segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

BRASIL VIRA-LATAS 0020 : "Meu imposto financiou porto em Cuba em vez de saúde, educação, etc. "

É difícil para quem viveu no capitalismo sempre do lado do colonizado entender que não existe cooperação grátis na relação entre países. Geralmente os países mais poderosos aparentam dar com uma mão algo que logo em seguida retiram com duas. Isso pode ser na forma de lucros capitalistas para empresas e governos ou geopolíticos para ampliar o poder de influência de uma nação sobre outras.

Fica difícil entender por que não invadimos a Bolívia quando estatizaram empresas brasileiras e aumentaram o preço do gás. E ganhamos com isso. Ou quando entramos em parceria com o Peru para fazer uma estrada que nos ligará aos portos no Pacífico. Ou em concessões comerciais à Argentina. E agora, o caso de Cuba, que confunde os menos esclarecidos idólatras do capital.

Quando uma loja quer vender uma mercadoria e concede financiamento ela garante um maior número de clientes. O que vale para eletrodoméstico e roupas serve para obras de engenharia e equipamentos manufaturados, que empregam mão-de-obra qualificada brasileira. 

O Brasil ganha na venda do serviço especializado, produto bem melhor que vender soja ou minério, e o BNDES ganha juros através da internacionalização das empresas brasileiras Difícil de entender mesmo é que empresas brasileiras vão se instalar na Zona de Processamento de Exportações de Mariel, uma plataforma que tem a menos de 200 km o mercado da América Central, Caribe e, quem sabe, norte-americano. A visão estreita, ideológica, retrógrada, não enxerga nem o benefício para o próprio capital nesse tipo de parceria.

Na África os interesses econômicos brasileiros batem de frente com a concorrência chinesa, que oferece vantagens de financiamentos para obter reciprocidades maiores ainda. Por que não ser fornecedor preferencial e ganhar vantagens competitivas? Essa é a lógica que impulsiona a diplomacia de Lula e Dilma. Nada mais capitalista. E tem gente vendo comunismo nisso. 

Avalio que o governo de Raúl Castro em Cuba esteja seguindo os passos econômicos da China, abrindo zona especial de exploração de mais-valia abundante em parcerias com amplos impostos para o estado, sob controle do PC Cubano. Se isso acontecer o embargo cairá por força de capitalistas americanos interessados em faturar muito pertinho de casa. E o Brasil chegou primeiro. Alô, coxinhas, comunismo só existe na cabeça de vocês. http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2014/01/140127_estrada_porto_mariel_kawaguti_rw.shtml

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