Que a ação partidária das empresas Globo combate as estatais não é novidade, nem que defendam uma visão colonizada de Brasil, publicando tudo que interessa aos grandes interesses do capital nacional e multinacional, combatendo ferozmente os governos que criam obstáculos aos seus negócios.
Hoje a capa do jornal O Globo traz a seguinte matéria: "O Brasil na contramão : produção no pré-sal começa enquanto EUA e Europa limitam projetos" . O texto diz que autoridades da comunidade européia propoem sustar novos projetos de exploração de petróleo no Mar do Norte, Mar Mediterrâneo e Mar Negro, seguindo os passos do governos dos EUA que proibiu novas explorações no Golfo do México por causa do vazamento de petróleo do poço da British Petroleum, que já se arrasta há 3 meses.
O vazamento americano já é o maior desastre ecológico da história da indústria do petróleo, e as autoridades dos EUA passivamente se limitam a multar a BP, sem intervir em nada. E a empresa vai deixando o vazamento correr, primeiro porque não tem tecnologia para fechá-lo, segundo porque não quer perder o poço a partir de uma solução radical, que seria detonar suas paredes e lacrá-lo. Na Europa há a justificada preocupação porque a BP tem muita coisa por lá, e erros do mesmo tipo podem acontecer.
E no Brasil, por que a Petrobrás, detentora da maior tecnologia de exploração em águas profundas do mundo, teria que parar seus trabalhos, se poderia oferecer até soluções para o problema americano? Aí entra o viés ideológico do O Globo : o primeiro mundo está certo, o Brasil está errado, afinal, a palavra "contramão" tem o significado de andar ilegalmente no sentido contrário. O Brasil, explorando o pré-sal enquanto as grandes economias capitalistas param de produzir, ganharia uma vantagem imensa no mercado de petróleo, cada vez mais escasso, e isso não interessa aos interesses coloniais externos nem a uma elite atrasada tupiniquim.
Falando em petróleo, o candidato da Globo anda fazendo dois discursos: no Espírito Santo, que pode perder royalties do petróleo se Lula não vetar a lei que os divide igualmente, Serra diz que é absurdo acabar com os royalties, e mente ao culpar o governo e a candidata Dilma pelo modelo aprovado no Congresso. No Ceará, que praticamente não será afetado pela perda de royalties, Serra defende a partilha igualitária e diz que Lula é contrário a isso. Oportunismo e demagogia, além de uma grande parcela de inveja, tomaramo o discurso do candidato da direita privatista.
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