sexta-feira, 30 de maio de 2014

YOUTROUXA 0105 : "Governo é contra o projeto de Aécio para melhorar o Bolsa Família"

Na periferia do Facebook encontrei um lixão chamando "É mentira do PT", especializado em caluniar, difamar, manipular e mentir como tantos outros onde desinformados buscam assunto para compartilhar estupidez nas redes sociais, onde tinha essa figurinha aí.

O mais interessante é que a mentira já está explícita: Aécio querer melhorar o Bolsa Família. Peraí: eles não são contra o programa, que chamam de Bolsa-Esmola, de Bolsa-Vagabundo, que serve para sustentar mulheres parideiras que não querem trabalhar? Que desestimula as pessoas a buscarem emprego? Que não ensinam a pescar e ficam dando peixes? Como é que agora passaram a ter amor pelo programa que é referência mundial no combate à miséria?

Aécio mente e faz demagogia. Chega a ponto de dizer que o programa foi criado pelo FHC. Só se for como o Plano Real, criado no governo Itamar pelo ministro Ricúpero.

O desespero em tentar surfar no Bolsa Família é tal que um deputado do PSDB chegou a propor um projeto de lei criando o 13o "salário" do programa. Foi rejeitado numa comissão da Câmara, mas se aprovado daria cada vez mais cara de emprego aos beneficiários do programa, que não foi feito para ser eterno. À medida que as pessoas deixam a linha da miséria o programa cessa. Mais de 1,6 milhão de pessoas já saiu do programa. Incorporamos o vídeo da ministra Tereza Campelo falando do Projeto de Lei aprovado no senado, que deturpa o programa.

Pelo projeto de Aécio os maiores de idade seriam forçados a fazer um curso profissionalizante senão perderiam o emprego. E onde não há oferta? E se só tiver vagas para profissões que não interessam aos que já trabalham. E que papo é esse, Aécio, de profissionalizante se o governo FHC fez até uma lei para impedir a criação de novas escolas técnicas, derrubada no governo Lula. Desde então foram instaladas 214 escolas técnicas e criado o Pronatec, que já matricula 8 milhões de pessoas. Mais demagogia para engana otários.

Agora não tem mais direitista inimigo do Bolsa Família? Até os mais radicais  saem em defesa do "bolsa família criado pelo fhc" e do projeto do Aécio de transformar o programa em emprego. E o PT é o bandido porque vetou essa deturpação de propósitos do programa? Ah, e quando o projeto for vetado por Dilma a mídia dirá que o PT quer acabar com o Bolsa Família criado pelo FHC. É esperar para ver. São profissionais da enganação, e só os trouxas não enxergam isso.

E todos os que disseram que o programa é eleitoreiro? Se fosse assim, no governo FHC ele teria eleito o José Serra. Ou não é eleitoreiro, ou não havia nada. ou os dois. Fazendo os outros de trouxas pela desinformação. Bonito, né? Como tem gente que de uma hora prá outra resolveu gostar de pobres...


quinta-feira, 29 de maio de 2014

YOUTROUXA 0104 : "7 países da América Latina crescem o dobro do Brasil"

Na classe média brasileira há um grande contingente que teve incipiente formação em matemática, em economia e principalmente política, e se submete a manipulações com números de fazer corar a qualquer um que tenha mais noção. Aí proliferam os "matemágicos" que fazem as pessoas acreditarem em versões como ilusionistas enganam suas platéias. Outros, por interesses políticos ou má-fé, pegam os dados e escrevem suas visões em cima, sempre negativas quando se trata de economia brasileira. Vamos a mais um desses exemplos. 
Essa figura ao lado atribuída à revista Exame da Globo afirma que 7 países da América Latina crescem o dobro do Brasil, com base nos seus PIBs. O que é PIB? Uma medição da riqueza do país, composta de diversos fatores econômicos. Um deles, por exemplo, é o investimento em novas construções como prédios, portos, estradas, portos, aeroportos, etc. Ao se comparar, por exemplo, quanto significaria em termos de percentual do PIB uma Copa do Mundo, estimada em 10 bilhões de dólares (R$ 25 bi) considerados estádios (R$ 8 bi), portos, aeroportos, estradas, mobilidade urbana, segurança, etc, veremos na tabela elaborada pelo Blog do Branquinho (valores em bilhões de dólares) que isso significa 0,46% da nossa riqueza. Se o investimento fosse feito na Bolívia representaria 33,33% do seu PIB. Trocando em míúdos: não dá para comparar PIBs sem considerar o tamanho da economia. 
O que o gráfico fez foi comparar time de terceira divisão com outro da primeira divisão.
Em 2013 o PIB brasileiro cresceu 2,3% (não 2% como diz o gráfico) . Isso multiplicado por 1327 bilhões de dólares resulta em US$ 50,37 bilhões, o equivalente, em apenas um ano, a 1,5 vezes o PIB da Bolívia, 90% do PIB Uruguai ou o PIB inteiro da Costa Rica. O Peru, que cresceu 6,56%, acrescentou à sua riqueza US$ 14,24 bilhões, menos de 1/3 que o Brasil.
Colocamos na tabela o México, queridinho da mídia econômica mundial, segunda economia da América Latina, que equivale a 60% do PIB do Brasil, para fazer uma comparação com um país mais parecido em tamanho. Eles cresceram em 2013 menos que o Brasil: 1,2%. Mesmo assim produziram o mesmo volume de riquezas que o Peru ou o Chile. 

Países com baixo PIB por habitante precisam crescer rápido para superar a miséria. E há países com população reduzida e bem educada que recebem grandes investimentos por oferecer melhor mão-de-obra, como no caso do Chile e Uruguai. A taxa de crescimento do Brasil não é nenhum "pibinho" como a mídia quer retratar. Foi a terceira maior do mundo. E os que decresceram, com redução do PIB? 
Só mais uma comparação com base na tabela: o Brasil tem o dobro do PIB desses sete países somados (US$ 1327 bi), mas tem menos do dobro da população deles somada (125 milhões), ou seja, temos um PIB "per capita" superior ao da média dos demais. 

Mais um gráfico para pegar trouxas. Peguei esse no site do senador Álvaro Dias com comentários de assessor que também entende muito de manipular números para dizer que o Brasil não cresce nada, ou seja, não prestamos, somos os vira-latas da América Latina. 


quarta-feira, 28 de maio de 2014

FANOAPÁ 0067 : Luta anti-Copa perde eixos e incita o martírio alheio

Foto do blog Tijolaço
Surgido no ano passado no rastro das mobilizações contra o aumento de passagens de ônibus, o movimento #naovaitercopa era afirmativo, ou seja, não iria haver o evento e ponto. Colocaram um grupo de falsos condicionantes como "não vai ter Copa se não tiver saúde, educação, transporte, segurança, reforma do sistema político, fim da corrupção" e tudo mais que fosse ao encontro da insatisfação popular multissecular. Com o apoio da mídia interessada em desestabilizar o governo Dilma buscando golpear ou facilitar a vida eleitoral da oposição em 2014, a adesão ao movimento foi grande, levada a todo o país por transmissões de TV ao vivo mostrando confrontos. E uma ofensiva por redes sociais e todos os demais meios de comunicação contra o governo, incitando o ódio e fazendo até esquecer os motivos da luta.

