quarta-feira, 31 de agosto de 2011

COPOM baixa juros : Dilma manda!

Independência de Banco Central nos juros dos outros é refresco. A redução de 0,5% dos juros na reunião de hoje, diante de pressão do governo, é um bom início. Segundo Delfim Neto, não há razão para que o Brasil tenha juros reais acima de 2,5% anuais, e não essa mamata reduzida a 5% agora.

Amanhã ouviremos as lamúrias de Mirians e Mervais, tachando o governo de irresponsável diante da ameaça da inflação, e mais um monte de discursos preparados pelos banqueiros para continuar ganhando em cima da dívida pública sem correr riscos. Se Dilma conseguir acabar com essa boquinha, será canonizada ao final do mandato.

Minas : A greve de professores oculta pela mídia pró-tucana

Noutro dia apareceu uma associação de pais de alunos de uma escola pública de Minas Gerais dizendo que entraria na justiça para pedir o adiamento do ENEM porque a greve de professores mineiros prejudicaria o calendário. O mais absurdo não foi a tentativa de esculhambar o ENEM, por uma questão não resolvida entre trabalhadores e patrões, mas a descoberta de uma greve "silenciosa" há quase três meses num estado governado pelo PSDB. Era a pontinha do iceberg.

Agora com 84 dias de greve, continua o impasse. O governo de Anastasia, cria de Aécio Neves, não quer pagar o piso legal de R$ 1.187,97 para a jornada de 40 horas, mas como tem a imprensa ao seu lado, no nível local e nacional, é como a greve não acontecesse. E pelo visto, os alunos vão mesmo perder o ano, já que os tucanos não têm o menor interesse em educação pública, porque é gasto, não dá retorno aos amigos do poder, etc. Ontem em reunião no Ministério Público, não houve acordo, e a categoria decidiu manter a greve.

Câmara de Deputados lava ficha de Jaqueline Roriz

Eu sou você amanhã, é a regra que faz com que deputados federais, aproveitando-se do voto secreto, considerem uma deputada flagrada recebendo dinheiro ilegal eticamente habilitada a legislar no Congresso Nacional. Aceitaram a tese da não aplicação do Código de Ética do Parlamento a crimes anteriores à eleição.

Prevaleceu a cara-de-pau da filha do corrupto ex-governador de Brasília, Joaquim Roriz, que disse em defesa do seu mandato : "Em 2006 eu era uma cidadã comum, não era deputada, não era funcionária pública e nem tinha parentes no primeiro escalão do governo, portanto não estava submetida ao Código de Ética do Parlamento". Traduzindo: "quando eu cometi o crime que sujou a minha ficha e foi ocultado para que eu me elegesse, eu era apenas uma cidadã comum, e não estou sujeita às leis vigentes no país, que se fossem aplicadas impediriam o registro dessa candidatura. "

É isso mesmo? Basta a gente não entrar na vida pública que pode fazer qualquer falcatrua, e se conseguir esconder bem os crimes, pode ser qualquer coisa, porque tais crimes prescreveriam na hora que se alcançasse um cargo eletivo... Noutro dia um advogado disse que bandido tinha ética, e chocou meio mundo. Nessas horas a gente vê que, pelo menos na autodefesa da bandidagem congressual, isso é válido. Apenas 165 dos 513 deputados foram contra...

Saúde e juros : Globo baba contra Dilma

Depois de perder a parada na temporada de denúncias contra ministros, pois Dilma se colocou ao lado da faxina e deixou a oposição chupando dedo, agora vêm as batalhas da Emenda 29 da saúde e da queda sustentável de juros.

Mirian Leitão, a cara do editorial da Globo no telejornal matutino, hoje até se engasgava ao dizer que Dilma vai quebrar promessa de campanha porque condiciona a criação de novos recursos para fazer frente à vinculação de verbas orçamentárias no três níveis de governo para a saúde. Ela prometeu que não aumentaria impostos, e está aí, querendo mais impostos... Ou então quebrando outra promessa, que era de regulamentar a Emenda 29...

Mais adiante, a líder da oposição no Bom Dia Banqueiro disse que a reunião do COPOM que começa hoje seria muito tensa, porque Dilma prometeu que deixaria o Banco Central com autonomia, e está pressionando para a queda dos juros, e isso seria uma loucura, porque a inflação está na faixa de 7,5%, em serviços está em 10%, etc. Tudo contra o governo na hora de reduzir a mamata dos banqueiros.

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Cid Gomes : Professores devem trabalhar por amor...

Na aplicação do novo piso para professores a gente já viu de tudo, até prefeitura petista mandando a guarda municipal usar a força contra os profissionais, como em Fortaleza. Agora, no mesmo Ceará, o governador Cid Gomes diz que, acima dos salários, professor tem que amar a profissão, mais uma desculpa esfarrapada para não pagar o que se deve. A coisa deve ser de família: há alguns anos, Ciro Gomes, irmão do atual governador, para não reajustar salários de profissionais de saúde, disse que médico era que nem sal : branco , barato e tem em todo lugar...

Governo poupará para cortar juros

Ontem o ministro Guido Mantega anunciou que R$ 10 bi dos excessos de receitas que estão ocorrendo em 2011 serão poupados para tirar a pressão sobre os juros e sobre a inflação. Isso não significará reduções em programas sociais, nem nos investimentos do PAC. Também não será afetado o reajuste de salário mínimo em janeiro de 2012, que na proposta orçamentária a ser enviada para o Congresso será na base de 14%.

A mídia fica dividida entre aproveitar a retenção das novas receitas para dizer que além disso precisa cortar gastos (ou seja, parar de transferir renda para programas sociais, que é o objetivo da direita) e atender aos banqueiros que patrocinam seus meios, no lobby contra a redução das taxas de juros.

Apesar da ampliação do superávit primário não cortar nada, Dilma quer que o Congresso não aprove projetos de impactos orçamentários para 2012, como a PEC 300, de criação do piso mínimo para salários de policiais e bombeiros, e de ampliação de verbas para a saúde sem a criação de novos recursos, como a volta da CPMF.

Esse pequeno ajuste fiscal acontece às vésperas da reunião do COPOM como sinalizador para que os juros baixem logo. Hoje o Brasil tem a maior taxa de juros reais do mundo (12,5% menos a inflação), ou seja, algo em torno de 6% ao ano. Nos Estados Unidos não passa de 0,25%. Pelo mundo há taxas até negativas, ou seja, que perdem para a inflação.

Com essa porta escancarada para o ganho fácil, capitais especulativos chegam ao Brasil em grande quantidade, baixando a cotação do dólar, criando problemas para a exportação e destruindo a indústria nacional. Com a redução consistente da taxa de juros, o gasto com juros deverá cair, sobrando dinheiro para novos investimentos e programas sociais, é o discurso do governo. E faz sentido.

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

VEJA : Mais crimes em nome da intriga

No último final de semana, a revista Veja publicou mais uma das suas matérias de "denúncia", desta vez "informando" que o ex-ministro José Dirceu mantém um escritório no Hotel Nahoum, em Brasília, para receber altas autoridades da república e minar o governo Dilma. Mostra imagens de Dirceu com alguns ministros, e supõe todo o resto.

Tais imagens foram obtidas por câmera espiã colocada no corredor do hotel, ilegalmente, por um repórter da Veja que também tentou invadir o quarto, mas foi flagrado por uma camareira que denunciou à gerência, que acionou a polícia. Por menos que isso o jornaleco do milionário Murdoch, na Inglaterra, fechou as portas. Com a Veja, cada reincidência parece que realimenta a vontade de cometer crimes, porque não há uma dura condenação seja da justiça, seja dos leitores, que parecem gostar dessa baixaria. E os anunciantes patrocinam todo esse lixo. Há poucos dias foi condenada por mais uma matéria mentirosa contra o deputado Vicentinho, do PT.

