A mãe de todas as batalhas econômicas dos 10 anos de Lula/Dilma está prestes a acontecer na reunião do Conselho de Política Monetária - COPOM, na próxima quarta-feira. Se os juros sobem, o discurso dos especuladores, banqueiros e outros parasitas será de vitória, e a mídia deles dirá que a inflação está descontrolada e que tudo será reindexado, o início do fim do "milagre econômico" do "decênio virtuoso". O governo sabe disso, e pressiona o Banco Central para segurar os juros porque acredita que na próxima reunião do COPOM o cenário será mais favorável.
A inflação passou da meta de 6,5% nos últimos doze meses. Ainda não chegou aos 7,25% da SELIC, ou seja, ainda há ganhos reais para credores do governo, que pode conseguir rolar suas dívidas sem maiores dificuldades. Na ponta do consumo houve uma puxada generalizada de preços por conta, creio, de uma ação articulada de oligopólios com todos os setores interessados no aumento dos juros como forma de ganhar sem precisar correr riscos.
Essa inflação, que ao meu ver tem componentes artificiais, atingiu produtos não afetados por sazonalidade. Como se nos supermercados alguém pegasse a planilha de todos os preços e multiplicasse por algo em torno de 20 a 30% indiscriminadamente. O resultado é que as vendas caíram em março, ou seja, a população começou a ser mais seletiva no consumo, e não está aceitando a carestia. Nem as medidas de barateamento da cesta básica chegaram ao consumidor, com a apropriação da renúncia fiscal ficando para os tubarões do oligopólio de supermercados.
O governo aposta numa derradeira cartada: segurar os juros, talvez com uma ata do COPOM falando em viés de alta para a próxima reunião, e ganhar 40 dias para que a nova safra de alimentos entre no mercado e haja quedas razoáveis nos preços que impactam os índices de inflação. Caindo a inflação nesse período o risco de elevar os juros será menor, e politicamente o governo não cederá aos inimigos do modelo desenvolvimentista.
Do lado dos parasitas também há urgência, pois se os juros não subirem precisarão rever suas estratégias para ... se tornarem capitalistas realmente de mercado, com concorrência, juros baixos, risco... um horror para eles. Vão precisar fazer o dinheiro parado girar em empreendimentos da economia real para manter os ganhos. Ou não. Os supermercados não vão aguentar segurar os preços nos níveis atuais por muito tempo, corroendo o poder de compra da população e esfriando o consumo em outras áreas não essenciais, tática para reduzir o ritmo da indústria também e forçar a recessão.
A derrota de Dilma será uma vitória apenas para a oposição de direita, que quer um cenário de corrosão salarial, desemprego e a volta dos juros altos para depois venderem eleitoralmente a solução neoliberal. Essa é uma batalha que transcende as fronteiras, pois no mundo todo o fracasso das políticas de recuperação das economias pelo liberalismo confronta com o intervencionismo governamental do Brasil. Para a população, o fim dessa política será um desastre, que alguns acreditam poder converter em votos por um projeto mais desastroso ainda.
A inflação passou da meta de 6,5% nos últimos doze meses. Ainda não chegou aos 7,25% da SELIC, ou seja, ainda há ganhos reais para credores do governo, que pode conseguir rolar suas dívidas sem maiores dificuldades. Na ponta do consumo houve uma puxada generalizada de preços por conta, creio, de uma ação articulada de oligopólios com todos os setores interessados no aumento dos juros como forma de ganhar sem precisar correr riscos.
Essa inflação, que ao meu ver tem componentes artificiais, atingiu produtos não afetados por sazonalidade. Como se nos supermercados alguém pegasse a planilha de todos os preços e multiplicasse por algo em torno de 20 a 30% indiscriminadamente. O resultado é que as vendas caíram em março, ou seja, a população começou a ser mais seletiva no consumo, e não está aceitando a carestia. Nem as medidas de barateamento da cesta básica chegaram ao consumidor, com a apropriação da renúncia fiscal ficando para os tubarões do oligopólio de supermercados.
O governo aposta numa derradeira cartada: segurar os juros, talvez com uma ata do COPOM falando em viés de alta para a próxima reunião, e ganhar 40 dias para que a nova safra de alimentos entre no mercado e haja quedas razoáveis nos preços que impactam os índices de inflação. Caindo a inflação nesse período o risco de elevar os juros será menor, e politicamente o governo não cederá aos inimigos do modelo desenvolvimentista.
Do lado dos parasitas também há urgência, pois se os juros não subirem precisarão rever suas estratégias para ... se tornarem capitalistas realmente de mercado, com concorrência, juros baixos, risco... um horror para eles. Vão precisar fazer o dinheiro parado girar em empreendimentos da economia real para manter os ganhos. Ou não. Os supermercados não vão aguentar segurar os preços nos níveis atuais por muito tempo, corroendo o poder de compra da população e esfriando o consumo em outras áreas não essenciais, tática para reduzir o ritmo da indústria também e forçar a recessão.
A derrota de Dilma será uma vitória apenas para a oposição de direita, que quer um cenário de corrosão salarial, desemprego e a volta dos juros altos para depois venderem eleitoralmente a solução neoliberal. Essa é uma batalha que transcende as fronteiras, pois no mundo todo o fracasso das políticas de recuperação das economias pelo liberalismo confronta com o intervencionismo governamental do Brasil. Para a população, o fim dessa política será um desastre, que alguns acreditam poder converter em votos por um projeto mais desastroso ainda.
Parabéns pela lucidez e clareza do artigo em relação a um assunto crucial que é distorcido/manipulado pelos grandes meios de comunicação provocando confusão e desinformação na sociedade.
ResponderExcluir