Alckmin desprezou problema em busca de votos (G1) |
Começamos o ano com manifestações em São Paulo contra tarifas de ônibus (municipal na Capital e estadual no metrô), que a mídia já joga na conta do prefeito petista Haddad e nas costas dos black blocs a violência da polícia de Alckmin. Enquanto se inocula o ódio anti-petista esconde-se o problema da seca na esperança cada vez menor de uma solução divina, que a cada momento exige mais uma conjuntura de Noé que de São Pedro. Só um dilúvio no Cantareira pode evitar que a maior cidade da América do Sul vire um deserto até o fim do ano.
Contra os paulistanos há cada vez mais remota chance de chuvas. Daqui do Rio de Janeiro, onde normalmente chove desde antes do Natal até a primeira quinzena de fevereiro, vamos chegando á metade do período praticamente sem chuvas, repetindo a seca do ano passado. São Paulo tem o paradoxo das chuvas que alagam a cidade e não contribuem para o abastecimento dos reservatórios, e isso deve continuar pelo verão. A partir da primavera será só esvaziamento de reservas, com piora da qualidade da água, implementação tardia de racionamento e uma problemática que, para sorte de Alckmin, não será divulgada pela mídia amiga.
Situação do sistema que abastece São Paulo se degrada (Climatempo) |
E quando São Paulo parar? A culpa será do prefeito Haddad, que não tem nenhuma participação no sistema de abastecimento? Da presidente Dilma, porque nervosos coxinhas bradarão pela sua responsabilidade em não fazer chover?
Será pior. A precarização da atividade econômica em São Paulo levará à seca também no fornecimento de produtos e serviços. Com a oferta reduzida, haverá pressão inflacionária, justo quando o governo federal estará cortando cirurgicamente os gastos para não prejudicar os programas sociais, sem capacidade de atender a uma emergência do porte que São Paulo necessitará. E o desemprego, perda de poder aquisitivo com a elevação dos custos para pessoas e empresas em busca de soluções cada vez mais difíceis e caras?
Poderemos chegar ao fim do ano com filas de caminhões e navios-pipa levando água para São Paulo e obras de engenharia que deveriam ter sido feitas desde 2004 inacabadas, com todos rezando para chover em 2016. E Alckmin e o PSDB? Coitados, vítimas do acaso. O fato é que houve irresponsabilidade já que a situação é conhecida desde 2004. Uma tragédia anunciada.
E assim vai São Paulo rumo ao iceberg como um festivo Titanic. Se a história for contada pela mídia bandida atual, não haverá culpa para o Comandante Alckmin nem para a tripulação do PSDB. O iceberg pagará o preço. Claro, mandado para a rota de colisão por Dilma.
Nenhum comentário:
Postar um comentário