Como é que uma obra orçada em R$ 80 milhões chega a mais de R$ 600 milhões em 10 anos (valores históricos, sem reajustes)? Esse "milagre da multiplicação orçamentária" foi feito pelo ex-prefeito César Maia na cidade do Rio de Janeiro. Houve CPI, Maia foi indiciado por improbidade administrativa pelo Ministério Público, mas nem a obra está pronta, nem os responsáveis por esse flagrante superfaturamento com dinheiro público estão na cadeia. Se houvesse alguma punição, possivelmente o filho de César, Rodrigo, não teria condições de se candidatar a prefeito em 2012.
Uma conta básica: os valores apresentados pela imprensa não são atualizados monetariamente para a data presente. Se considerarmos o fluxo de caixa desses mais de R$ 600 milhões atualizado para valor presente, considerando-se que mais de R$ 500 milhões foram pagos antes de 2008, quando César Maia "inaugurou" a obra com um concerto no apagar das luzes do seu mandato, teremos tranquilamente bem mais de R$ 700 milhões que o povo do Rio pagou até aqui por um equipamento inútil à cidade. Pior, deverá ter sua gestão privatizada logo que fique pronto. O povo gasta dinheiro para depois um empresário lucrar.
O orçamento original da obra de reforma do Maracanã foi de R$ 705 milhões. As dimensões do estádio são visivelmente superiores às da Cidade da Música. Como o prédio tem sua fachada tombada pelo Patrimônio Histórico, não pôde ser implodido para começar do zero, como em Brasília o Mané Garrincha, o que leva a uma obra lenta e cara, de demolição e refazimento para atender aos novos padrôes. Essa obra começou no início de 2011, e não tinha o serviço extra da coberta, que deverá elevar seu valor para R$ 931 milhões.
Em Brasília, o novo estádio Nacional teve seu orçamento em 2011 estimado em R$ 696 milhões. O Itaquerão, estádio do Corinthians que começou do zero, teve seu orçamento em 2011 estimado em R$ 820 milhões. E sobre todas as obras da Copa pairam dúvidas, com o Tribunal de Contas da União exigindo projetos mais detalhados e impondo reduções.
Como é que um centro cultural como a Cidade da Música, de volume de obras e complexidades inferiores às dos estádios, custa o mesmo ou mais que estádios da Copa? Onde foi parar essa grana toda? O melhor que se faz no momento é, pelo menos, inaugurar para que não fique ali apenas empatando o principal cruzamento da Barra da Tijuca e servindo de foco para dengue.
Uma conta básica: os valores apresentados pela imprensa não são atualizados monetariamente para a data presente. Se considerarmos o fluxo de caixa desses mais de R$ 600 milhões atualizado para valor presente, considerando-se que mais de R$ 500 milhões foram pagos antes de 2008, quando César Maia "inaugurou" a obra com um concerto no apagar das luzes do seu mandato, teremos tranquilamente bem mais de R$ 700 milhões que o povo do Rio pagou até aqui por um equipamento inútil à cidade. Pior, deverá ter sua gestão privatizada logo que fique pronto. O povo gasta dinheiro para depois um empresário lucrar.
O orçamento original da obra de reforma do Maracanã foi de R$ 705 milhões. As dimensões do estádio são visivelmente superiores às da Cidade da Música. Como o prédio tem sua fachada tombada pelo Patrimônio Histórico, não pôde ser implodido para começar do zero, como em Brasília o Mané Garrincha, o que leva a uma obra lenta e cara, de demolição e refazimento para atender aos novos padrôes. Essa obra começou no início de 2011, e não tinha o serviço extra da coberta, que deverá elevar seu valor para R$ 931 milhões.
Em Brasília, o novo estádio Nacional teve seu orçamento em 2011 estimado em R$ 696 milhões. O Itaquerão, estádio do Corinthians que começou do zero, teve seu orçamento em 2011 estimado em R$ 820 milhões. E sobre todas as obras da Copa pairam dúvidas, com o Tribunal de Contas da União exigindo projetos mais detalhados e impondo reduções.
Como é que um centro cultural como a Cidade da Música, de volume de obras e complexidades inferiores às dos estádios, custa o mesmo ou mais que estádios da Copa? Onde foi parar essa grana toda? O melhor que se faz no momento é, pelo menos, inaugurar para que não fique ali apenas empatando o principal cruzamento da Barra da Tijuca e servindo de foco para dengue.
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