O primeiro-ministro inglês, Gordon Brown, pertence ao Partido Trabalhista, que apesar do nome tem longo histórico de fazer praticamente a mesma coisa que os conservadores, com algumas nuances mais arrojadas. A gente conhece esse filme no Brasil com o PT e Lula. Assim como Lula, Brown tem contra ele a mídia conservadora, defensora dos interesses dos que viram o seu governo reverter o privatismo liberal herdado de Margaret Tatcher e fazer o estado intervir pesadamente para segurar a barra da crise, que aqui é bem pior que no Brasil.
A pancadaria do momento contra Brown foi gerada porque tem o hábito de diariamente mandar uma carta escrita de próprio punho aos parentes de algum soldado inglês morto nas guerras do Iraque ou do Afeganistão, e numa delas sua letra ruim deu a entender que havia errado o sobrenome da mãe do militar. Isso foi o suficiente para o The Sun e toda a imprensa cair de pau, dizendo que ofendeu a honra do morto, da família, o escambau. A coisa ganhou ares escandalosos, coisa para tentar derrubar governo, com o pessoal do Partido da Imprensa Golpista (PIG) tenta no Brasil.
Uma das razões para esses ataques está na proposta que Brown fez ontem de taxação das transações financeiras internacionais, com base na chamada Taxa Tobin, uma espécie de CPMF sobre os capitais especulativos, que além de dar transparência à jogatina também destinaria recursos ao combate à miséria no mundo. Os jornais daqui tratam o assunto como se fosse haver aumento de impostos para o cidadão inglês, e nesse ponto chegam a ser piores que alguns dos jornais mais à direita do Brasil.
Como política é igual em todo o mundo, hoje vi na porta da casa de máquinas na rua embaixo da ponte da Torre de Londres (Tower Bridge, que é pública) a inscrição da foto acima, muito ilustrativa da bandalha política global e atemporal. A própria ponte, construída há mais de 100 anos, foi motivo de forte polêmica na época. A mídia política também teu seu (baixo) padrão internacional.
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