Na quarta-feira estava à noite em casa com a TV desligada quando ouvi gritos de "gol" na vizinhança. Descobri um jogo Argentina x Brasil valendo uma dessas taças caça-níqueis inventadas pela cartolagem. Ao fim do jogo o Brasil perdeu em campo mas ganhou nos pênaltis e levou o troféu. Ouvi ao longe um disparo de fogos. Nada mais. Quem diria que chegaríamos ao ponto de um clássico desses ser visto com apatia pela torcida brasileira.
Ontem sai a notícia surpreendente da demissão do técnico da seleção brasileira, Mano Menezes. Em sua defesa a estatística aponta um nível de eficiência de 72%, e contra tem não ter ganho torneios de peso, e a queda no ranking da FIFA. Segundo a Folha, Mano teria sido considerado pela cartolagem atual da CBF (Marin & cia) como uma herança do ex-presidente Ricardo Teixeira, e sua demissão abre espaço para nomearem um nome de confiança da nova direção.
O estranho para muita gente nisso é a CBF ter dado as contas ao técnico justo quando ganhou uma disputa contra a Argentina. Mano sempre foi muito disciplinado, em termos de fazer o esquema dos cartolas: máxima exibição de jogadores na vitrine da Seleção, valorizando passes. Só que isso pode até fazer alguns donos de passes ganharem dinheiro, mas não se ganha uma Copa do Mundo assim.
Os estádios estão, bem ou mal, em fase final, ou seja, não vai ser por falta de estrutura que vamos fazer feio em 2014. Dinheiro para a seleção não falta. Virando o ano de 2013, todos os olhares serão agora para o time brasileiro, que terá seu primeiro teste em casa na Copa das Confederações.
Mano fez vários times e nenhuma seleção confiável, daquelas que a gente decora o nome dos jogadores e acredita que é uma equipe poderosa, capaz de mover corações e mentes acima das rivalidades interclubes. Perder esse torneio para a Argentina seria sair da seleção pela porta dos fundos, porque certamente seria demitido.
O que fez Mano para o jogo na Bombonera? O que qualquer técnico sensato fez ao longo da história das nossas seleções: pegou um time-base do Fluminense, que está bem articulado e ganhou o Brasileirão por isso mesmo, e colocou jogadores de expressão nas outras posições. O time perdeu o jogo por 2 x 1 mas aguentou o tranco. Levou a taça, que era a meta. Em um só ato, porém, Mano fez duas heresias: fugiu ao esquema de vitrine de jogadores e privilegiou o futebol carioca, desagradando duplamente a cartolagem paulistana da CBF.
Quem deve ser o novo técnico? Nomes não importam: tem que ser alguém com suficiente dignidade para rejeitar as "cotas dos dirigentes" nas escalações e montar o melhor time, sem politicagem ou interesses financeiros. Tite? Abel Silva? Guardiola?
Considerando que o esquema da CBF coloca qualquer profissional brasileiro na marca do pênalti, com poder de vida e morte sobre suas carreiras, acima das paixões nacionalistas, o nome seria o do espanhol Guardiola, responsável pela grande fase do futebol no seu país. Não deve ser ele porque vão alegar que afrouxaria numa final contra a Espanha, o que é possível, mas não chega à razão principal: acima dos interesses e paixões da nação está o mundinho dos investidores do mercado do futebol. Duvido que os brasileiros tenham peito para encarar os donos do futebol.
Ontem sai a notícia surpreendente da demissão do técnico da seleção brasileira, Mano Menezes. Em sua defesa a estatística aponta um nível de eficiência de 72%, e contra tem não ter ganho torneios de peso, e a queda no ranking da FIFA. Segundo a Folha, Mano teria sido considerado pela cartolagem atual da CBF (Marin & cia) como uma herança do ex-presidente Ricardo Teixeira, e sua demissão abre espaço para nomearem um nome de confiança da nova direção.
O estranho para muita gente nisso é a CBF ter dado as contas ao técnico justo quando ganhou uma disputa contra a Argentina. Mano sempre foi muito disciplinado, em termos de fazer o esquema dos cartolas: máxima exibição de jogadores na vitrine da Seleção, valorizando passes. Só que isso pode até fazer alguns donos de passes ganharem dinheiro, mas não se ganha uma Copa do Mundo assim.
Os estádios estão, bem ou mal, em fase final, ou seja, não vai ser por falta de estrutura que vamos fazer feio em 2014. Dinheiro para a seleção não falta. Virando o ano de 2013, todos os olhares serão agora para o time brasileiro, que terá seu primeiro teste em casa na Copa das Confederações.
Mano fez vários times e nenhuma seleção confiável, daquelas que a gente decora o nome dos jogadores e acredita que é uma equipe poderosa, capaz de mover corações e mentes acima das rivalidades interclubes. Perder esse torneio para a Argentina seria sair da seleção pela porta dos fundos, porque certamente seria demitido.
O que fez Mano para o jogo na Bombonera? O que qualquer técnico sensato fez ao longo da história das nossas seleções: pegou um time-base do Fluminense, que está bem articulado e ganhou o Brasileirão por isso mesmo, e colocou jogadores de expressão nas outras posições. O time perdeu o jogo por 2 x 1 mas aguentou o tranco. Levou a taça, que era a meta. Em um só ato, porém, Mano fez duas heresias: fugiu ao esquema de vitrine de jogadores e privilegiou o futebol carioca, desagradando duplamente a cartolagem paulistana da CBF.
Quem deve ser o novo técnico? Nomes não importam: tem que ser alguém com suficiente dignidade para rejeitar as "cotas dos dirigentes" nas escalações e montar o melhor time, sem politicagem ou interesses financeiros. Tite? Abel Silva? Guardiola?
Considerando que o esquema da CBF coloca qualquer profissional brasileiro na marca do pênalti, com poder de vida e morte sobre suas carreiras, acima das paixões nacionalistas, o nome seria o do espanhol Guardiola, responsável pela grande fase do futebol no seu país. Não deve ser ele porque vão alegar que afrouxaria numa final contra a Espanha, o que é possível, mas não chega à razão principal: acima dos interesses e paixões da nação está o mundinho dos investidores do mercado do futebol. Duvido que os brasileiros tenham peito para encarar os donos do futebol.
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