Esculachar o Zé Dirceu é quase uma obrigação, senso comum, afinal, depois que destruiu o PT com o lamaçal do mensalão, passou a ser lobista poderoso e continua impune. Longe de mim defendê-lo. Mas não dá para aceitar esses métodos nem a criminosa manipulação da notícia. A VEJA aproveita esse sentimento de repulsa ao Dirceu para tentar, primeiro, vender revistas; depois, causar o maior estrago possível ao governo Dilma e ao PT. Pelos crimes de invasão de privacidade, falsidade ideológica e outros, a Polícia Federal já está no circuito.

Libia : A farsa humanitária da ONU e da OTAN

As forças apoiadas pelas potências ocidentais tomaram Trípoli e agora cercam Sirte, terra de Kadhafi, que já despachou a família para a Argélia e pode ser que já tenha se mandado também. Foi dado pelos rebeldes um prazo de 3 dias para rendição, senão haverá um banho de sangue na tomada da cidade.

Perguntar não ofende: a tal resolução da ONU, felizmente não referendada pelo governo brasileiro, que permitia atacar a Líbia para evitar uma catástrofe humanitária irá ser aplicada para evitar esse massacre, ou a aviação da OTAN vai bombardear a população, contribuindo com a carnificina? O pessoal do Kadhafi é menos humano que os rebeldes?

domingo, 28 de agosto de 2011

EUA : Grampos em embaixada brasileira

Com aliados desses, não precisamos de inimigos. Após a redemocratização, os arapongas do Tio Sam interceptaram mensagens e grampearam telefones da embaixada brasileira nos EUA. Isso é porque éramos aliados bem dóceis e colonizados. Imaginem agora...

Fla empatou. Vasco perdeu.

Nem num jogo assimétrico, jogando com um a mais, o Vasco conseguiu derrotar o Mengão. E olha que o jogo valia a vice-liderança do Brasileirão, especialidade do tal Trem Bala da Colina, que assim como o de Santa Teresa, descarrilou e trouxe mais desespero e sofrimento à torcida do bacalhau.

A tensão foi tão grande que a cada lance perdido, em boa parte pela falta de qualidade do ataque, mesmo com Juninho, Diego e outros bichos tão queridos dos fregueses do Mengão, a torcida ao mesmo tempo alimentava uma remota esperança de vencer e a tristeza de não ser desta vez.

O técnico Ricardo Gomes não aguentou a emoção e passou mal, sendo levado ao hospital. O Ministério da Saúde deveria advertir o povo de São Januário: Jogar contra o Mengão faz mal à saúde! Para a maior nação do mundo, o empate foi uma coisa normal, diante das circunstâncias. Para o Vasco, uma derrota, porque perdeu uma chance de voltar a ser vice de alguma coisa, e de mostrar para a sua torcida que é possível superar o Mengão.

Não deu certo. Da próxima, quem sabe, jogando em São Januário, com luzes apagando, pênaltis aos 47 do segundo tempo e três jogadores expulsos do Mengão, entre eles o goleiro, pode ser que consigam.

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Branquinho x Mengão

No jogo de quarta, Atlético Paranaense 0 x 1 Flamengo, minha angústia não foi ver o jogo avançar sem gol do Mengão, até que o Luxemburgo tirou o Ronaldinho da prateleira e o botou só para fazer o dele. O problema era o jogador do CAP, cujo apelido é Branquinho, que resolveu jogar tudo o que saber e criar a todo momento situação de risco para o Flamengo. O nome dele é Wellington Clayton Gonçalves dos Santos. Toda hora era ele lá, cruzando bola, chutando, invadindo a área, e eu pensando com os meus botões: Vai que ele faz gol, que desclassifica o Mengão, o que o povo vai tirar o meu couro...

E pensar que o Vasco quase comprou o seu passe. Seria pior ainda um Branquinho no sofredor de São Januário. Falando nisso, domingo tem o clássico no Engenhão. Clássico para o Vasco. Para o Mengão, é um jogo como outro qualquer, de resultado bem previsível.

Menor desemprego desde 2002


Mais uma para choradeira demo-tucana...

A taxa de desemprego em julho nas seis principais regiões metropolitanas do país ficou em 6%, atingindo o menor resultado para o mês desde o início da série da Pesquisa Mensal de Emprego (PME), em março de 2002. Em relação a junho (6,2%), o indicador ficou praticamente estável e, na comparação com o mesmo período de 2010 (6,9%), houve queda de 0,9 ponto percentual.

De acordo com dados divulgados na quinta-feira (25) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o contingente de trabalhadores desocupados totalizou 1,4 milhão de pessoas e ficou estável na passagem de um mês para o outro. Na comparação com julho do ano passado, no entanto, houve queda de 12,1%, o que significa que havia, em julho de 2011, 200 mil pessoas a menos a procura de trabalho. A população ocupada, que somou 22,5 milhões de trabalhadores, não variou em relação a junho e aumentou 2,1% ante o mesmo período do ano passado, representando um adicional de 456 mil ocupados..

http://www.informes.org.br/newsletter/informes.html

Herrar é umano (0008) - Celular em enterro

Ontem vi uma cena insólita, para não dizer bizarra, no enterro da irmã de um amigo no Cemitério do Caju, no Rio. No momento de maior dor, de maior reflexão, de orações e tristeza, que é quando o caixão baixa à cova, onde o silêncio só é quebrado por algum soluço de choro, eis que toca o celular de um dos coveiros, em alto som, com uma música "disco" daquelas bem dançantes.

Isso já seria um absurdo, se o dono do aparelho, numa falta de noção completa que acontece pela hipnose pelo celular, não tivesse aproveitado que estava no lugar mais alto para conversar em alto e com som com a pessoa que ligou, tratando de assuntos particulares como se mais ninguém estivesse em volta.

As pessoas olhavam e não acreditavam no que viam. O outro coveiro, vendo a situação constrangedora, tentava desesperadamente sinalizar para o colega sair dali e falar em particular, o que depois de algum tempo foi entendido e o enterro voltou a ter o seu momento solene respeitado.

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Forbes : A iminente guerra de classes

Agora Marx deve ter se sentado na cova. Primeiro, o economista americano Nouriel Roubini diz que ele estava certo sobre as contradições do capitalismo que podem destruí-lo. Agora, a revista Forbes, que idolatra milionários, vem com esse papo de "guerra de classes". Acho que a gente perdeu algum capítulo dessa estória toda, porque boa parte da esquerda já se esqueceu da luta de classes. Segue a tradução do artigo publicado pelo Blog Viomundo:

Forbes: A iminente guerra de classes

CRISE GLOBAL | A iminente guerra de classes

tradução de Alexandre da Rocha, no blog do Lotsemann

John Kotkin, para a revista “Forbes”

Os distúrbios que atingiram Londres e outras cidades inglesas na semana passada têm potencial para ir além das Ilhas Britânicas. A fúria de classes não é exclusiva da Inglaterra; na verdade, representa parcela de um crescente abismo mundial entre classes que ameaça enfraquecer o próprio capitalismo.

O enrijecimento das divisões de classe vem ocorrendo há uma geração, inicialmente no Ocidente mas cada vez mais em países onde o desenvolvimento está acelerado, como a China. O aumento do fosso entre as classes radica-se na globalização, que tem tirado empregos do proletariado e agora também da classe média; na tecnologia, que permite aos indivíduos e companhias mais ligeiros e ricos mudar de operações em grande velocidade para qualquer local; e a secularização da sociedade, que minou os valores tradicionais sobre trabalho e família que serviram de fundamento ao capitalismo de base desde os seus primórdios.

Todos estes fatores podem ser observados nos motins da Grã-Bretanha. Raça e relações policiais tiveram seu papel nos episódios, mas entre os motineiros havia muito mais do que minorias ou gângsters. Como apontou o historiador britânico James Heartfield, os participantes dos distúrbios espelham uma falha mais ampla no “sistema social” do país, especialmente no “sistema de trabalho e recompensa”.

