsionada pelo sistema capitalista, por natureza concentrador de riquezas. Os recursos da FAO vêm de contribuições dos países mais ricos, que murcharão durante a profunda crise econômica, e são destinados à assistência a povos que vivem em risco alimentar nos países mais pobres. Muitas dessas pessoas estão em áreas em guerra, dificultando o acesso dos recursos a quem necessita. Para piorar o cenário, o preço dos alimentos está em alta nos mercados pela especulação, pela insustentabilidade ambiental, por falta de incentivos dos governos à agricultura e pela destinação de áreas de plantio a culturas de maior valor agregado, deixando de produzir comida.
A ONU já admite que a Meta do Milênio referente à eliminação da fome pela metade até 2015 dificilmente será cumprida em muitos países. O relatório da FAO "Estado da Insegurança Alimentar no Mundo - 2011" destaca o risco da volatilidade dos preços dos alimentos em meio à crise à degradação das condições de vida de algumas populações já ameaçadas pela fome. Critica a produção de biocombustíveis em áreas tradicionalmente dedicadas à produção de alimento, e aponta para soluções de mercado para amenizar a crise alimentar, tratando a alimentação como mercadoria e não como bem essencial à humanidade. O desafio de Graziano, pelo visto, vai passar pela mudança dessa idéia de buscar no capitalismo a solução para os problemas que cria.
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