Dilma no ano passado virou o jogo. Ou ganhou tempo. Com o povo que estava nas ruas aproveitou para aprovar verbas do pré-sal para saúde e educação, liberar recursos para mobilidade urbana e o xeque-mate: propôs um plebiscito para decidir se haveria uma constituinte sobre o sistema político. Nesse ponto a mídia recuou e a violência fascista passou a aparelhar os movimentos, e as pessoas se dispersaram. Nenhum movimento convocado pelo #naovaitercopa conseguiu mais que a adesão de uns gatos pingados a partir dali. E os seus líderes passaram a aparelhar tudo que outros juntassem gente para jogar contra a Copa.

Nesse meio tempo a verdade foi aparecendo. Até a grande imprensa admite que o dinheiro gasto com os estádios não foi do governo Dilma, que emprestou aos estados, portanto não tirou as verbas existentes no orçamento de saúde e educação. E que o valor dos estádios não seria mais que uma quinzena do orçamento da educação. Só de impostos o evento Copa já arrecadou o dobro do valor dos estádios. E se tudo der certo o Brasil terá criado um volume de benefícios à economia da ordem de R$ 140 bilhões, com geração de emprego, elevação do PIB, etc.

Junto com a mídia apostaram que seria fácil não ter Copa a partir da presumida incompetência do governo em terminar os estádios, aeroportos e outras obras de grande porte. Perderam. O que não foi feito não era para a Copa, mas eventos de longo prazo do PAC que foram antecipados. O que temos dá tranquilamente para fazer a Copa das Copas, como anuncia o governo. Como o fracasso anunciado não aconteceu, o jeito é partir para a radicalização, no entender deles.

Sem analisar a conjuntura, vão ficar cada vez mais isolados. Como o movimento minguou nem o governo nem o Congresso se animaram a aprovar uma lei antiterrorismo que criminalizasse os as lutas sociais, o que seria um imenso retrocesso democrático. O forte aparato de segurança será disponibilizado para garantir a realizaçãodo evento a ferro e fogo. Entende o governo que a sabotagem à Copa e o impedimento de qualquer parte da programação custaria alto à imagem do Brasil no exterior. Por isso mesmo as proximidades do evento serão como uma cerca elétrica: chegou perto, vai dar choque.

Outra mudança conjuntural foi a postura da mídia. Se em junho passado propagandeavam os eventos de lutas e transmitiam ao vivo, depois passaram ao apoio sistemático mas discreto (desde que causasse estragos ao governo Dilma) e agora... hora de faturar! O que era um evento criminoso e pecaminoso porque roubaria dinheiro da saúde e educação das crianças, na mídia agora virou uma imensa festa, onde cada estádio contra o qual lutaram virará a Meca para onde se dirigirão os fiéis do futebol.

A Globo não pode mais dar destaque ao anticopa. Ela agora é a Copa! Geradora oficial de imagens que serão vendidas a todo o mundo. Precisa que o povo mude de atitude para melhorar a imagem dos seus anunciantes e de seus produtos. Vão passar da oposição à trégua e ao ufanismo em poucos dias. Por essas e outras o Jornal Nacional de ontem não deu mais que 15 minutos de espaço para mostrar um índio numa manifestação em Brasília flechando um policial.

Quem só viu essa imagem e não a história toda vai criminalizar os índios. O que a mídia não mostrou foi a manifestação dos povos indígenas no Congresso Nacional contra uma PEC que os prejudica na demarcação de terras e por garantia de vagas para representantes indígenas no Congresso Nacional. Faz parte da semana de mobilização que fazem todo ano. Não houve nenhuma repressão a isso. O que fez uma manifestação pacífica e justa dos indígenas por reivindicações virar uma batalha campal? Os índios são contra a Copa? A lógica diz que não deveriam ser, já que os 500 mil gringos que virão poderão comprar artesanato indígena e será uma oportunidade de faturar mais e levar ao mundo a arte nativa.

No meu entender, o movimento contra a Copa entrou num momento de desespero. As pessoas, o povo em geral, querem a Copa. 77% acreditam que o Brasil vai levantar a taça pela sexta vez. Aos poucos o clima de festa vai deixando sem margem de ação as oposições. De repente as pessoas estão saindo da depressão, deixando de lado a lavagem cerebral que incutiu por motivos políticos que a Copa seria algo criminoso ou pecaminoso e começam a enfeitar ruas, trocar figurinhas, fazer bolões, e até os "contra" mais abastados, os tais "coxinhas", já estão com ingressos nos bolsos, dinheiro para pagar os altos preços de bebidas e comidas nos belíssimos estádios sem chiar e mandar "selfies" para as redes sociais. Como quem diz: "estou aqui neste estádio construído pela miséria do povo num evento que boicotei, sabotei e falei mal, para vaiar a presidente que fez isso acontecer porque nunca gostei dela".

Com a perda dos eixos, do apoio de mídia e popular, e principalmente tendo alimentado ódio à Copa nas mentes de alguns militantes, a eles não cabe analisar a conjuntura e reformular as ações. É possível criar fatos políticos para denúncias ou reivindicações aproveitando os 14 mil jornalistas que estarão nos eventos. Exemplo: na greve dos professores no Rio aparelhada pelo "#naovaitercopa" uma professora com um cartaz em inglês mostrando em dólares quanto era um ingresso de jogo e o salário de professor circulou pelo mundo através da BBC inglesa. Há motivos de sobra para protestar, como por exemplo a PEC 65, que poderá aumentar os salários de juízes, e depois do legislativo e executivo em cadeia, em 35%.

A radicalização poderá acontecer, associada a interesses em detonar no exterior a imagem do Brasil. Greenpeace banca a vinda de instrutores de manifestações às vésperas da Copa. Entidades internacionais de direitos humanos estão de olhos atentos no Brasil. Em julho as 5 potências emergentes criarão o Banco dos BRICS acertando negociações sem dólares que tiram poder dos EUA. Temos uma fortuna inestimável de petróleo que causa a cobiça dos Estados Unidos e outras potências. E um governo que se coloca como obstáculo a todos esses interesses e que vai ser combatido com tudo. Um desastre na Copa repercutindo pelo mundo, entendem eles, seria a bala de prata para matar o vampiro brasileiro.

Se o povo não está nem aí mais para as questões políticas, se a mídia agora só quer faturar, se não conseguem mais juntar gente para lutar contra a Copa uma forma perigosa de criar fatos midiáticos pode ser a incitação ao martírio. Dos outros. Empurrar para a cerca elétrica os movimentos sociais justos que reivindicam em meio à Copa, sem se preocuparem se haverá cadáveres midiáticos a serem explorados pelos  que patrocinam outros interesses. Isso não é mais ação de movimento social, já é coisa de seita extremista.

Todo apoio aos povos indígenas, aos rodoviários, aos professores e a todos os que lutam por uma vida melhor é o correto, com ou sem Copa.  O #naovaitercopa perdeu o sentido e os militantes sérios que insistirem nisso passarão por pastores que pregam o apocalipse, virando motivo de escárnio pelo povo. 

sábado, 24 de maio de 2014

COPA : Novos paradigmas de qualidade para o movimento social

Quando era criança ouvia dizer que os serviços públicos só iriam melhorar no dia que os mais ricos os usassem. Faz sentido. O miserável tende a achar qualquer migalha que prolongue sua vida por mais um dia como dádiva, sem questionar qualidade. O que vier está bom, como nas propagandas eleitorais onde a pessoa está num lugar deplorável mas agora tem pavimentação na rua, e diz sorrindo : "agora melhorou 100%". Se a rua se acabar na primeira chuva e tudo voltar ao que era antes ninguém ouvirá a chiadeira, afinal, para muitos aquilo foi uma concessão, ninguém lutou para merecer o benefício, etc.