Nas primeiras décadas do século 20, jovens das classes menos favorecidas poderiam aspirar a empregos na vibrante economia industrial do Reino Unido e, mais tarde, no crescente setor público, financiado, em grande medida, tanto pelos lucros da City [centro financeiro de Londres] quanto pelo crédito. Hoje, o setor industrial é uma sombra do que foi. A crise financeira global enfraqueceu o crédito e a capacidade do governo de bancar o Estado de Bem-Estar Social.

Com menos oportunidade de trabalho que tenha sentido e valha a pena — particularmente no setor privado — as perspectivas de sucesso das classes trabalhadoras foram reduzidas a carreiras essencialmente fantásticas no entretenimento, no esporte ou, com demasiada frequência, no crime. Entrementes, os partidários do Primeiro-Ministro David Cameron localizados na City podem ter se aproveitado de pacotes de resgate vindos do Banco da Inglaterra, ao passo que desapareceram as oportunidades de ascensão social, ainda que modesta, para a maioria das demais pessoas.

A grande noção britânica da ideia de trabalhar duro e ser bem sucedido com base na determinação pura — ideia que está inculcada nas antigas colônias do Reino Unido, como os EUA — foi, em larga medida, desvalorizada. Dick Hobbs, especialista da Escola de Economia de Londres, diz que esta desmoralização atingiu de forma mais específica os londrinos brancos. Muitos imigrantes prosperaram trabalhando com engenharia e construção civil e também na prestação de serviços às elites endinheiradas da capital.

Hobbs, um nativo da East London, sustenta que o ambiente industrial tinha grandes vantagens, a despeito de suas deficiências. Ele tinha foco principal na produção e recompensava a acumulação de competências. Por outro lado, de acordo com algumas estimativas, a “indústria do ‘pub and club’” tem sido a maior fonte de geração de empregos no setor privado da Londres pós-industrial, um fenômeno ainda mais presente em regiões menos prósperas. “Há regiões de Londres onde os pubs são a única atividade econômica”, observa.

Hobbs afirma que a atual cultura “pub and club”, com seu “potencial violento e ênfase deliberada no aspecto físico da existência”, não faz mais que celebrar o consumo até, não raro, ao ponto do excesso. Talvez não seja surpresa que os saques tenham impelido o caos.

Qual é a lição a se extrair disto? Os ideólogos não parecem ter as respostas. A repressão aos criminosos — resposta preferida pela direita britânica — é necessária mas não aborda os problemas fundamentais do desemprego e da desvalorização do trabalho. De modo similar, a panaceia favorita da esquerda, a ressurreição do Estado de Bem-Estar Social, deixa de atacar a questão central da redução das oportunidades de progressão na escala social. Há agora pelo menos 1 milhão de jovens desempregados no Reino Unido, mais do que em que qualquer outro momento em uma geração, e a pobreza infantil na Londres interior, mesmo durante o regime do ex-prefeito Kenneth Livingstone, o “Ken Vermelho”, na década passada, permaneceu nos 50% e pode muito bem estar pior do que isto agora.

Esta questão fundamental de classe não está presente apenas na Grã-Bretanha. Tem havido várias irrupções de violência urbana, inclusive na França e na Grécia. Pode-se esperar mais ocorrências em países como Itália, Espanha e Portugal, que agora terão de impor a mesma espécie de medidas de austeridade adotadas em Londres pelo governo Cameron.

E quanto aos Estados Unidos? Muitas das mesmas forças estão em ação aqui. O desemprego juvenil atualmente passa de 20%; em Washington, está acima dos 50%. Entre as cidades particularmente vulneráveis estão Los Angeles e Nova Iorque, as quais estão cada vez mais divididas entre ricos e pobres. Cortes em programas sociais, embora necessários, podem tornar as coisas piores, tanto para as minorias de classe média que conduzem estes programas quanto para os pobres pelos quais são responsáveis.

Um possível prenúncio desta desordem, nota o autor Walter Russell Mead, pode ser o recente aumento da criminalidade ocasional, não raro de matiz racial, em cidades como Chicago, Milwaukee e Filadé

De qualquer modo, com mais de 14 milhões de desempregados no país, as perspectivas não são exatamente promissoras para as classes baixa e média dos EUA. Esta dor é sentida em toda parte, sobretudo por trabalhadores mais jovens. Segundo uma pesquisa da Pew Research, cerca de 2 em cada 5 americanos estão desempregados ou fora da força de trabalho, a maior proporção em três décadas.

Perspectivas limitadas — aquilo que muitos especialistas saúdam como o “novo normal” — agora defrontam ampla parcela da população. Um indício: a expectativa de ganhar mais dinheiro no ano que vem caiu para o menor nível em 25 anos. Os salários vem caindo não apenas para os trabalhadores com ensino médio, mas também para aqueles com ensino superior. Mais de 43% dos brancos sem educação universitária se queixam de que estão descendo na escala social.

Diante disto, é difícil ver outra tendência no ressentimento de classe nos EUA que não seja a de crescer ao longo dos anos. O presidente do banco central, Ben Bernanke, afirmou ainda em 2007 que ele estava preocupado com o aumento da desigualdade no país, mas as suas políticas simpáticas a Wall Street e às corporações não lograram melhoram a economia cotidiana.

As probabilidades de um maior conflito de classes são grandes mesmo na China, onde a desigualdade social está entre as mais graves do mundo. Não chega a surpreender o resultado de uma pesquisa realizada pela Academia de Ciências Sociais de Zhejiang: 96% dos entrevistados “tem ressentimento contra os ricos”. Enquanto nos EUA membros do Tea Party e esquerdistas deploram o capitalismo de conspiração do regime Bush-Obama-Bernanke, o proletariado e a classe média chineses enfrentam uma classe dominante hegemônica composta de funcionários públicos e capitalistas ricos. O fato de que isto se dê sob o pálio de um regime supostamente marxista-leninista é tão irônico quanto obsceno.

Esta guerra de classes em crescimento gera conflitos políticos mais intensos. À direita, o Tea Party — assim como pequenos partidos de protesto europeus ora em ascensão em paragens tão improváveis quanto a Finlândia, a Suécia e a Holanda — cresce sobre a convicção de que a estrutura de poder, as corporações e o governo trabalham juntas para prejudicar a grande classe média. A militância de esquerda tem também um viés de classe, uma vez que os progressistas vão sendo alienados pelas políticas aristocráticas da administração Obama

Vários são os conservadores — nos EUA como no resto do mundo — que rejeitam o imenso papel das classes. Para eles, riqueza e pobreza ainda refletem níveis de virtude, e as barreiras à ascensão social são apenas um inibidor leve. Contudo, a sociedade moderna não pode se conduzir de acordo com o credo individualista de Ayn Rand; para serem críveis e socialmente sustentáveis, sistemas econômicos precisam dar resultados para a ampla maioria dos cidadãos. Se o capitalismo não puder fazer isso, é de se esperar mais episódios de violência e maior alienação política — não só na Grã-Bretanha mas em todos os principais países do globo, inclusive os EUA.

http://www.forbes.com/sites/joelkotkin/2011/08/15/u-k-riots-global-class-war/

Governo FHC : Banqueiro favorecido é solto

Por uma dessas liberalidades do nosso código penal, o banqueiro Salvatore Cacciola foi solto hoje do Complexo de Bangu para "cumprir o resto da pena em casa"... Para quem não se lembra mais, o governo FHC, em janeiro de 1999, quando o Real quebrou e o dólar foi às nuvens, deu uma mãozinha aos bancos Marka, de Cacciola, e Fonte-Cindan, que tinham muitas apostas na estabilidade da moeda e iriam quebrar. Informações privilegiadas permitiram a Cacciola escapar da quebra. A CPI dos Bancos, na época, acabou em pizza. Ninguém da equipe econômica de FHC pagou por isso.

