OXFAM: Concentração de renda é ameaça à democracia |
O relatório mostra que os riscos globais são não apenas interligados, mas também têm impactos sistêmicos, e precisam ser entendidos para que se dimensione suas medidas e se busque ferramentas de gestão que funcionem em meio a um ambiente de incertezas. Um exemplo da falta de tratamento eficaz de risco seria a crise financeira de 2007-2008. O relatório afirma que a natureza sistêmica dos riscos mais significativos exige procedimentos e instituições articuladas globalmente e flexíveis localmente.
Os 10 principais riscos apontados pelo relatório são:
1 - Crise fiscal em economias-chave;
2 - Alto desemprego/ subemprego estruturais; Estruturalmente alto desemprego / subemprego
3 - Crises na oferta de água;
4 - Grave disparidade de renda;
5 - Falha de mitigação e adaptação às alterações climáticas;
6 - Maior incidência de eventos climáticos extremos (por exemplo, inundações , tempestades, incêndios );
7 - Fracasso da governação global;
8 - As crises alimentares;
9 - Falha de um grande mecanismo financeiro / instituição
10- Instabilidade política e social profunda
Paralelamente a ONG OXFAM, que atua em 90 países em programas de combate à pobreza, apresentou ontem um relatório denunciando a desigualdade no mundo com dados estarrecedores. Apenas 85 pessoas acumulam tanta riqueza quanto metade de população mundial mais pobres (3,5 bilhões de pessoas). Os 1% mais ricos têm 65 vezes a riqueza dos 50% mais pobres. Esses dados, além da denúncia do aumento das desigualdades estão no relatório "Trabalhando para poucos".
Analisando as 10 principais preocupações da pesquisa vemos que as questões sociais e ambientais são a maioria e para elas o capitalismo não tem solução. Nos países em crise a recuperação econômica tem sido conseguida com aumento do desemprego, aumento da disparidade de renda acarretando em crises alimentares e instabilidades sociais em diversos países. Isso vem assustando os países ricos porque as ferramentas do capital não conseguem reverter os problemas, e os melhores resultados vêm sendo obtidos em países onde o governo adotou maior intervencionismo.
É o caso do Brasil, destacado no relatório do FEM como país que conseguiu melhorar o IDH em um ponto na última década, mesmo no cenário de crise, e reduzir o nível de desigualdade. Klaus Schwab, presidente e fundador do Fórum, em entrevista disse que o Brasil poderia colaborar com soluções para o problema. O documento fala explicitamente do sucesso brasileiro:
..."Intimamente associada em termos de risco social, a desigualdade de renda também é das mais preocupantes das questões. Ela levanta preocupações sobre a Grande Recessão e o efeito de compressão que tinha nas classes médias em economias desenvolvidas, enquanto a globalização trouxe uma polarização dos rendimentos em emergentes e em desenvolvimento. Isto é verdadeiro apesar o progresso evidente em países como o Brasil e menor níveis de pobreza em vários países em desenvolvimento da Ásia e África."...
Já a mídia bandida faz seu papel de estimular o pessimismo dizendo que a presidente Dilma vai a Davos para tentar arranjar investimentos para o Brasil "apesar dos fracos resultados da economia brasileira". Ou seja, de país interessante na busca de soluções sociais reduzem o Brasil a mero passador de pires entre os mais ricos.
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