terça-feira, 25 de setembro de 2012

Nagóia : Laboratório de viagem

Por que Nagóia para começar a viagem? Viemos porque uma das pessoas do grupo está a trabalho, o que garante contatos com brasileiros residentes aqui para obter informações essenciais ao nosso convívio numa cultura tão diferente. Nagóia tem muitos brasileiros, talvez uma das maiores comunidades no Japão.

No pouco que andamos ontem à noite nas vizinhanças vimos algumas mensagens em português, o que ajuda a compreensão sobre coisas mais simples. Tem agência do Banco do Brasil, consulado brasileiro e lojas e restaurantes de brasileiros. Acreditamos que a chegada por aqui, além de ter sido por um dos vôos mais rápidos para cá e mais baratos a partir de Brasília, pode nos dar a dimensão do desafio de passar 45 dias aprendendo rápido a sobreviver.

Já no flat passamos  uma parte da noite e da manhã tentando entender como funcionam as coisas, que vão merecer posts especiais. Coisas básicas como vaso sanitário, chuveiro, eletrodomésticos, aqui ganham a dimensão de objetos de estudo. Não apenas porque tudo está em japonês, mas porque têm tecnologias e funções que não vemos no Brasil.

Apesar de ser uma cidade marítima, o ar de Nagóia está nos causando uma sensação de secura pior que a que recentemente encaramos em Brasília. A primeira noite pós-viagem foi de sono de pedra, literalmente, a começar pelos travesseiros, que têm como enchimento um material granular mais denso que o isopor, consistência de areia grossa e deformável quando espremido. Não saímos abrindo os travesseiros para ver o que é, mas chutaria vermiculita ou algum sintético que nunca vi. Apesar do impacto inicial, o ajuste é bom, você vai deformando o travesseiro até chegar ao ponto que quer. No apartamento também conhecemos o "futon", uma espécie de intermediário entre o edredon e o colchão, que se usa sobre o piso para dormir.

Falando em piso, não se usa sapato dentro de casa de jeito nenhum. Logo na entrada do apartamento há um armário onde devem caber todos os sapatos da casa, num hall de piso diferenciado impermeável, onde certamente se pode chegar molhado e deixar guarda-chuvas, capas, casacos, etc. O conceito é interessante, de não levar para dentro de casa a sujeira das ruas. Já tinha visto isso em casas de amigos no Rio, mas para os de fora sempre era motivo de comentários e piadas.

Vamos passar três noites aqui fazendo a ambientação, curando o jet-lag e tirando dúvidas com brasileiros, apreendendo em tempo recorde o necessário à sobrevivência. Depois vamos ficar por Osaca por três noites, percorrendo a cidade, que é muito grande, com ida-e-volta a Hiroshima e outras cidades próximas, já que o trem por sete dias já está pago para usar quanto quisermos (depois escrevo especificamente sobre isso). 

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