Nouriel Roubini : Karl Marx estava certo

Recomendo a leitura do artigo do Economista Nouriel Roubini, que ganhou fama instantânea ao ter previsto a grande crise econômica de 2008, sobre as contradições do capitalismo que podem levá-lo à auto-destruição, apoiando-se na crítica de Karl Mark ao sistema, há mais de 100 anos. Reproduzido do site da Carta Maior:

Nouriel Roubini: “Karl Marx estava certo”

Na avaliação de Nouriel Roubini, professor de economia na Universidade de Nova York, a não ser que haja outra etapa de massivo incentivo fiscal ou uma reestruturação da dívida universal, o capitalismo continuará a experimentar uma crise, dado o seu defeito sistêmico identificado primeiramente por Karl Marx há mais de um século. Roubini, que há quatro anos previu a crise financeira global diz que uma das críticas ao capitalismo feitas por Marx está se provando verdadeira na atual crise financeira global.

Há um velho axioma que diz que “sábia é a pessoa que aprecia a sinceridade quase tanto como as boas notícias”, e com ele como guia, situa decididamente o futuro na categoria da sinceridade.

O professor de economia da Universidade de Nova York, doutor Nouriel “Dr. Catástrofe” Roubini disse que, a não ser que haja outra etapa de massivo incentivo fiscal ou uma reestruturação da dívida universal, o capitalismo continuará a experimentar uma crise, dado o seu defeito sistêmico identificado primeiramente pelo economista Karl Marx há mais de um século.

Roubini, que há quatro anos previu acuradamente a crise financeira global disse que uma das críticas ao capitalismo feitas por Marx está se provando verdadeira na atual crise financeira global.

A crítica de Marx em vigor, agora
Dentre outras teorias, Marx argumentou que o capitalismo tinha uma contradição interna que, ciclicamente, levaria a crises e isso, no mínimo, faria pressão sobre o sistema econômico. As corporações, disse Roubini, motivam-se pelos custos mínimos, para economizar e fazer caixa, mas isso implica menos dinheiro nas mãos dos empregados, o que significa que eles terão menos dinheiro para gastar, o que repercute na diminuição da receita das companhias.

Agora, na atual crise financeira, os consumidores, além de terem menos dinheiro para gastar devido ao que foi dito acima, também estão motivados a diminuírem os custos, a economizarem e a fazerem caixa, ampliando o efeito de menos dinheiro em circulação, que assim não retornam às companhias.

“Karl Marx tinha clareza disso”, disse Roubini numa entrevista ao The Wall Street Journal: "Em certa altura o capitalismo pode destruir a si mesmo. Isso porque não se pode perseverar desviando a renda do trabalho para o capital sem haver um excesso de capacidade [de trabalho] e uma falta de demanda agregada. Nós pensamos que o mercado funciona. Ele não está funcionando. O que é racional individualmente ... é um processo autodestrutivo”.

Roubini acrescentou que uma ausência forte, orgânica, de crescimento do PIB – coisa que pode aumentar salários e o gasto dos consumidores – requer um estímulo fiscal amplo, concordando com outro economista de primeira linha, o prêmio Nobel de economia Paul Krugman, em que, no caso dos Estados Unidos, o estímulo fiscal de 786 bilhões de dólares aprovado pelo Congresso em 2009 era pequeno demais para criar uma demanda agregada necessária para alavancar a recuperação da economia ao nível de uma auto expansão sustentável.

Na falta de um estímulo fiscal adicional, ou sem esperar um forte crescimento do PIB, a única solução é uma reestruturação universal da dívida dos bancos, das famílias (essencialmente das economias familiares), e dos governos, disse Roubini. No entanto, não ocorreu tal reestruturação, comentou.

Sem estímulo fiscal adicional, essa falta de reestruturação levou a “economias domésticas zumbis, bancos zumbis e governos zumbis”, disse ele.

Fora o estímulo fiscal ou a reestruturação da dívida, não há boas escolhas

Os Estados Unidos, disse Roubini, pode, em tese: a) crescer ele mesmo por fora do atual problema (mas a economia está crescendo devagar demais, daí a necessidade de mais estímulo fiscal); ou b) retrair-se economicamente, a despeito do mundo (mas se muitas companhias e cidadãos o fizerem junto, o problema identificado por Marx é ampliado); ou c) inflacionar-se (mas isso gera um extenso dano colateral, disse ele).

No entanto, Roubini disse que não pensa que os EUA ou o mundo estão atualmente num ponto em que o capitalismo esteja em autodestruição. “Ainda não chegamos lá”, disse Roubini, mas ele acrescentou que a tendência atual, caso continue, “corre o risco de repetir a segunda etapa da Grande Depressão”—o erro de ‘1937’.

Em 1937, o presidente Franklin D. Roosevelt, apesar do fato de os primeiros quatro anos de massivo incentivo fiscal do New Deal ter reduzido o desemprego nos EUA, de um cambaleante 20,6% na administração Hoover no começo da Grande Depressão, a 9,1%, foi pressionado pelos republicanos congressistas – como o atual presidente Barack Obama fez com o Tea Party, que pautou a bancada republicana no congresso em 2011 – , rendeu-se aos conservadores e cortou gastos do governo em 1937. O resultado? O desemprego estadunidense começou o ano de 1938 subindo de novo, e bateu a casa dos 12,5%.

Cortar os gastos do governo prematuramente feriu a economia dos EUA em 1937, ao reduzir a demanda, e Roubini vê o mesmo padrão ocorrendo hoje, ao se seguir as medidas de austeridade implementadas pelo acordo da dívida implemented by the U.S. debt deal act.

Roubini também argumenta que os levantes sociais no Egito e em outros países árabes, na Grécia e agora no Reino Unido têm origem econômica (principalmente no desemprego, mas também, no caso do Egito, no aumento do custo de vida). Em seguida, argumenta que, ao passo que não se deve esperar um colapso iminente do capitalismo, ou mesmo um colapso da sua versão estadunidense, o capitalismo corporativo – capitalismo e mercados livres são rápidos demais e capazes de se adaptarem - dizer que a ordem econômica atual não está experimentando uma crise não é correto.

Fonte: http://www.ibtimes.com/articles/197468/20110813/roubini-nouriel-roubini-dr-doom-financial-crisis-debt-crisis-europe.htm

Tradução: Katarina Peixoto

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Globo : Ordem é bater na política externa

Na semana passada, o jornal O Globo trazia como manchete de capa a "rebeldia" do governo brasileiro nas questões Líbia e Siria, dizendo que não acompanhávamos as potências nas medidas de pressão contra os ditadores. Na página com a matéria, entretanto, havia um infográfico mostrando que apenas os Estados Unidos, Inglaterra, França e Itália estavam de acordo com as intervenções mais duras, enquanto os outros 11 países do Conselho de Segurança da ONU tinham restrições a isso. Entre eles, China, Rússia, India, Brasil, o BRIC.

A mídia de direita, em especial a da Globo, quer fazer letra morta o artigo constitucional que fala que o Brasil é pela autodeterminação dos povos, ou seja, contra intervenções em outros países por quaisquer razões, e quer fazer crer que a "defesa dos direitos humanos" prevalece sobre isso. Só que o que defendem é o direito do capital, o direito imperial, de subjugar povos, colocar governos democráticos de fachada, e controlar as riquezas desses países.

Hoje O Globo está babando: sincronismo total das colunas do Merval Pereira, Míriam Leitão, do editorial, foto de Lula com Kadafi, e muito, muito pau no governo porque não segue as potências imperialistas no saque à Líbia, através do reconhecimento do governo rebelde, cujo titular já vem dizendo que dará preferência aos países que ajudaram na guerra para negócios na reconstrução. A Itália, que já foi dona do pedaço, deve ficar com a recuperação do setor de petróleo. A França também quer. Esqueceram-se do principal: o povo líbio quer tirar um ditador para repor o colonizador?

A diplomacia externa brasileira vem mantendo distância do alinhamento automático com as potências do capital, e tem reafirmado o princípio da não-intervenção. Até porque hoje é na Libia, amanhã na Síria, depois na Venezuela e, quem sabe, no Brasil, que teremos a aplicação do discurso do "não gostei, tem que sair" atrelado a desculpas humanitárias. Bombas da OTAN agora têm efeito curativo, humanizante, democratizante, ou a defesa da população civil da Líbia para justificar os ataques aéreos indiscriminados foi apenas um artifício para a intervenção?

