segunda-feira, 17 de setembro de 2012

São Paulo : Nero para prefeito?

Agora foi a vez da Favela do Moinho pegar fogo, no centro de São Paulo. Já são quase 70 neste ano. Todas atingindo gente pobre, que não tem onde morar, que ocupa áreas públicas ou privadas que têm bom valor de mercado. No final, a mesma situação: perde-se tudo, a prefeitura dá bolsa aluguel para tirar o povo dali, não se propõe nada definitivo para a habitação popular e fica essa incômoda suspeita de haver crime por trás do que se tenta entender como "acidente". O Rio tem mais favelas e é raro ter incêndio.

Com tantas "coincidências", a Câmara Municipal de São Paulo abriu uma CPI para investigar as suas causas, mas a base governista focou apenas nas práticas da Defesa Civil para a prevenção, sem tocar na possibilidade de haver um ou vários criminosos provocando os incêndios a serviço dos proprietários das terras ou de vizinhos que se incomodam com a pobreza circundante e querem a valorização dos seus imóveis.

O máximo que a imprensa blindada demo-tucana de São Paulo deixa passar é que o clima seco propicia os incêndios. Tá bom... No Rio boa parte das favelas está em morros, e neles, um tipo de capim que na secura entra em auto-combustão, provocando incêndios espontâneos a toda hora, que não provocam essa quantidade de "acidentes" de São Paulo. Nem assim assumem as proporções do que se vê em São Paulo. Nero, em Roma, foi mais "eficiente": fez sua reforma urbana, dizem, mandando tocar fogo na cidade para "limpar o terreno".


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