Marina Zatz de Camargo é o nome real de Luisa Mell |
O que é eticamente reprovável é que dias antes do ataque ao Instituto Royal tenha se filiado a um partido político a tempo de candidatar-se em 2014 e isso não tenha sido explicitado sequer aos seus seguidores. Isso não tira a legitimidade do ato de protesto, afinal, todos, candidatos ou não, podem se expressar, mas é importante que todos saibam dessa condição para que não pareça oportunismo eleitoreiro. E para que os parceiros do movimento, como ONGs, veterinários e outros simpatizantes das causas dos animais não colaborem passivamente para a sua promoção pessoal como porta-voz de um movimento e obtenha projeção na mídia, etc.
Será que o ataque ao Instituto Royal foi projetado para lançar sua candidatura? Será que os verdadeiros e sinceros lutadores contra os maus tratos aos animais foram inocentes úteis nisso, e tiveram suas bandeiras aparelhadas para fins político-partidários? E os mascarados, que não devem fazer parte do Black Bloc a não ser que tenham desistido de ser "apartidários", teriam sido usados sem saber do contexto?. Se não eram eles, o que eram então? Uma milícia privada? Teria sido tudo uma jogada de marketing, já que em todo o mundo candidatos identificados com a defesa de animais estão sendo bem votados?
Luisa Mell poderia até ser uma ferramenta importante da luta pela causa animal no Congresso Nacional, mas a forma como se deu o seu possível pré-lançamento deixa dúvidas éticas. As pessoas que se filiam a essas causas, muitas gostam mais de bichos que de gente porque estão desencantadas com as baixezas do ser humano, entre elas a de serem usados por outros humanos para servirem de escada aos seus objetivos. E uma expressiva votação entre os adoradores de animais pode levar de contrabando ao congresso velhas raposas do PMDB, através da legenda. E os que lutam por ética na política seriam feitos de trouxas passivamente.
Até que ponto o movimento pró-animais vai se deixar levar por isso? Pelo contrário, essa possível jogada da apresentadora pode ser um tiro no pé e dar argumentos à defesa do Instituto Royal no episódio como vítima. Acho que Luisa Mell deveria de imediato negar qualquer candidatura para que se desfaça a impressão de estar sendo oportunista e continuar lutando independentemente de política partidária.
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