Quando o governo brasileiro, com o aval norte-americano, conseguiu um acordo com o governo iraniano para maior transparência do programa nuclear deles, Obama puxou o tapete, disse que não aceitava o acordo. Não serve aos imperialistas a paz, mas o controle total da economia, que não têm. Depois veio o episódio do reconhecimento do Estado Palestino com as fronteiras de 1967, em que mais uma vez a imprensa colonizada achou um desaforo, e fez escarcéu. Uma ano depois, Obama fez a mesma coisa, e os caras aplaudiram!

Mervais e Mírians vão ter que esperar por dias melhores. Aliás, dias piores, porque suas teses pró-imperialistas só ganharão corpo no dia que estivermos à beira do abismo, propiciando a derrubada do governo democrático para a colocação de um dos deles no poder. A direita que age no território nacional quer fazer do Brasil uma grande Guatemala!

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Corrupção : Quem pode atirar a primeira pedra?

Já se fala aqui e ali em organizar movimentos contra a corrupção via redes sociais, com atos públicos, etc. Isso seria louvável, não fosse o assunto tão complexo, tão presente na nossa cultura, a ponto de haver muito poucos capazes de atirar a primeira pedra em quem nunca pecou, por ação, omissão ou conivência, com situações corruptas.

É muito comum achar que a corrupção do vizinho é mais pecaminosa que os seus próprios pecados. Fora a partidarização do problema, que desqualifica a acusação contra os seus e situa a corrupção apenas no governo dos outros. Todo governo tem corruptos, sem exceção. A diferença é que alguns conseguem frear CPIs e manter a imprensa e órgãos fiscalizadores sob controle, dificultando a publicidade das bandalheiras.

Na falta do movimento social representativo, autêntico, tomar a iniciativa de exigir o fim da corrupção, vivemos a expectativa de aparecer um "Cansei" da corrupção, nos moldes do golpismo de hall de aeroportos de 2006, que juntou ricaços que não podem explicar suas fortunas, entidades que tem na sua base verdadeiras quadrilhas e famosos que sonegam impostos como arautos da moralidade.

A corrupção está nas bases do capitalismo, na busca de sobrevivência no darwinismo econômico. Para um ficar rico, tem que explorar outros que ficarão sempre pobres, e roubar deles uma parte da sua força de trabalho, que não lhes será paga. Esse formato piramidal da riqueza é que sustenta a Lei de Gerson (levar vantagem em tudo) e azeita todos os sistemas sociais de corrupção e privilégios.

Se houvesse vontade política, bastaria auditar os sinais de riqueza aparentes de algumas pessoas para chegar a algum tipo de sonegação, corrupção, maracutaia ou perversão que viabilizou tais acúmulos. Noutro dia pegaram uma ilha inteira na Bahia, de alguém que construiu fortuna com golpes contra a receita.

Para caracterizar a dificuldade de juntar gente contra a corrupção, sem apenas ficar no discurso contra os políticos que a todo momento são desmascarados, aí vai uma dessas coletâneas que se repassa na internet sobre a hipocrisia presente nessa questão. A lista é incompleta, e pode receber adendos através dos comentários dos leitores:

O Brasileiro é assim:

A- Coloca nome em trabalho que não fez.


B- Coloca nome de colega que faltou em lista de presença.

C- Paga para alguém fazer seus trabalhos.

1. - Saqueia cargas de veículos acidentados nas estradas.

2. - Estaciona nas calçadas, muitas vezes debaixo de placas proibitivas.

3. - Suborna ou tenta subornar quando é pego cometendo infração.

4. - Troca voto por qualquer coisa: areia, cimento, tijolo, e até dentadura.

5. - Fala no celular enquanto dirige.

6. - Usa o telefone da empresa onde trabalha para ligar para o celular dos amigos (me dá um toque que eu retorno...) - assim o amigo não gasta nada.

7. - Trafega pela direita nos acostamentos num congestionamento.

8. - Para em filas duplas, triplas, em frente às escolas.

9. - Viola a lei do silêncio.

10. - Dirige após consumir bebida alcoólica.

11. - Fura filas nos bancos, utilizando-se das mais esfarrapadas desculpas.


12. - Espalha churrasqueira, mesas, nas calçadas.

13. - Pega atestado médico sem estar doente, só para faltar ao trabalho.

14. - Faz
"gato " de luz, de água e de tv a cabo.

15. - Registra imóveis no cartório num valor abaixo do comprado, muitas vezes irrisórios, só para pagar menos impostos.

16. - Compra recibo para abater na declaração de renda para pagar menos imposto.

17. - Muda a cor da pele para ingressar na universidade através do sistema de cotas.

18. - Quando viaja a serviço pela empresa, se o almoço custou 10, pede nota fiscal de 20.

19. - Comercializa objetos doados nessas campanhas de catástrofes.

20. - Estaciona em vagas exclusivas para deficientes e idosos;

21.. - Adultera o velocímetro do carro para vendê-lo como se
fosse pouco rodado.

22. - Compra produtos pirata com a plena consciência de que são pirata.

23. - Substitui o catalisador do carro por um que só tem a casca.

24. - Diminui a idade do filho para que este passe por baixo da roleta do ônibus, sem pagar passagem.

25. - Emplaca o carro fora do seu domicílio para pagar menos IPVA.

26. - Frequenta os caça-níqueis e faz uma fezinha no jogo de bicho.

27. - Leva das empresas onde trabalha, pequenos objetos, como clipes, envelopes, canetas, lápis... como se isso não fosse roubo.

28. - Comercializa os vales-transporte e vales-refeição que recebe das empresas onde trabalha.

29. - Falsifica tudo, tudo mesmo... só não falsifica aquilo que ainda não foi inventado.

30. - Quando volta do exterior, nunca diz a verdade quando o fiscal aduaneiro pergunta o que traz na bagagem.

31. - Quando encontra algum objeto perdido, na maioria das vezes não devolve.

E quer que os políticos sejam honestos....

Escandaliza-se com o mensalão, o dinheiro na cueca, a farra das passagens aéreas...


Esses políticos que aí estão saíram do meio desse mesmo povo, ou não?

Brasileiro reclama de quê, afinal?

Líbia : A hora do acerto com Kadhafi e as potências imperialistas

Trípoli tomada pelos rebeldes, Kadhafi sumido, governo de fato transferindo-se de Bengazi para a capital para evitar o vácuo de poder. Como em toda revolução sangrenta, vem o alívio pelo fim dos enfrentamentos, e começa a hora do acerto de contas. Dificilmente Kadhafi se entregará sem resistir.

Os rebeldes também não querem que ele viva e se torne um símbolo a incentivar futuras rebeliões dos seus seguidores, que agora fingem que são apoiadores dos rebeldes desde crianças, para sobreviverem aos próximos dias. E quem vai dar asilo a Kadhafi, e se sujeitar a sofrer sanções, já que é procurado pelo Tribunal de Haia? Chávez? A morte dele ainda parece a "solução" mais "cômoda".

Até aqui, as potências que apoiaram os rebeldes não colocaram tropas nem mandaram a conta. Quanto vai custar o apoio da OTAN aos rebeldes? Mísseis, aviões, armamentos, tudo isso custa muito caro. E potências imperialistas não são filantropas: investiram nos rebeldes e irão querer retorno, afinal, direitos humanos são apenas a fachada para a intervenção em troca de petróleo.

O que virá na Líbia é incerto. As forças que tomaram o poder são heterogêneas, e as tensões que no esforço de guerra revolucionária foram contornadas agora poderão aflorar. Há milhares de combatentes de cada um dos grupos com armamentos nos seus carros, casas, e se não houver rapidamente um esforço das lideranças para abafar as tensões, feudos poderão ser formados por eventuais milícias armadas.

