Rússia : Contra Putin vale até Pussy Riots

Hoje as manchetes focam a condenação de três componentes da banda punk russa "Pussy Riots". As garotas gravaram um clipe improvisado na principal igreja ortodoxa de Moscou na marra, cantando uma música de protesto contra o atual presidente Vladimir Putin. A banda não é lá essas coisas de popularidade, punk não é exatamente o que a maioria das pessoas gosta, mas o caso virou assunto para protesto das oposições, na Rússia e em outros lugares do mundo.

Até o enxadrista campeão mundial Kasparov foi em cana pedindo a libertação das cantoras. Estas, por sua vez, debocharam da corte que as condenou a 2 anos de detenção por desrespeito à liberdade de religião, maneira sutil de retirar do ato a componente de protesto contra Putin.

A Rússia passa por uma onda conservadora. Recentemente a justiça de Moscou proibiu a parada gay até 2112, por pressão da Igreja Ortodoxa, aliada de Putin cada vez mais poderosa. O ato da banda, usando como cenário um altar da Igreja Ortodoxa, atingiu de uma vez todo o esquema que parece o retorno do czarismo, com Putin cada vez mais comprometido com a corte de bilionários, amparado pela Igreja, responsável por uma série de governos que concentra renda e leva à miséria grande parte das pessoas, em especial no interior.