Aeroporto de Brasília - novo terminal
Do outro lado, alguém que tenha tido o melhor resistirá a descer para o pior. Quem já foi a um país estrangeiro mais equilibrado socialmente e vê a sociedade com alto nível de organização fica indignado ao voltar ao Brasil, porque não entende como somos tão "atrasados". E quase todos os dessa condição pregam pela melhoria da sua vida, do seu bairro, numa perspectiva egoísta. "Quero o padrão americano para mim, e dane-se o resto", é o discurso.

Terminada a ditadura, onde não se podia reclamar e o judiciário era inexistente, criaram-se instrumentos para a exigência de qualidade, como o Código do Consumidor, os juizados, Procons, etc. A mídia também dedica espaços a denúncias e muitas pessoas ficaram mais exigentes. Hoje o comerciante já sabe que poderá ter prejuízos se vender má qualidade.

Nossos carros, por exemplo, foram chamados de carroças pelo Collor, que gostava de esbanjar tecnologia. Aí abriu a importação e o que chegou foram os Ladas russos, muito rudimentares, por causa do preço. Hoje o governo impõe cada vez mais requisitos para nivelar os veículos fabricados por aqui com os feitos no exterior. Recentemente foi imposto o airbag. Houve chiadeira, disseram que os carros iam ficar mais caros mas aparentemente isso não aconteceu. Saiu por conta do "lucro Brasil", aquela parcela de sobrelucro dos fabricantes.

Estádio Mané Garrincha - Brasília - Copa das Confederações
E a Copa com isso? Acredito que o tal Padrão FIFA tenha sido um motivador de insatisfações que levaram as pessoas às ruas e ao descontentamento que vemos agora às vésperas dos jogos, à medida que as obras e serviços vão sendo entregues. Quem faz estádios e aeroportos de padrão de primeiro mundo também faz casas populares, escolas e hospitais assim, protestam alguns. Por que o esquema de segurança da Copa não é feito o tempo todo em todo lugar? Por que o país todo não tem os BRTs, a telefonia 4G, que algumas cidades ganharam para a Copa?

Considero que um dos legados da Copa foi o estabelecimento de novos paradigmas, novos referenciais. O discurso da classe média que sequer usa hospitais ou escolas públicas denunciando que o que existe não presta alcançou os setores emergentes da nova classe média e mesmo os excluídos. Há um ódio generalizado à Copa como se algo lhes tivesse sido arrancado, como se coisas mais importantes fossem preteridas, o que é uma meia verdade. O que foi gasto e que deixará legados materiais por muitos anos não custou nem um mês do que se gasta com educação.

Uma outra consequência esperada veio da exclusão da maioria do povo do processo de decisão dos eventos de preparação da Copa. As remoções de favelas ganharam visibilidade bem como os dramas dos atingidos, incluindo os esquecidos na luta cidadã. A implantação de Unidades de Polícia Pacificadora no Rio, por exemplo, ao mesmo tempo que abriram uma nova perspectiva para a maioria das pessoas das comunidades que eram oprimidas pelo tráfico também trouxe à luz as atrocidades policiais que eram ocultas antes dos holofotes dos movimentos anti-Copa. Até os traçados de obras de mobilidade passaram a ser questionados. Tudo isso, infelizmente, muito depois das obras já estarem em andamento. Mesmo assim a manifestação popular passou aos políticos a reprovação pelo autoritarismo decisório.

A realização da Copa também é um tapa na cara dos que apostaram na incompetência do Brasil em todos os sentidos. Infundiram pela mídia nacional e estrangeira a idéia do "desastre" ou "vexame" do Brasil diante do desafio de organizar um evento dessa magnitude, por sermos uma nação de "vira-latas" que só aprecia o que fazem no exterior e se sente incapaz de fazer algo do padrão do "primeiro mundo". Esse paradigma também foi destruído. Fomos capazes de organizar uma coisa complexa como a Copa, o mundo todo vai ver isso, apesar de sermos um país com problemas sociais, etc, etc. Se podemos fazer isso, podemos mais.

Se fizemos tudo isso para um evento como a Copa, imaginem como pode ser depois da Copa?

Historiadores colocarão a Copa com uma espécie de fato gerador de mudanças que durarão por anos. Se o povo não fosse para as ruas, independentemente dos interesses envolvidos, o Congresso não dedicaria os recursos do pré-sal para a saúde e educação. A maioria queria entregar os royalties a todas as prefeituras e governos estaduais, sem "carimbar" as verbas com obrigações de uso. Com a mobilização Dilma conseguiu passar sua proposta de reserva de recursos para a educação e saúde. Mais ainda: conseguiu apoio para a aprovação do programa Mais Médicos, que hoje já cobre uma população de quase 50 milhões de pessoas.

Nas próximas lutas oriundas do "efeito Copa" estão o planejamento do uso dos recursos do pré-sal destinados à saúde e educação. O que queremos? Fazer mais do mesmo? Claro que não. Precisamos de um projeto que em poucos anos eleve a qualidade de saúde e educação, e, sem utopia, um dia elimine a mercantilização desses setores, com escolas, professores, hospitais e médicos qualificados, valorizados, com recursos materiais suficientes para desestimular a existência de planos de saúde ou escolas privadas.

O principal paradigma pulverizado foi o da submissão ao estado, aos políticos, à repressão e às máfias da mídia. Mostrou-se que dá para encarar o sistema, e a consequência que não foi completada será a radical mudança do sistema político. Nestas eleições a pauta de uma Constituinte Soberana deve segregar o joio do trigo na hora de escolher candidatos. Quem for a favor poderá ter o voto. Os contra, fora.


Talvez Blatter, Walcker e a FIFA jamais pensassem que a arrogância imperial deles pudesse trazer tantos desdobramentos na história do Brasil. Os governantes que conseguiram a Copa e a viabilizaram também devem ter percebido que se fossem começar hoje todo o processo não seria mais a mesma coisa. O povo mudou, o país mudou, e as futuras decisões terão que contar com mais participação social.


sexta-feira, 23 de maio de 2014

COPA : Dilma vira o jogo e pode atrair mais ódio e terror.

Quando Felipão levou a escalação da seleção aos 800 jornalistas de todo o mundo presentes ao evento acabou a dúvida sobre a realização da Copa. A partir de então tudo o que foi dito contra ela tirará audiência do espetáculo, o que não é bom para meios de comunicação, patrocinadores e a própria FIFA.

No front político, a oposição agendou para maio a "tempestade perfeita", conjugação de fatores que levariam Dilma ao aniquilamento em plena Copa. Pesquisas maceteadas chegaram a apontar até que haveria segundo turno. CPI da Petrobrás bombando na mídia. Promessa de grande caos às vésperas da Copa. Ofensiva de ódio pelas redes sociais. Escalação de intelectuais para denegrir o governo aqui e no exterior. Propaganda de inflação em descontrole, pibinho. Campanha difamatória de Dilma nos programas eleitorais da oposição chamando-a de incompetente. E tome mentiras sobre os gastos da Copa.