A revolução líbia entra numa nova fase, como a que aconteceu no Egito, e tantas outras onde depois da tomada do poder houve novas lutas pela disputa de hegemonia. Como o novo governo irá encarar a voracidade das potências, em especial da Inglaterra, França e Itália, que mais investiram contra o ex-aliado Kadhafi por razões econômicas e para faturar politicamente?

Muito pouco se falou, durante toda a guerra civil, sobre o governo provisório rebelde. A mídia só se dedicou a fazer uma cobertura parcial, vista apenas pelo lado dos rebeldes, daí não caber críticas aos aliados. Quanto tempo durará a festa da vitória, diante da dura realidade da reconstrução, que necessitará de financiamentos das potências? Como ficarão os feudos tribais, onde estavam os apoiadores de Kadhafi? Agora é a hora da conta. Tomara que o povo líbio, em nome do qual se fez tanta destruição e morte, saiba escolher o melhor caminho para a independência e a paz.

domingo, 21 de agosto de 2011

Líbia : Kadhafi perdeu.

A considerar as diversas fontes de informações dizendo que a capital Trípoli está sob cerco dos rebeldes e das deserções e rendições até da guarda de Kadhafi, nos próximos dias o ditador deverá, de uma forma ou de outra, vivo ou morto, deixar o poder.

Como a "ajuda humanitária" da OTAN só vale para proteger os rebeldes, um banho de sangue deverá se seguir à rendição, com a eliminação radical, pelos vencedores, dos defensores de Kadhafi. Pelo menos dos que não se sujeitarem a colaborar com o novo regime, que não terá os quadros suficientes para assumir a administração da máquina pública num primeiro momento, podendo levar o país a uma situação como a do Iraque pós-Saddam. A notícia boa é que mais um tirano se vai. A ruim é que não se sabe exatamente o que vem.

A próxima bola da vez para as potências ocidentais deverá ser o tirano da Síria, Bashar Assad. Enquanto isso, fazem vista grossa para as atrocidades de Israel, que em represália a um ataque de milícias árabes sai matando policiais egípcios dentro do Egito, bombardeia palestinos com violência assimétrica e fica por isso mesmo. Ninguém sabe, ninguém viu.

sábado, 20 de agosto de 2011

Político esperança : ligue para comprar apoios

Imagem de ontem no "O Globo", com direito a comentário para sacanear petistas, como se Dilma estivesse tucanando, e não o contrário: Dilma e FHC juntos em evento em São Paulo. Notícia de televisão mais tarde: PR pode voltar à base de apoio de Dilma. Mais tarde também, se noticia que lideranças do PSDB não gostaram da aproximação de FHC com Dilma.

No ar, as propagandas do Criança Esperança, pedindo doações. Aqui vão algumas sugestões para um programa similar, patrocinado pelo governo federal, o Político Esperança:
- para comprar o apoio de base aliada, disque 0800-171 para liberar restos a pagar, verbas de emendas parlamentares e cargos públicos;
- para comprar tucanos, disque 080080, e libere um título de "doutor honoris causa" e uns afagos de Dilma no ego do octagenário FHC para levar de bônus um racha no PSDB;



Herrar é umano (0007) - Pagar por vaga ilegal

O regramento civilizatório do trânsito não resiste à Lei de Gerson, aquela que diz que "tenho que levar vantagem em tudo, certo?". No Rio isso parece pior, porque já foi capital, carteirada era o poder corrente, etc. Mesmo 50 anos depois da capital ter ido para Brasília, ainda há resquícios desse tempo autoritário, até nas gerações que não viveram no período de capital, transmitido por hábitos e costumes dos mais velhos.

A memória do oportunismo da esculhambação política do passado, somado à cultura de domínio do público por agentes privados (traficantes, drogados, milicianos), além da covardia que impede os "donos da verdade" de enfrentarem os problemas de frente e recorrerem a outras pessoas que consideram mais humildes para humilhar, como válvula de escape da própria incompetência, dá na situação abaixo.

Sábado, 10h. Entro num auto-atendimento bancário no Rio. Discussão entre um senhor e o vigilante que trabalha no local. Assunto: cobrança por uma pessoa de "tarifa" para parar o veículo no "estacionamento exclusivo" do banco. Nível de discussão chegando quase às vias de fato. Platéia na fila assistindo à cena sem se envolver. No final, o vigilante recomenda ao cliente que busque o gerente na segunda-feira para reclamar, pois ele não pode fazer nada. Exaltado, o cliente sai bufando, vai até o carro, dá um trocado ao "guardador" e vai embora.

Conversei com o vigilante sobre o ocorrido. Ele tinha perfeita noção do problema: as tais "vagas exclusivas" são, na realidade, o recuo no meio-fio para estacionamento de carro-forte, onde há placa "área de segurança bancária", que fica indisponibilizado ao público através de cavaletes permanentemente colocados. Logo em seguida começa a área de Zona Azul, estacionamento rotativo, que tem um guardador caracterizado regularmente com colete, bloco de talões, etc.

O que era o problema do cliente: um aproveitador qualquer, em busca de trocados, "presta o serviço" de remover o cavalete que isola a vaga, abrido-a para os carros pararem a 45% em relação ao meio-fio, deixando a traseira fora do alinhamento das demais, com riscos maiores de acidentes por se projetarem sobre a faixa de trânsito. Pelo "serviço", o "profissional de organização urbana" pedia um trocado aos clientes, interessados no seu "trabalho".

Moral da estória: Não existem as tais vagas, que também não seriam exclusivas de clientes, porque seriam públicas, se abertas. O "serviço" de remoção irregular dos cavaletes concorre com o ordenamento de vagas do Zona Azul, e o "profissional" não pode achacar ninguém, o que na prática acontece. O vigilante do banco não é autoridade competente para resolver o problema de natureza pública, já que as vagas não são da instituição, nem ele é da Secretaria de Ordem Pública para dar jeito na situação. O cliente não pode ser arrogante de cobrar do vigilante por uma irregularidade da qual está sendo cúmplice. Enfim, uma sucessão de erros onde falta razão e sobra estresse. É nessas que o sujeito leva um tiro, uma facada, por motivo fútil.

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

TV a cabo : Globo leva rasteira do governo?

A Globo não é mais aquela. Deixou passar no Congresso, sabe-se lá porque (vide aqui o que o Paulo Henrique Amorim pensa sobre isso), uma lei que, na prática, fará a Globo fechar o globo.com e o g1, porque quem tem a concessão para TV a cabo não poderá produzir conteúdo.

Mais ainda: todos os canais terão obrigatoriamente que apresentar conteúdo nacional, produzido por independentes, em horário nobre. E não é só isso: as empresas de telefonia poderão entrar no ramo, com grande poder econômico. Por fim, o capital estrangeiro poderá ser majoritário nas empresas.

É uma porrada grande no UOL, da Folha, e na própria Globo. No dia que o Senado aprovou a lei, a BAND colocou no seu telejornal das 7 um editorial raivoso. A Globo simplesmente noticiou. Ou são muito espertos, e vão ganhar em algo que ninguém está vendo, ou vacilaram e vão perder mais espaços.

Agora só falta a regulamentação das comunicações, impedindo a concentração de meios nas mãos de poucas empresas. Com essas medidas, estimula-se a concorrência buscando a redução no valor da oferta dos serviços de TV por assinatura, internet, telefonia por IP, etc, que hoje é oligopolizado pela NET da Globo. E é muito bom para a produção nacional: em Hollywood, principal centro de produção cinematográfica e de cinema dos EUA, metade do que se cria é destinado à TV por assinatura. Podemos ter aqui um "boom" nessa área.

Operação desmonta-Mengão

Ontem não fui ver o Flamengo perder de 4 x 1 para outro rubro-negro, o Atlético Goianiense, no Engenhão. Interessante é que para outros flamenguistas já havia o mau presságio, porque abordei alguns concidadãos da nação rubro-negra e obtive a mesma percepção: que a saída de Ronaldinho iria desmontar o time. Não deu outra.

