Como era de se supor, hoje a imprensa de Brasília publica que o reajuste de 9% da categoria dos rodoviários, conquistado na greve que terminou ontem, representaria 4,5% na planilha de custos. Há dois dias, quando a categoria pedia 20%, os empresários diziam que para repor o reajuste precisariam de 28% de reajuste no valor das passagens, como se o impacto da folha fosse bem maior. Hoje o Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo do DF pede ao governo um reajuste de 42,5% nas tarifas, sendo 4,5% referentes ao reajuste, e 38% pelo "deficit" do sistema.
Segundo o Correio Braziliense, se o comitê gestor que analisa o pleito dos empresários para dar resposta em 30 dias acatar a reivindicação, passagens de microônibus passariam de R$ 1,50 para R$ 2,13; as de R$ 2,00 passariam a R$ 2,85; as de R$ 3,00 iriam a R$ 4,27. Isso para se ter ônibus imundos, com defeitos constantes, e da parte do governo distrital, sem terminais adequados para as linhas (vide outro post sobre os terminais toscos da Asa Norte, deste blog). No Rio de Janeiro, ônibus com ar condicionado, bem mais limpos, confiáveis, pontuais e em maior quantidade, têm as passagens mais baratas que o que se propõe para cá. E isso com riscos maiores de assaltos, asfalto ruim, etc.
Lembro que em Fortaleza, até a posse da prefeita Luizianne Lins, do PT, o sindicato das empresas mandava na Secretaria de Transportes do Município, e a cada greve de trabalhadores correspondia um gordo reajuste nas passagens. Na gestão dela, os reajustes passaram a ser absorvidos pela margem de lucro das empresas, que também passaram a ser mais fiscalizadas, exigindo-se mais eficiência, limpeza, pontualidade, manutenção, etc. Nem por isso as empresas quebraram. Como a prefeitura tem frota própria, conhece os custos de operação e não fica à mercê da choradeira de empresários e de suas planilhas infladas.
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