Hoje a Folha fez uma conta básica e deve ter murchado muita gente que até ontem jogou pedras no governo por ter "gastado o dinheiro da saúde e educação com a Copa". Simplesmente todo o gasto com o evento, inclusive as benfeitorias de aeroportos, portos, BRTs, comunicações, segurança, tudo junto, chega ao equivalente a um mês do que se gasta com educação. Se considerarmos só os estádios, são 10 dias de orçamento. Mesmo assim, não houve um só centavo gasto pelo governo Dilma com os estádios, que tiveram empréstimos do BNDES para clubes e governos estaduais que serão pagos. Isso também já começa a ser mostrado nas redes sociais e muita gente começa a perceber que foi enganada o tempo todo.

As fichas estão caindo. Todo o terror feito começa a ser questionado. A inflação recuou e está sob controle. Os estádios ficaram prontos. Obras de grande porte de aeroportos e acessibilidade estão sendo entregues. O povo desconsidera tudo o que foi dito de negativo até aqui e coloca suas bandeirinhas e pinta ruas de verde-amarelo. A CPI da Petrobrás esvaziou-se no eleitoreirismo da oposição. Os movimentos prometidos para criar clima de convulsão não estão rendendo o esperado, já tendo sido queimados cartuchos em transportes e polícias. Até a tentativa de se apropriar do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto - MTST - como tentaram fazer no ano passado com o Movimento Passe Livre, já foi rechaçada pelos organizadores. 

Vai ter Copa. Quem diz o contrário agora é antipatizado pelos milhões que já trocam figurinhas de álbuns da Copa em qualquer esquina, local de trabalho, shopping. E até pelos hipócritas que fizeram de tudo para dar errado e já estão com os ingressos nos bolsos, esperando a hora de mandar seus selfies para as redes sociais esnobando por estar num estádio maravilhoso na Copa.

Até a Globo vai ter que suspender a campanha negativa por absoluta incompatibilidade ética com os interesses econômicos da FIFA e dos patrocinadores, que querem a imagem mais positiva possível para agregar valor a marcas e produtos. Isso, claro, se entender que cumprir suas obrigações é mais importante que sangrar o governo e estabelecer o clima golpista que cultivou até aqui. Quando acabar a Copa, em julho, estaremos às portas da eleição. E bastará botar Dilma falando das realizações e dos fantasmas do passado que uma definição no primeiro turno estará cada vez mais próxima.

E aí, o que pode fazer a oposição para evitar o "desastre" de tudo dar certo, da imagem do Brasil perante o seu povo e no mundo ser enaltecida, das pessoas ficarem felizes e desfazerem o clima de negatividade que leva ao ódio?  As pessoas sabem que o governo já fez a sua parte, e a cada dia se percebe que fez muito bem. Estão ficando orgulhosas dos seus estádios, dos novos aeroportos, das novas alternativas de transportes. Tudo de ruim que se disse está se dissipando. Só restará à oposição a radicalização.

De que forma vão fazer isso? Vaiando Dilma no estádio? Amplificar críticas no exterior via mídia bandida aliada? Botar mais famosos para falar mal da Copa? Recorrer aos mercenários para tensionar o clima com ataques a alvos que possam impedir a Copa? Terrorismo tipo sabotagem de transmissão de imagens, apagão elétrico, fechamento de estradas e avenidas impedindo a circulação de pessoas e mercadorias? Tudo junto?

Como a direita é normalmente focada nos seus mais mesquinhos objetivos e não tem muita noção de conjuntura, são capazes de tudo isso. E se conseguirem, por exemplo, impedir a realização de um jogo, essa conta vai para o o governo ou para os contra a Copa? Com o clima de contagem regressiva fazendo as pessoas gostarem do evento ou reduzirem restrições diante do inevitável, um ato terrorista teria o efeito do atentado do Riocentro: a bomba explodiria no colo da oposição. Isso seria Dilma na TV repudiando o crime, a população revoltada e a cobrança por responsáveis chamando ao linchamento político de quem fosse responsabilizado.

Ao meu ver, Dilma virou o jogo. Teve muita sorte, porque o inimigo usou de tudo e não descansou na tentativa de inviabilizar não só a Copa, mas a economia e a realização de qualquer coisa positiva. Vão continuar tentando, porque são estúpidos e incontroláveis. Cabe a todo mundo evitar essa tragédia em todos os sentidos, porque não vai ser bom para ninguém. 

MÍDIA BANDIDA 0059 : Espalhar depressão para promover a estagnação econômica e o ódio

Não há uma notícia boa para o país que a mídia bandida, partidária e dolosamente, não acrescente elementos com a clara intenção de negativar, de reduzir, de incitar a indecisão nos agentes econômicos e ao mesmo tempo fazer a pressão sanguínea dos espectadores subir.

Imagine o sujeito indo para o trabalho já na 3a condução, atrasado, indo ganhar uma merreca e ouvir esculachos o dia todo, ouve no rádio uma manchete de jornal que diz que "governo prevê que inflação ficará acima do previsto". Qual a reação esperada? "Essa porra desse governo está me lascando com essa inflação descontrolada". Já o empresário no seu carro, que saiu de casa pensando na conjuntura e decidindo sobre investimentos e estoques, ouve a notícia e  pensa logo: "vou segurar as compras, adiar a ampliação e aumentar os preços".

A manipulação do consórcio chamado PIG - Partido da Imprensa Golpista - incide diretamente sobre a Pesquisa Focus, do Banco Central, que afere as expectativas dos agentes econômicos. Em abril a pesquisa apontou que, no entender do mercado, a inflação passaria do teto da meta até o fim do ano, atingindo 6,51%. E não havia nenhum indicador forte da economia para essa opinião negativa. Desde então a inflação foi caindo e a expectativa do governo para 2014 passou a ser de 5,30%. Ontem o governo atualizou a expectativa para 5,6%, ou seja, dentro da meta, menor que a de 2013. Normal, controlado, deveria ser algo tranquilo.

Destaque de hoje vai para o Diário do Comércio com a seguinte pérola do dia: "Governo admite : Inflação será maior em 2014". Será que isso é o mesmo que o que diz a matéria:
 "O governo elevou as projeções de inflação neste ano, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 5,30% para 5,60%. O novo índice consta do segundo relatório bimestral sobre as receitas e despesas da União, divulgado ontem pelo Ministério do Planejamento"

 Inflação maior que o que? Que a de 2013, que foi de 5,91%, segundo o IBGE? Como hoje as pessoas só enxergam manchetes sem ler matérias, o coitado que passar na banca e vir esse título irá xingar Dilma e se tornar receptivo a outra matéria de hoje: "Aécio sobe 6% no Ibope", notícia onde a novidade seria "Dilma interrompe queda e volta a crescer em pesquisa Ibope". Pode ser que tudo isso somado leve a uma outra manchete insólita de hoje: "Dilma sobe entre os mais ricos e Aécio melhora entre os mais pobres" .


quinta-feira, 22 de maio de 2014

Manifestação de rua vende produtos?

No ano passado a fabricante de automóveis Fiat estava com uma campanha de marketing poderosa, tendo a música #vemprarua como facilitadora em meio à imagem dos veículos anunciados. Eis que, de repente, a música é apropriada por manifestações de rua e vira o hino de milhões de pessoas.

