De repente, sem que o assunto estivesse em discussão no projeto de regulamentação do pré-sal, enfiaram a mão no bolso dos estados produtores de petróleo para confiscar os atuais recursos de royalties. Sim, o que se fez foi pulverizar o que hoje se arrecada, e não o que ainda está por ser explorado e produzido no fundo do oceano. Isso só vai dar dinheiro lá para 2020, até porque não há tecnologia barata para tirar de lá praticamente nada. E, o que é pior, quando esse recurso for partilhado entre 26 estados, um distrito federal e quase 6000 municípios, vai dar uma merreca para cada um. Esse dinheiro só vai ser grande no dia que o pré-sal der ao Brasil dimensões de produtor como a Arábia Saudita, num mercado com o barril pelo dobro do preço atual. Nem demagogia dá para fazer com essa partilha, porque é pouco dinheiro.
Ontem cem mil pessoas se manifestaram contra a covardia cometida contra o Rio. Na época da construção de Brasília, obra megalômana que enterrou o Brasil em dívida externa, inflação e depois em forte arrocho salarial, havia o interesse no esvaziamento do Rio como pólo difusor da política e como economia pujante. Hoje parece que os mesmos interesses voltaram.
Nenhum comentário:
Postar um comentário