Mano Menezes está desesperado. Seu emprego está em risco. Sua atuação pífia à frente do time da CBF está ajudando a botar lenha na fogueira que queima Ricardo Teixeira, já envolvido em suspeitas de corrupção. Já se diz que é mais fácil em 2014 termos estádios, aeroportos, hotéis, que termos um time que possa ostentar a qualidade de seleção brasileira.

Como futebol não é território de vestais, é muito estranho que Mano tenha convocado o principal articulador do time do Flamengo justamente para um jogo sem nenhuma importância, mas que impedirá o craque de jogar no campeonato brasileiro, justo contra o Corínthians, time anterior de Mano e cuja vitória no campeonato brasileiro ajudaria a justificar a baba de dinheiro que o poder público está investindo no Itaquerão para a Copa.

O resultado de ontem foi apenas o início. Ronaldo ficará mais dois jogos fora. No Santos, as convocações de Neymar e Ganso (este, fora de forma, praticamente não joga nada e prejudica seu clube) já resultaram na permanência do Peixe (baleia é peixe só para a sua torcida...) nas beiradas da zona de rebaixamento. Agora é o Mengão. Por que não chama o Liédson?

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Aécio governou por leis delegadas e agora é contra MPS...

Incrível o que se faz para ocupar algum espaço na mídia, mesmo com uma aparência jovial e o apoio da Globo. Aécio Neves, ex-governador de Minas, fala de corrupção dos outros como se nada tivesse acontecido no seu governo. Fala de pessoas de fichas sujas como se elas não existissem nem no seu governo nem do seu sucessor. E agora quer ser o pai de um projeto que reduz a possibilidade do governo federal usar medidas provisórias. Em Minas, entretanto, não teve o mesmo pudor ao governar através de leis delegadas, similares às MPs. Nem se fala em limitar isso nas gerais no governo do Anastasia.

As medidas provisórias deveriam ser usadas em casos de urgência apenas, mas com a ineficiência e o mercantilismo do Congresso acabaram sendo instrumentos de governo. Quando não é MP forçando os prazos do parlamento, é o judiciário legislando no lugar dele. Se não rolar din-din, se não sair emenda parlamentar, não se vota, é a triste realidade desse poder inchado, caro, lotado de sinecuras. Não está correto o Executivo e o Judiciário atropelarem o poder Legislativo, mas este tem que mostrar para que existe e por que a Constituição lhe dá o mesmo status dos outros dois.

Também não está correto que as MPs carreguem "submarinos", ou "contrabandos", artifícios da malandragem política que permitem colocar numa MP sobre salários de médicos toda uma legislação desreguladora da área de licitações, como se tentou recentemente. Isso tem que acabar. É por essas e outras questões que o Senado aprovou ontem a proposta de fixar prazos para a discussão, dentro do total de 120 dias, para que a Câmara possa analisar o assunto, e os senadores, depois, possam propor alterações. Também fica estabelecido que as medidas passarão pelas Comissões de Constituição e Justiça de ambas as casas legislativas, para ser apreciada a urgência.

Segue um artigo interessante do bloco parlamentar Minas Sem Censura sobre o Aécio senador e candidato da Globo à Presidência que se esqueceu que foi o Aécio governador que calou a oposição, a mídia e os órgãos fiscalizadores nas irregularidades do seu governo e no uso de leis delegadas para impor ao legislativo suas decisões, do mesmo jeito que agora recrimina no governo federal.




Papa vem ao Brasil : quem paga?

Hoje houve protestos na Espanha contra os gastos públicos com a realização de um evento da Igreja Católica. Em meio a uma grave crise econômica, o gasto de 50 milhões de Euros com a visita do Papa soou como um insulto aos milhões que passam necessidade no país.

A Espanha vem sendo pressionada pela Comunidade Européia a cobrar o Imposto de Valor Agregado sobre os bens móveis e imóveis fornecidos à Igreja Católica. Como há um acordo de 1979 com o Vaticano sobre tais isenções de impostos, a Comunidade Européia exige que o governo espanhol denuncie o acordo. Os protestos e as pressões estão levando a Espanha, que é fortemente influenciada pela Igreja Católica, a discutir a laicidade do estado.

No Brasil, as entidades religiosas não pagam nenhum centavo de impostos sobre doações recebidas, embora paguem encargos sociais sobre folhas de funcionários. Também estão isentas, em muitas cidades, de IPTU e IPVA. Devem ter contabilidade de tudo, mas não pagam imposto de renda. Por isso, podem muito bem arrecadar entre seus fiéis os recursos para pagar os custos com a visita da sua autoridade máxima, sem onerar os não-católicos com o uso de dinheiro público na visita papal.

Pelo mesmo princípio, os não-corintianos não deveriam contribuir com a construção do estádio Itaquerão através de renúncias fiscais da prefeitura e de verbas públicas doadas, que são parte dos seus impostos pagos.

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Fraude : Nota dos delegados da PF adulterada para atingir PT

Uma coisa é os policiais federais criticarem que autoridades desqualifiquem seu trabalho considerando um exagero o uso de algemas na Operação Voucher, aquela que prendeu mais de 30 pessoas envolvidas com irregularidades no Ministério do Turismo. Outra é reclamarem dos cortes nos recursos da Polícia Federal por conta do enxugamento orçamentário do governo federal, faltando pessoal, material, etc. Uma outra é ameaçarem greve porque o governo não está dando atenção à categoria dos policiais federais, e porque consideram o Ministro da Justiça pouco interessado em defender suas reivindicações. Tudo isso cabe numa nota das principais entidades representativas da categoria em defesa dos seus profissionais.

Outra coisa é um sacana qualquer pegar essa nota e acrescentar no segundo parágrafo duas palavras para atingir o PT, em nome dos delegados. Vejam o parágrafo original:

..."A entidade lamenta que no Brasil, a corrupção tenha atingido níveis inimagináveis; altos executivos do governo, quando não são presos por ordem judicial, são demitidos por envolvimento em falcatruas."

Como ficou a nota fraudada, distribuída à vontade em listas na internet, mantendo embaixo a assinatura do vice-presidente da ADPF:

..."A entidade lamenta que no Brasil, a corrupção do PT tenha atingido níveis inimagináveis; altos executivos do governo, quando não são presos por ordem judicial, são demitidos por envolvimento em falcatruas."

Sugestão à Polícia Federal: correr atrás de quem fez essa fraude, para evitar indisposições desnecessárias com o governo num momento em que se busca abrir canais para negociar verbas, salários, pessoal, etc. Com algemas e tudo. Aí vai a nota verdadeira, divulgada à imprensa em 12 de agosto:

"Nota de Esclarecimento: atuação da Polícia Federal no Brasil

A Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal vem a público esclarecer que, após ser preso, qualquer criminoso tem como primeira providência tentar desqualificar o trabalho policial. Quando ele não pode fazê-lo pessoalmente, seus amigos ou padrinhos assumem a tarefa em seu lugar.

A entidade lamenta que no Brasil, a corrupção tenha atingido níveis inimagináveis; altos executivos do governo, quando não são presos por ordem judicial, são demitidos por envolvimento em falcatruas.

Milhões de reais – dinheiro pertencente ao povo- são desviados diariamente por aproveitadores travestidos de autoridades. E quando esses indivíduos são presos, por ordem judicial, os padrinhos vêm a publico e se dizem “ estarrecidos com a violência da operação da Polícia Federal”. Isto é apenas o início de uma estratégia usada por essas pessoas com o objetivo de desqualificar a correta atuação da polícia. Quando se prende um político ou alguém por ele protegido, é como mexer num vespeiro.

A providência logo adotada visa desviar o foco das investigações e investir contra o trabalho policial. Em tempos recentes, esse método deu tão certo que todo um trabalho investigatório foi anulado. Agora, a tática volta ao cenário.

Há de chegar o dia em que a história será contada em seus precisos tempos.

De repente, o uso de algemas em criminosos passa a ser um delito muito maior que o desvio de milhões de reais dos cofres públicos.

A Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal colocará todo o seu empenho para esclarecer o povo brasileiro o que realmente se pretende com tais acusações ao trabalho policial e o que está por trás de toda essa tentativa de desqualificação da atuação da Polícia Federal.

A decisão sobre se um preso deve ser conduzido algemado ou não é tomada pelo policial que o prende e não por quem desfruta do conforto e das mordomias dos gabinetes climatizados de Brasília.

É uma pena que aqueles que se dizem “estarrecidos” com a “violência pelo uso de algemas” não tenham o mesmo sentimento diante dos escândalos que acontecem diariamente no país, que fazem evaporar bilhões de reais dos cofres da nação, deixando milhares de pessoas na miséria, inclusive condenando-as a morte.

No Ministério dos Transportes, toda a cúpula foi afastada. Logo em seguida, estourou o escândalo na Conab e no próprio Ministério da Agricultura. Em decorrência das investigações no Ministério do Turismo, a Justiça Federal determinou a prisão de 38 pessoas de uma só tacada.

Mas a preocupação oficial é com o uso de algemas. Em todos os países do mundo, a doutrina policial ensina que todo preso deve ser conduzido algemado, porque a algema é um instrumento de proteção ao preso e ao policial que o prende.

Quanto às provas da culpabilidade dos envolvidos, cabe esclarecer que serão apresentadas no momento oportuno ao Juiz encarregado do feito, e somente a ele e a mais ninguém. Não cabe à Polícia exibir provas pela imprensa.

A ADPF aproveita para reproduzir o que disse o ex-ministro Márcio Thomaz Bastos: “a Polícia Federal é republicana e não pertence ao governo nem a partidos políticos”.

Brasília, 12 de agosto de 2011

Bolivar Steinmetz

Vice-presidente, no exercício da presidência"



Wagner Rossi foi prá roça

Mais um que "pede prá sair" do governo Dilma : o Ministro da Agricultura, Wagner Rossi, que tem denúncias de irregularidades contra seus auxiliares, e de ter usado avião de empresa fornecedora do ministério, que ele mesmo assumiu como verdadeira.

Michel Temer, do PMDB, irá nomear o sucessor de Rossi. Que seja alguém de ficha limpa, capaz de gerir o setor sem esquemas. Dilma se livra de mais uma mala sem alça. Se continuar assim, vai ouvir eco na Esplanada dos Ministérios...

Por que os brasileiros não reagem à corrupção dos seus políticos?

Reproduzimos abaixo o artigo do jornalista Juan Árias, do jornal espanhol El País, que questiona a passividade do brasileiro diante da corrupção generalizada, enquanto vai às ruas para fazer demonstrações gigantes como a Marcha do Orgulho Gay, a Marcha dos Evangélicos, a Marcha da Maconha e outras.

Um das respostas seria: os movimentos sociais mais atuantes estão na folha de favores do governo. Outra é porque não temos aqui 25% de desempregados como a Espanha, sendo que 40% dos jovens têm que optar entre mostrar a indignação na praça pública ou emigrar, por falta de oportunidades. A principal é a sedução capitalista pelo consumo, associando o "sucesso" ao acúmulo de bens inacessíveis à grande maioria através da acumulação brutal de recursos nas mãos de poucos, seja pela exploração do trabalho não pago ou pelo desvio de verbas públicas.

Por que os brasileiros não se indignam? Este é o eixo do artigo reproduzido abaixo, com a tradução nem sempre fidedigna do Google:

Por que os brasileiros não reagem à corrupção de seus políticos?

JUAN ARIAS - Rio de Janeiro - 2011/07/07



O fato de que em apenas seis meses no cargo, o presidente Rousseff tinha para exigir a renúncia de dois ministros de primordial importância, herdou o gabinete do seu antecessor, Luiz Inácio Lula da Silva, da Casa Civil e da Presidência, Antonio Palocci -uma espécie de primeiro-ministro, e dos Transportes, Alfredo Nascimento, ambos caíram sob os escombros da corrupção política, tem que perguntar por que os sociólogos neste país onde a impunidade de políticos corruptos tem vindo a criar uma verdadeira cultura que "todos são ladrões" e que "ninguém vai para a cadeia", há o fenômeno, agora em voga no mundo, o movimento de indignação.


É que os brasileiros não sabem reagir à hipocrisia e falta de ética de muitos daqueles que os governam? Não se importa que tantos políticos que os representam no governo, no Congresso, Estados ou municípios são sabotagem descarada de dinheiro público? pergunto muitos analistas e blogueiros políticos.

Mesmo jovens, trabalhadores ou estudantes, manifestaram até agora a menor reação à corrupção daqueles que os governam.Curiosamente, o mais irritado com o assalto aos cofres públicos do Estado parece ser a Dilma presidente, que tem demonstrado publicamente o seu desagrado por o "controle" áreas do governo atual e tem tomado literalmente e seu Executivo, e diz-se Não terminou ainda purgado dois ministros-chave, com o agravante de que foram herdados de seu sucessor, o popular presidente Lula da Silva, que havia pedido a ele para mantê-los em seu governo.

A imprensa brasileira refere-se a Dilma já começou, e o preço que será pago será alto, se livrar de alguns "amaldiçoado herança" hábitos de corrupção do passado. E o povo de rua, por que não aqui também ecos do movimento reviver o indignado? Por que não mobilizar as redes sociais? Brasil, por ocasião da chamada e acionamento direto (uma campanha política realizados no Brasil durante 1984 e 1985, que reivindicou o direito de eleger o presidente do país pelo voto direto dos eleitores), começou a rua após a ditadura militar para exigir eleições símbolo da democracia, e assim o fez para forçar o presidente Fernando Collor de Melo (1990-1992) para deixar a Presidência da República antes das acusações de corrupção contra ele hoje está em silêncio sobre a corrupção. As únicas causas capazes de tomar as ruas para dois milhões de pessoas são homossexuais, seguidores de igrejas evangélicas na festa de Jesus e aqueles que pedem a liberalização da maconha.

Será que os jovens, especialmente, não têm nenhuma razão para exigir um Brasil mais rico, não só todos os dias, ou pelo menos menos pobres, mais desenvolvidos a força, mais internacional, mas também uma política menos corrupta no Brasil, mais justa , menos desigual, onde um conselho não ganhar 10 vezes mais do que um professor e um vice 100 vezes, ou sempre que um cidadão comum após 30 anos de aposentadoria, com 650 reais (400 euros) e um funcionário público de 30 mil reais (13.000 euros).

Brasil em breve será a sexta maior economia do mundo, mas é a cola de desigualdade social, para defender os direitos humanos, onde a mulher não tem o direito ao aborto, o desemprego das pessoas de cor é ainda 20% em comparação a 6% dos brancos, ea polícia é aquele que causa mais mortes no mundo.

Alguns culparam a apatia dos jovens a serem protagonistas de uma renovação ética no país, o fato de que uma propaganda bem concebida teria acreditado que o Brasil agora é invejada por todo o mundo, e é em outros aspectos. Ou sair da pobreza para 30 milhões de cidadãos teria sido levado a acreditar que tudo está bem, sem entender que um cidadão dos montantes classe média europeia para um rico ainda está aqui.

Outros atribuem o fato de que os brasileiros são um povo pacífico, pouco dado aos protestos, que gostam de viver feliz com o muito ou pouco que tem e trabalhar para viver e não viver para trabalhar. Isto também é verdade, mas não explica que em um mundo globalizado, agora conhecido instantaneamente o que está acontecendo no planeta, começando com os movimentos de protesto de milhões de jovens pedindo democracia ou acusado de ser degenerado, o brasileiros não lutam para que o país além de ser rico é também mais justo, menos corrupto, mais igualitária e menos violenta em todos os níveis.

Esse sonho que deixar o Brasil honesto como herança para seus filhos e, também é verdade, ainda é um país onde seu povo não perdeu o gosto de desfrutar o que eles têm, seria um lugar melhor ainda deve haver um movimento capaz de indignados limpeza da escória de corrupção que agora envolve todas as esferas de poder.