Sem ser anunciante na Copa da Fifa, contra a qual a fúria de uma parte dos protestos se focou, aparentemente teria a simpatia de um amplo setor de classe média que também se juntou ao movimento. Enquanto isso a Hyundai, patrocinadora oficial, via suas lojas sendo quebradas por ser patrocinadora.

Agora a Fiat lança nova campanha da sua linha 2015 com outra música que parece encaixar-se com o contexto de protestos, mais uma vez convocando à rua. A questão que levanto é se houve realmente ganhos no ano passado para a Fiat e perdas para a Hyundai. Os números da ANFAVEA não mostram isso:

CARROJANEIROFEVEREIROMARÇOABRILMAIOJUNHOJULHOAGOSTOSETEMBROOUTUBRONOVEMBRODEZEMBROTOTAL
1VW Gol223371571519227215811995522541221222262022060217202036124828255067
2Fiat Uno180241110915235174631835216325158781407914528144101585213114184369
3Fiat Palio173581313014041166541547414086167191516712896133141386614319177024
4Ford Fiesta Hatch72155550913983191139512994143751354111992132641264216299136725
5VW Fox/CrossFox12436859597281197910626138061102910439964310372939811887129938
6Fiat Siena98506820855810405107489580108341268612647123781157913747129832
7Fiat Strada10204821990031174511081117641089311657112178822695011313122868
8Hyundai HB209029101781253612118963184081042895378671104681006611318122388

quarta-feira, 21 de maio de 2014

YOUTROUXA 0103 : "Como proteger seu patrimônio em caso de reeleição da Dilma"

Caríssimos trouxinhas: se você já assina Veja, compartilha TV Revolta e assiste piamente a todos os telejornais da Globo acreditando nas suas verdades, aí vai um grande negócio para você: consultoria patrimonial para sobreviver à reeleição de Dilma.

Terror e medo é isso. Acontece que os operadores do mercado sabem muito bem o comportamento dos parâmetros diante de um governo que tenta, mesmo sem conseguir, baixar as taxas de juros. Que tenta tirar a gordura dos preços do setor energético. Que investe no setor de infra-estrutura usando concessões. Que investe em novas fontes de energia. Que distribui renda, promove a educação técnica, que prepara uma geração para suprir as deficiências de mão-de-obra atuais. Que estimula o consumo.

No ano passado Dilma levou as taxas de juros reais a incríveis 0,66% em abril. Coincidentemente, em junho houve orquestração de mídia, mercenários e oposição para sua derrubada. Se fosse num país capitalista avançado a redução dos juros levaria à valorização das ações. Aqui, leva ao golpe para favorecer rentistas e banqueiros.

Na bolsa a aliança da mídia terrorista com interesses partidários de direita fizeram das ações da Petrobrás um raro caso onde as ameaças à governança valorizam os ativos. Se as ameaças param elas caem. Se Dilma desce nas pesquisas elas sobem. Se para de cair, caem. Adam Smith deve se revirar no túmulo com isso.

A melhor maneira de se proteger da picaretice que manipula o mercado é votar na Dilma, apoiar a Constituinte para o sistema político feita sem os políticos do congresso e regulamentar a mídia para que as seis famílias donas da verdade parem de manipular a realidade. Inclusive o mercado.



terça-feira, 20 de maio de 2014

MÍDIA BANDIDA 0058 : A campanha de descrédito contra as obras de infra-estrutura

Quando o PT no seu programa partidário provocou o PSDB chamando o povo a escolher entre acelerar as mudanças ou voltar a um passado sombrio, a ordem unida da mídia bandida foi desfazer com mentiras e manipulações toda e qualquer coisa feita por Lula e Dilma que possa desmoralizar o governo FHC.

Aí começaram o Reinaldo Azevedo a tentar dizer que as 18 universidades e 214 escolas técnicas dos últimos 11 anos já eram coisas projetadas no passado, a Exame a dizer que as obras públicas estão em estado de coma, inacabadas e caras, etc, etc.

Um desses deputados anônimos da oposição foi ao plenário da Câmara dizer que Dilma fez viagem eleitoreira a Cabrobó só para dizer que a obra da transposição do São Francisco está andando. E as revistas colocam fotos antigas de trechos parados para ilustrar que "está tudo parado". Veja o vídeo deste link e confira. 

A essa altura, com o teste do Itaquerão no fim de semana, já se esqueceram que disseram que não ia ter Copa por incompetência do governo em fazer acontecer as obras. Mas já começaram o mimimi de reclamar porque teve uma goteira, um sanitário sem tampa, que o metrô não chega até dentro do gramado, etc. A memória seletiva é escandalosa, e isso vai ser cobrado durante as eleições.

Talvez a mais incompetente na azaração tenha sido a VEJA. Chegou a prever que os estádios não ficariam prontos até 2038!. Sobre o aeroporto de Natal, jurou de pés juntos que não sairia do chão. Resultado: no próximo dia 22 de maio será inaugurado o moderníssimo aeroporto de São Gonçalo do Amarante. Os vira-latas vão ficar chupando o dedo, porque mais uma vez o Brasil deu provas, a eles e ao mundo, que tem as capacidades para executar grandes projetos.





domingo, 18 de maio de 2014

MÍDIA BANDIDA 0057 : Globo está sendo ética com patrocinadores da Copa e a FIFA?

A Rede Globo obteve da FIFA o direito de ser a emissora oficial da Copa das Confederações 2013 e da Copa do Mundo de 2014 no Brasil. Pode emitir licenças de exibição. E é o canal de marketing por onde são divulgadas marcas e produtos dos patrocinadores oficiais dos eventos. A FIFA licenciou outras emissoras de TV e rádio nos diversos países do mundo que também levarão a bilhões de pessoas as imagens do esporte, das marcas, produtos e do país-sede. Veja a lista neste link. 

Como emissora oficial e em especial como responsável pelo melhor desempenho e audiência possível para valorizar cada centavo pago pelos anunciantes, caberia à TV Globo promover o evento positivamente, ou seja, criar expectativas e principalmente um ambiente que agregue valor à propaganda. Qualquer emissora de TV, aqui ou no exterior, até para sobreviver, tem que zelar pelo interesse do espectador em acompanhar o esporte por todo o evento. Isso passa por enaltecer qualidades de estádios, do povo, do país, das cidades, enfim, elevar o nível do evento para que as pessoas recebam valor agregado.

Ninguém vê, por exemplo, um jogador de time vencedor dizer que o outro time era fraco. Todos falam bem dos adversários para valorizar suas vitórias. Uma empresa de TV estrangeira, por exemplo, não pode anunciar algo como "vem aí a Copa do Mundo do Brasil, aquele país miserável onde o governo acabou com a educação, a saúde e espanca seu povo para promover esse evento que vamos transmitir, fazendo de você co-responsável por todas essas atrocidades". Claro que não vão fazer isso. Não vêm ao Brasil para falar dos nossos problemas, mas para ganhar dinheiro com a transmissão dos jogos. Podem fazer alguma crítica, mas vão ter que mostrar belezas naturais, alegria do povo, festas, etc.

