Fechado há poucos dias o estranho patrocínio de R$ 14 milhões anuais da Eletrobrás ao Vasco, time rebaixado no ano passado para a segunda divisão do campeonato brasileiro e que teve como intermediador o vascaíno governador do Estado do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral. O contrato terá a duração de 4 anos, ou seja, a Eletrobrás, empresa pública, repassará ao time do governador a bagatela de R$ 52 milhões de dinheiro público, queimando sua imagem na camisa do time da segundona. Não houve sequer critério técnico de marketing para a opção pelo Vasco, já que a estatal poderia patrocinar qualquer outro time. Pura politicagem com dinheiro dos outros.
O Flamengo tinha um contrato no mesmo patamar de valores com a Petrobrás, com a diferença de ter a maior torcida do mundo e nunca ter caído para divisões inferiores. Enquanto empresa de economia mista, a Petrobrás deve satisfações legais aos mecanismos de fiscalização pública, aos seus acionistas e ao mercado internacional, enquanto a Eletrobrás somente presta contas a entes governamentais. Os dirigentes vascaínos alegam ser a mesma coisa em ambos os casos, mas há uma flagrante diferença que coloca a Eletrobrás como patrocínio público politiqueiro, obtido pelo governador do PMDB junto ao Ministério das Minas e Energia, dirigido por Edson Lobão, do PMDB do Maranhão, e escudeiro fiel do presidente do senado, José Sarney.
Hoje os jornais estampam que uma auditoria do Ministério da Cultura no Instituto Mirante, de Fernando Sarney, apurou fraude em patrocínio da Eletrobrás para essa ONG. Além disso, pelo menos R$ 116 mil foram parar em contas de empresas ligadas à família Sarney. Fernando Sarney está sendo investigado pela Polícia Federal pelo envolvimento em tráfico de influência em contratos da Eletrobrás que, além de feudo do PMDB, parece não ter fiscalização pública dos seus cofres. O que será que o TCU, tão diligente em paralisar obras do PAC, teria a dizer desses casos suspeitos?
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