segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

Alckmin pilota Titanic paulista direto para o iceberg

Alckmin desprezou problema em busca de votos (G1)
Só uma estratégia de pressão máxima e foco exclusivo para levar o governo Dilma à paralisia e ao colapso pode explicar a continuada irresponsabilidade do governo paulista em relação à iminência da maior tragédia hídrica do Brasil em todos os tempos. Para destruir Dilma o noticiário de notícias ruins tem que ser concentrado na Petrobrás, nos ajustes econômicos, no terrorismo do colapso do Brasil, corrupção, etc. Não pode falar de problemas criados por governos tucanos, daí quando acontecer a tragédia sobrar pouca margem de manobra e tempo para buscar paliativos, já que as soluções perderam seu "timing" na política de dar mais lucros que armazenar água da SABESP.

Começamos o ano com manifestações em São Paulo contra tarifas de ônibus (municipal na Capital e estadual no metrô), que a mídia já joga na conta do prefeito petista Haddad e nas costas dos black blocs a violência da polícia de Alckmin. Enquanto se inocula o ódio anti-petista esconde-se o problema da seca na esperança cada vez menor de uma solução divina, que a cada momento exige mais uma conjuntura de Noé que de São Pedro. Só um dilúvio no Cantareira pode evitar que a maior cidade da América do Sul vire um deserto até o fim do ano.

Contra os paulistanos há cada vez mais remota chance de chuvas. Daqui do Rio de Janeiro, onde normalmente chove desde antes do Natal até a primeira quinzena de fevereiro, vamos chegando á metade do período praticamente sem chuvas, repetindo a seca do ano passado. São Paulo tem o paradoxo das chuvas que alagam a cidade e não contribuem para o abastecimento dos reservatórios, e isso deve continuar pelo verão. A partir da primavera será só esvaziamento de reservas, com piora da qualidade da água, implementação tardia de racionamento e uma problemática que, para sorte de Alckmin, não será divulgada pela mídia amiga.

Situação do sistema que abastece São Paulo se degrada (Climatempo)
Quanto o Brasil já perde com a irresponsabilidade de Alckmin? Empresas estrangeiras querem investir no principal mercado, que é o paulista, mas estão mudando de idéia pela iminente falta de água. Diversos setores da economia paulista já sofrem com aumentos de tarifas da SABESP e redução na disponibilidade de água. A população mais pobre, onde a água já é informalmente racionada para não faltar nas áreas ricas, paga um preço maior ainda.

E quando São Paulo parar? A culpa será do prefeito Haddad, que não tem nenhuma participação no sistema de abastecimento? Da presidente Dilma, porque nervosos coxinhas bradarão pela sua responsabilidade em não fazer chover?

Será pior. A precarização da atividade econômica em São Paulo levará à seca também no fornecimento de produtos e serviços. Com a oferta reduzida, haverá pressão inflacionária, justo quando o governo federal estará cortando cirurgicamente os gastos para não prejudicar os programas sociais, sem capacidade de atender a uma emergência do porte que São Paulo necessitará. E o desemprego, perda de poder aquisitivo com a elevação dos custos para pessoas e empresas em busca de soluções cada vez mais difíceis e caras?

Poderemos chegar ao fim do ano com filas de caminhões e navios-pipa levando água para São Paulo e obras de engenharia que deveriam ter sido feitas desde 2004 inacabadas, com todos rezando para chover em 2016. E Alckmin e o PSDB? Coitados, vítimas do acaso. O fato é que houve irresponsabilidade já que a situação é conhecida desde 2004. Uma tragédia anunciada. 

E assim vai São Paulo rumo ao iceberg como um festivo Titanic. Se a história for contada pela mídia bandida atual, não haverá culpa para o Comandante Alckmin nem para a tripulação do PSDB. O iceberg pagará o preço. Claro, mandado para a rota de colisão por Dilma.





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