Aí entramos no assunto da Globo. Fez de tudo para termos a Copa no Brasil visando seus interesses comerciais. Passou a cobrar do governo a execução do projeto de viabilização da Copa, senão não ganharia dinheiro no evento. Enxergando oportunidade política para desgastar o governo, participou ativamente da transmissão ao vivo e ininterrupta de protestos de junho do ano passado contra a Copa, numa atitude anômala, pois sempre se mostrou reativa a qualquer movimento social. Transmitiu imagens de pessoas praticando vandalismo contra bens de parceiros da FIFA na Copa. Enfim, contribuiu ativamente para o clima negativo que até agora faz muita gente, a 25 dias da abertura do evento, perguntar se vai ter Copa.

Por essa ação política no intuito de desestabilizar o governo, a Globo colocou em risco a Copa das Confederações. Se o país tivesse mergulhado num clima pré-golpista, nem a Copa em 2014 poderia ter sido realizada, já que todos os cronogramas de obras ficariam comprometidos. Até os interesses da FIFA correram grandes riscos com essa aventura política, pois sem Copa não haveria nenhum centavo de ingressos, anunciantes, etc. Isso foi ético com a FIFA?

Coloque-se no lugar, por exemplo, do Itaú, que durante as manifestações de junho passado foi o banco mais visado pelo vandalismo justo por ser patrocinador da Copa. Certamente pagou um preço na sua imagem como banco insensível aos "crimes" representados pela Copa que patrocinava. No que vai agregar a Copa ao valor da sua marca, com tanto clima negativo sobre o evento, com as pessoas achando-se criminosas por alegrar-se com os jogos em função da propaganda exagerada e às vezes mentirosa sobre o custo social e econômico do evento? Associar-se à Copa trará benefícios aos anunciantes, tendo a emissora oficial, que exibirá seus banners nos estádios, trabalhado para tirar o brilho do evento? Isso é ético, Arnaldo?


sábado, 17 de maio de 2014

MÍDIA BANDIDA 0056 : Copa é excelente momento para greve na Globo

Há poucos dias a revista Forbes publicou no seu ranking de mais ricos do mundo que a família Marinho é a mais rica do Brasil, com R$ 68 bilhões de reais de fortuna. Essa notícia contrasta com os salários dos funcionários das empresas Globo, responsáveis com seu sangue e suor pela acumulação brutal de lucros pelos seus patrões.

A empresa vem fazendo cortes abruptos em salários de jornalistas, o que está causando insatisfação. O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Rio de Janeiro acionou o Ministério Público do Trabalho para buscar mediação para os cortes. Segundo o site do sindicato "A resposta enviada pela empresa na semana passada foi considerada insatisfatória pelo Sindicato. Nela, a Globo afirma que os salários ficaram menores por conta da rigidez do controle eletrônico do ponto, adotado recentemente nas redações. Funcionários denunciam redução de até R$ 1.000 nos salários pagos em março."Isso foi em abril. Em maio os trabalhadores estão buscando mobilização para lutar contra as irregularidades na empresa.

Ainda segundo o site do sindicato, "Além do salário menor, há denúncias sobre jornadas de trabalho sequenciais de 14 dias sem folga, que a Globo alega ocorrer por um ‘acordo de cavalheiros’ com os funcionários. A DRT deverá questionar ainda a ‘dívida’ mensal de 21 horas, que a empresa diz ser referente aos sábados em que o jornalista não trabalha e recebe, e obriga o profissional a trabalhar mais do que a jornada legal de cinco horas mais duas extras."

Como a Globo está incitando, apoiando e repercutindo todo e qualquer movimento social que possa tumultuar o país às vésperas da Copa para depois conseguir ganhos políticos que trarão mais fortuna aos três irmãos Marinho, quem sabe sua mensagem não chega ao interior da empresa? Do mesmo jeito que se tenta pressionar o governo Dilma para conseguir ganhos, os funcionários da Globo poderiam tensionar a empresa, pelo fato de ser a TV oficial da Copa no Brasil. Uma greve agora traria enormes perdas para os patrões. Será que #naovaiterglobonacopa?

sexta-feira, 16 de maio de 2014

YOUTROUXA 0102 : "Cadê o trem-bala que Dilma prometeu para 2014?"

Os espertos de direita estão mandando para os trouxinhas essa foto reclamando do descumprimento de promessa de Dilma, que não fez o trem-bala, orçado em R$ 50 bilhões. Se a obra tivesse saído, eles estariam espalhando que o dinheiro da saúde e educação estariam sendo aplicados em transporte de rico, acessível a poucos. Já quando estivesse pronto, eles usariam como se nada tivesse acontecido.

O mesmo acontece com os estádios da Copa. Azararam de todo jeito para dizer que o governo seria incompetente para fazê-los. Depois, mandaram mercenários às ruas com o apoio de mídia para impedir a Copa. Isso tudo, claro, já com os ingressos para os jogos nos bolsos.

Enquanto houver otários os espertos nadarão de braçada. 

MÍDIA BANDIDA 0055 : Jornal inglês diz que havia um milhão de manifestantes no Brasil ontem

Foto do site Brasil 247 das manifestações em 15/05/14 no Rio e São Paulo
Enquanto as fotos de diversos jornais mostram pequenos grupos de até 1000 pessoas protestando, mesmo assim pegando carona em greves e manifestações sindicais com outras finalidades, o jornal inglês Telegraph conseguiu enxergar 1 milhão de pessoas protestando contra a Copa. Só no Rio seriam 300 mil! Não bastasse a mídia tupiniquim mentir, agora os gringos que apostam no fracasso do Brasil inventam coisas absurdas.

Pelas fotos do site do Telegraph parece que usaram imagens do ano passado. A foto 3 mostra a Presidente Vargas com centenas de milhares de pessoas, o que é algo impensável no dia de hoje. O interessante é que o programa Em Pauta, da Globonews, sequer usou sua estrutura para desmentir no ato a matéria que repercute no exterior. Passou recibo. Tudo que parecia a confirmar era se havia morrido uma pessoa. Nunca pensaria que um jornal de alguma credibilidade como o Telegraph iria se meter numa fraude midiática dessas.

O site G1, da Globo, fala em 1,3 mil pessoas na manifestação no Rio. http://g1.globo.com/rio-de-janeiro/noticia/2014/05/protestos-reunem-13-mil-pessoas-e-fecham-ruas-no-centro-do-rio.html

No mesmo site, fala-se em 4 mil pessoas reunidas em 9 pontos em São Paulo: http://g1.globo.com/sao-paulo/noticia/2014/05/protestos-de-sem-teto-e-sindicatos-fecham-anhanguera-e-marginais.html

Mais coerentes estão os números do site Brasil 247, que mostram o fracasso e a violência do #naovaitercopa nas manifestações do que seria o "Dia Internacional de Protestos contra a Copa". http://www.brasil247.com/pt/247/brasil/139972/naovaitercopa-mostra-minoria-violenta-e-falha.htm

Pergunta que não quer calar: por que o Em Pauta, da mesma empresa do G1, não desmentiu no ato os números apresentados pelo Telegraph como absurdos?

quinta-feira, 15 de maio de 2014

BRASIL VIRA-LATAS 0025 : "Vamos fazer na Copa uma vergonha mundial. Ôba!!! "

Há 3 anos "previram" tudo dar errado
Se no Brasil a mídia faz um grande estrago na mente das pessoas, mesmo com a possibilidade de debatermos com as pessoas próximas e as alternativas de mídia, imaginem o que não faz com as cabeças de quem mora no exterior? Até a eleição presidencial passada a Globo Internacional era o único canal que chegava aos milhões de brasileiros no exterior. Tive a curiosidade de comparar dados das urnas do TSE no exterior com a cobertura de TV, e na ampla maioria os votos foram do candidato do PSDB, enquanto no Brasil a candidata Dilma venceu com boa margem.

