Qualquer manifestação exige logística de alimentação, transporte e materiais. Numa greve, por exemplo, dependendo da categoria, o trabalhador deixa de se alimentar na cantina da empresa quando está parado do lado de fora. Não recebe o vale-refeição pelo dia em greve. Quando o movimento não é forte e há desconto dos dias parados a renda mensal diminiu, principalmente em greves prolongadas. Para atenuar esses efeitos e fazer valer o direito do trabalhador a lutar pelas suas reivindicações se estabelece uma rede de solidariedade coletando dinheiro e alimentos para serem distribuídos nos piquetes. Nas primeiras grandes greves no ABC paulista as igrejas, estudantes, parlamentares e trabalhadores de outras categorias fizeram essa rede de apoio para manter o movimento por mais de 30, 40 dias.
A solidariedade também se estende à realização de manifestações de rua. Como é que se vai dar ao jovem que tem o dinheiro contado para incluir despesas extras de locomoção e alimentação para chegar ao local e ficar horas por lá? A tal "lista da Sininho", que a Veja se apressou em publicar como "denúncia" de pagamento a militantes, mostra um total irrisório de uns R$ 1600, o que seria muito pouco para pagar lanches e passagens, quanto mais para pagar R$ 150 para "militantes profissionais". Há que se separar o que é a justa coleta de dinheiro para apoiar uma manifestação e o que é pagamento a mercenários, ou seja, pessoas sem nenhum apreço pela causa que só vão lá por dinheiro.
O que se vê após a morte do cinegrafista da Band é um festival de acusações partidas de pessoas que se incluem entre os que poderiam ter recebido tais quantias. A primeira suspeita é : quem recebe para praticar violência também pode receber para dar declarações orientadas por gente interessada em denegrir imagens para fins eleitorais. O alvo escolhido foi o deputado Marcelo Freixo, do PSOL, por coincidência uma referência na luta pelos direitos humanos e o responsável pela denúncia e CPI das Milícias, que botou na cadeia uma rede de mafiosos entranhada nas forças militares.
O fato mais relevante nesse sentido é o da "adoção" de Caio e Fábio, os envolvidos no episódio do rojão, pelo advogado que defendeu o miliciano Gerominho, gratuitamente. Pode-se estar colocando na boca desses jovens as palavras necessárias à destruição de biografias, com o apoio da mídia bandida. O caso mais recente é o do Coringa, outro personagem que aparece nas manifestações, acusando o PSOL e o PR de Anthony Garotinho de patrocínio de ações como o "Ocupa Cabral" até com policiais militares à paisana.
Na política existe de tudo. Em campanhas eleitorais ricas se banca ônibus que coletam pessoas nas comunidades pobres, em especial o lumpesinato, para levar a comícios, oferecendo sanduíches e diversão nos showmícios. As pessoas ficam o tempo todo porque os ônibus só retornam ao final. Para os da própria comunidade são dadas senhas para concorrer a rifas de bicicletas, geladeiras e fogõessorteadas em meio ao ato político. Isso á abuso de poder econômico passível de cassação de candidatura e mandato.
Nos atos violentos no Rio que vi pela TV parecia haver orquestração de natureza militar. O ataque a policiais na Assembléia Legislativa foi um exemplo. A partir de uma minoria potencialmente paga para promover a baderna se pretende criminalizar agora todas as manifestações, mesmo as legítimas, aquelas com pessoas lutando por seus ideais, arriscando empregos e gastando do próprio bolso para conquistar o que acha justo. Até essa manipulação a mídia está fazendo através da generalização do movimento como mercenário.
De tudo isso o fato é que há um morto que fazia o seu trabalho por um rojão que, se tivesse atingido seu alvo, poderia ter matado um policial, o que teria outro peso na mídia. O caso expõe a vulnerabilidade dos profissionais de imprensa instigados a concorrer com as mídias alternativas em meio hostil, sem nenhuma apoio de segurança. São verdadeiros correspondentes de guerra que sequer levam trajes adequados. O resto será um jogo de acusações ao sabor dos interesses políticos e eleitoreiros do momento. Depois isso passa, a família do morto leva para o resto da vida as consequências e alguns ganham com isso. Com ou sem patrocínio a mercenários.
A solidariedade também se estende à realização de manifestações de rua. Como é que se vai dar ao jovem que tem o dinheiro contado para incluir despesas extras de locomoção e alimentação para chegar ao local e ficar horas por lá? A tal "lista da Sininho", que a Veja se apressou em publicar como "denúncia" de pagamento a militantes, mostra um total irrisório de uns R$ 1600, o que seria muito pouco para pagar lanches e passagens, quanto mais para pagar R$ 150 para "militantes profissionais". Há que se separar o que é a justa coleta de dinheiro para apoiar uma manifestação e o que é pagamento a mercenários, ou seja, pessoas sem nenhum apreço pela causa que só vão lá por dinheiro.
O que se vê após a morte do cinegrafista da Band é um festival de acusações partidas de pessoas que se incluem entre os que poderiam ter recebido tais quantias. A primeira suspeita é : quem recebe para praticar violência também pode receber para dar declarações orientadas por gente interessada em denegrir imagens para fins eleitorais. O alvo escolhido foi o deputado Marcelo Freixo, do PSOL, por coincidência uma referência na luta pelos direitos humanos e o responsável pela denúncia e CPI das Milícias, que botou na cadeia uma rede de mafiosos entranhada nas forças militares.
O fato mais relevante nesse sentido é o da "adoção" de Caio e Fábio, os envolvidos no episódio do rojão, pelo advogado que defendeu o miliciano Gerominho, gratuitamente. Pode-se estar colocando na boca desses jovens as palavras necessárias à destruição de biografias, com o apoio da mídia bandida. O caso mais recente é o do Coringa, outro personagem que aparece nas manifestações, acusando o PSOL e o PR de Anthony Garotinho de patrocínio de ações como o "Ocupa Cabral" até com policiais militares à paisana.
Na política existe de tudo. Em campanhas eleitorais ricas se banca ônibus que coletam pessoas nas comunidades pobres, em especial o lumpesinato, para levar a comícios, oferecendo sanduíches e diversão nos showmícios. As pessoas ficam o tempo todo porque os ônibus só retornam ao final. Para os da própria comunidade são dadas senhas para concorrer a rifas de bicicletas, geladeiras e fogõessorteadas em meio ao ato político. Isso á abuso de poder econômico passível de cassação de candidatura e mandato.
Nos atos violentos no Rio que vi pela TV parecia haver orquestração de natureza militar. O ataque a policiais na Assembléia Legislativa foi um exemplo. A partir de uma minoria potencialmente paga para promover a baderna se pretende criminalizar agora todas as manifestações, mesmo as legítimas, aquelas com pessoas lutando por seus ideais, arriscando empregos e gastando do próprio bolso para conquistar o que acha justo. Até essa manipulação a mídia está fazendo através da generalização do movimento como mercenário.
De tudo isso o fato é que há um morto que fazia o seu trabalho por um rojão que, se tivesse atingido seu alvo, poderia ter matado um policial, o que teria outro peso na mídia. O caso expõe a vulnerabilidade dos profissionais de imprensa instigados a concorrer com as mídias alternativas em meio hostil, sem nenhuma apoio de segurança. São verdadeiros correspondentes de guerra que sequer levam trajes adequados. O resto será um jogo de acusações ao sabor dos interesses políticos e eleitoreiros do momento. Depois isso passa, a família do morto leva para o resto da vida as consequências e alguns ganham com isso. Com ou sem patrocínio a mercenários.
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