Hoje a Record também atua em 150 países e concorre com a Globo. Seu conteúdo às vezes mostra realidades que a Globo manipula, até como forma de se diferenciar. Mesmo assim, a grande (de) formadora de opiniões é a Globo. Seu canal vem em pacotes que também podem ser vistos pelos estrangeiros. E somada a essa força contra o Brasil há a mídia estrangeira, como o Financial Times e outros que têm no Brasil uma ameaça ao eurocentrismo. Assim como os coxinhas no Brasil odeiam pobres, os conservadores nos países ricos também odeiam países pobres. Em ambos os casos pelo mesmo motivo: não querem que ascendam para não ameaçarem o "status quo" deles.

A VEJA não enxergou que seríamos capazes
Quando o assunto é Copa do Mundo essa unidade externa contra o Brasil chegou ao nível de atacarem a nossa embaixada em Berlim, pois as pessoas passaram a crer que estamos levando o povo à miséria para construir estádios. Na Copa de 2010, na África do Sul, isso não aconteceu, e houve por lá um punhado de ocorrências que poderiam ter comprometido os jogos, de greves a problemas de logística. Além do mais, e aí está o cerne desse ódio, o Brasil já é a 7a economia mundial e em breve será a sexta, desbancando países europeus. Atua como líder regional na América Latina confrontando os Estados Unidos. Tem adotado política externa independente, alinhado com o Mercosul e o BRICS, batendo de frente com interesses de outras potências. Quer uma vaga no  Conselho de Segurança da ONU e tem papel importante na Organização Mundial do Comércio, na FAO e no G-20.

Nossos vira-latas, portanto, estão fazendo as pessoas daqui e de fora crerem que somos incompetentes, inúteis, corruptos, cruéis com os pobres roubando-lhes a saúde e educação, etc. Querem fazer da Copa uma vergonha para o país.  Ficarão felizes se algo manchar o evento mundialmente, principalmente se isso render votos nas eleições de outubro. Sairão pelo mundo todos fagueiros bradando: sou brasileiro, um cidadão de segunda classe, no meu país nada presta, somos incompetentes, nascemos para ser lacaios de potências estrangeiras, hahahahaha. E os gringos agradecerão, pois a imagem do país será seriamente afetada, implicando em descrédito na geopolítica, no comércio, serviços, etc.

Se tudo der errado haverá impacto negativo, mas já atenuado pela expectativa ruim. A virulência da mídia não poderá ser a mesma da oposição, já que a Copa envolveu recursos de estados (e não federais) governados pelos principais partidos, inclusive os da oposição.

O que não avaliam é que para quem chegou ao fundo do poço através da campanha difamatória, se algo der certo será lucro. Quando viajei para certos países li muitas críticas para ter noção dos perigos. Coisas aterradoras, por exemplo, sobre a China e a Rússia. Fui prevenido, não vi nada do que se dizia, minha expectativa era baixa e o realizado acabou sendo muito acima do esperado. Voltei maravilhado, falando bem das coisas que vi, incentivando outras pessoas a irem. Algumas foram e também gostaram. Isso pode acontecer por aqui.

PS: depois de postar encontrei um interessante artigo de Emir Sader sobre comportamento dos turistas no Brasil na Copa. Vale a pena ler suas abordagens. http://www.entrefatos.com.br/2014/05/14/carta-maior-recomendacoes-aos-brasileiros-sobre-os-turistas-na-copa/


terça-feira, 13 de maio de 2014

Fundos de Pensão : Sobrevivendo aos juros mais baixos e à política

Evolução SELIC e juros reais - Gov. Dilma - Fonte: Acionistas.com.br
Há poucos dias uma dessas notícias da campanha negativa da mídia dizia que diversos fundos de pensão de funcionários de estatais estariam sendo mal geridos por gente do PT, deficitários, etc. O fato é que os cenários de longo prazo estão mudando, e a culpa de fato é do PT, em especial de Dilma Roussef, que cometeu a "heresia" de tentar baixar as taxas de juros como nunca antes na história deste país.

Apenas para recordar, fechamos o ano de 2012 com a taxa de juros real (SELIC menos inflação) de 1,41%. Rentistas (pessoas e empresas que vivem de ganhar dinheiro de rendas de títulos ofertados pelos bancos) entraram em pânico, porque os ganhos desabaram. Para dar idéia disso, quando FHC deixou o governo no início de 2003 entregou a Lula uma taxa SELIC de 24,9% e uma inflação de 12,53%, ou seja, os juros reais estavam em 12,37%, fazendo a alegria dos rentistas.

Quem tivesse aplicado R$ 1 milhão no governo FHC, teria chegado à posse de Lula recebendo em 2002 algo na faixa de R$ 120 mil ao ano, dos quais se descontariam impostos, taxas de administração, etc. Algo bruto na faixa de R$ 10 mil por mês, muito dinheiro naquela época. Esse mesmo rentista, se tivesse em 2002 os juros reais do governo Dilma de 1,41%, levaria no ano R$ 14,1 mil menos encargos. Algo em torno de R$ 1200 por mês, naquela época.

Os fundos de pensão, que têm obrigatoriamente em suas carteiras uma pesada participação de títulos, nadavam de braçada até a posse de Dilma, quando o tucano Meireles deixou o Banco Central, que mesmo no governo Lula era um sindicato dos banqueiros (mantinha-se juros absurdos a preço de nada). Lula entregou a Dilma o Brasil com SELIC de 11%, inflação de 6,5% e taxa real de juros de 4,5%   (valores muito semelhantes aos atuais). Os rentistas ainda estavam tirando um bom dinheiro líquido, bem menos que durante o período FHC. A partir do governo Dilma as coisas pioraram para quem tem muito dinheiro aplicado em rendas sem trabalhar.

Quando terminou 2012 os ataques contra Dilma já eram ferozes por parte da mídia, nacional e estrangeira. Em maio daquele ano ela alterou as regras da poupança, porque os rendimentos de títulos já estavam chegando a níveis abaixo dos 6% + SELIC da caderneta. Foi um "deus-nos-acuda" na mídia financista. Disseram que haveria rebelião dos poupadores. Dilma não se importou com a grita, passou o trator e mudou a regra. E nada aconteceu. Pelo contrário, a partir dali os investimentos em poupança aumentaram muito.

Entramos em 2013 com Dilma baixando em 20% as contas de energia. Nova gritaria da mídia dos bancos e rentistas, porque impactaria na inflação de forma a permitir novas quedas da SELIC e dos juros reais. Em março entraram com a campanha do tomate, com a campanha da "inflação fora de controle que precisa da elevação dos juros para ser controlada". O COPOM novamente reduziu os juros, para descontrole completo dos rentistas.

Por razões aparentemente outras, começaram a surgir discursos por um golpe de estado. Em maio, pegando carona numa luta por congelamento de passagens de ônibus, mídia e grupos patrocinados se juntaram às manifestações de rua e ameaçaram a derrubada do governo. Por coincidência, em marco de 2012 a taxa de juros real chegou a inacreditavelmente baixos 0,66%, em maio ficou em 1,01%. De junho para a frente a taxa real voltou a subir, a mídia golpista baixou o tom mas continuou até hoje em ataques arrasadores contra o governo Dilma, patrocinada pelos bancos e especuladores.

Absurdamente,  no orçamento de 2014 mais de 40% do dinheiro que pagamos de impostos vai para juros e rolagem de dívidas. Isso dá mais de R$ 1 trilhão, mas as pessoas preferem se mobilizar contra os R$ 8 bi para a Copa que contra o grande ralo por onde vai o nosso futuro para alimentar rentistas e banqueiros. Esse parasitismo não vai poder continuar mais.

O fato é que no ano passado os juros reais ficaram muito abaixo das metas atuariais dos principais fundos de pensão, que concentram até 60% dos seus ativos em títulos. Esses fundos precisam de cerca de 6% de retorno para manter os compromissos com os planos de benefícios dos aposentados. Não conseguiram. As bolsas também não deram bons retornos. Apenas os investimentos em imóveis, em alguns casos, garantiram rendas acima da meta atuarial em vários fundos. Conclusão: ou mudam o mix de investimentos para aumentar os rendimentos ou vão ter que aumentar as contribuições dos participantes (no caso de benefício definido).

Na PREVI não houve déficit, mas o superávit não garantiu a continuidade do Benefício Especial Temporário (BET), que terminou em janeiro de 2014, e as contribuições voltaram tanto para os associados como para o patrocinador, Banco do Brasil.

O que será o futuro? Nos países capitalistas onde as rendas vêm da produção as taxas de juros hoje praticadas estão na faixa de 1% anuais. Em economia quando o juro cai a atividade econômica se diversifica. No Brasil, se tenta o golpe de estado para botar um governo submisso ao rentismo. O caminho será o mercado de renda variável (ações) e/ou participação em negócios de infra-estrutura, como as parcerias público-privadas de retorno a longo prazo. A queda de juros reais veio para ficar, e não dá para ficar contando com o passado "glorioso" do ganho sem risco nem trabalho ao qual os investidores se acostumaram no Brasil.

Aí é que mora o perigo nos fundos de pensão atrelados aos governos. Qualquer governo. Podemos ter ordens expressas do Planalto para aderirem tanto a emprendimentos pesados (trem-bala, ferrovias, etc) com retornos duvidosos ou, no caso de mudanças, para participações nesse tipo de negócios e/ ou privatizações.

O melhor que os associados podem fazer, onde houver participação por eleições de diretores e conselheiros, é não permitir a hegemonia partidária de nenhum grupo, para que quaisquer que sejam as decisões venham a ser debatidas antes de serem adotadas. Eleger gente ligada a um ou outro governo é perder a capacidade de evitar a má-gestão que pode passar por cima das decisões técnicas e enveredar para os projetos político-partidários sem levar em conta a saúde dos planos. 

segunda-feira, 12 de maio de 2014

MÍDIA BANDIDA 0054 : A hora de abandonar o navio

Em todo o mundo a internet causa estragos nas mídias tradicionais. Não que acabe, por exemplo, com a TV, o rádio, o cinema, mas faz tudo se adaptar. E democratiza as oportunidades, podendo um simples jornalista ter um blog com milhões de leitores mensais, vender assinaturas e espaços de propaganda, podendo manter equipes. E o "crowd funding", no popular, vaquinha, que permite com a colaboração voluntária do leitor fazer projetos investigativos.

Esses milhares de novos empreendedores só terão sucesso se tiverem credibilidade junto aos seus públicos-alvos. Parece darwiniano que um jornalista que assina qualquer porcaria, que inventa fatos, que é apenas um bom serviçal dos donos da mídia e dos patrocinadores não sobreviverá nesse mundo onde a busca da verdade será imperativa. Em alguns anos as pessoas serão mais exigentes, mais espertas, não aceitarão mais as "verdades" lançadas às massas, e tenderão a buscar informações em fontes confiáveis.

A realidade bate às portas, por exemplo, do Grupo Abril, que edita a VEJA, uma das publicações mais tendenciosas e manipuladoras do mercado. Está em curso um plano de enxugamento de custos que poderá botar 9 mil profissionais na rua e extinguir várias de suas publicações. Na Globo será uma questão de tempo haver mudanças, pois sua audiência de TV vem desabando ano após ano, seus telejornais estão sob desconfiança, os materiais impressos sofrem com a tendência mundial de extinção, etc. Até o tradicional jornal francês Le Monde está recorrendo a cortes com a queda de clientes.

Aqui e ali já se vê profissionais de algumas dessas mídias conservadoras construindo seus blogs (e não apenas colunas) ainda dentro dos portais dos meios de comunicação. Em algum momento, que poderá não esperar a tão sonhada Lei de Meios que detonaria os impérios facilitando a vida de novos meios de comunicação, esses profissionais vão de descolar das naves-mães. Para isso precisam cada vez mais se diferenciar da ideologia dos seus donos. É por isso que, aqui e ali, a gente vê alguém das grandes mídias se portando como "herege" em relação à "verdade única" da empresa.

Isso vai se acelerar quando o governo redistribuir as verbas de propaganda segundo novas medições de audiência, trazendo mais recursos para a propaganda nos meios virtuais. E unificar os canais de comunicação governamentais para informar com mais eficiência nas mídias, redistribuindo recursos. Como disse o jornalista Miguel do Rosário, do site O Cafezinho, é necessário um "PAC da Comunicação":

http://www.ocafezinho.com/wp-content/uploads/2014/05/bg-ch.jpg
... Dilma deveria lançar, urgentemente, um PAC da Comunicação, um programa de ações voltado apenas para dar um choque na comunicação pública. Além de renovar os portais, centralizar comandos, unificar padrões visuais, o governo poderia lançar aplicativos de informação que permitissem, por exemplo, exportadores terem acesso imediato a dados da balança comercial, a cidadãos comuns terem acesso a informações estratégicas de governo, a viajantes saberem o estado de cada aeroporto, rodoviária e portos, etc. Podia-se criar um curso obrigatório voltado especificamente para agentes de governo, para que eles mesmos fossem informados do que acontece hoje no país, do que há de bom e o que há de ruim, e trabalhassem a divulgação desses dados pela internet.
Ah, seria chamado de “eleitoral”. Ora, qualquer iniciativa boa do governo será acusada de eleitoral. Se formos pensar assim, então não façamos mais nada! Além disso, um PAC da Comunicação não teria missão de mostrar apenas as coisas boas, mas também as coisas ruins! O governo poderia, por exemplo, disponibilizar vídeos das câmeras dos atendimentos em hospitais e postos de saúde, para todo brasileiro poder acompanhar e denunciar abusos.
Um PAC da Comunicação, que também deveria trazer vastos programas de universalização da banda larga, poderia dar um choque profundo no imaginário nacional, que passaria a conhecer melhor o seu próprio país!
O governo poderia, no bojo desse PAC, lançar um programa de editais para a blogosfera, de maneira a silenciar, de uma vez por todas, as calúnias da direita midiática. Todos os blogs, de esquerda, centro, direita e neutros, seriam contemplados, com recursos de acordo com a sua visitação. Esses anúncios seriam importantes para levar visitação aos novos portais públicos, já que não teria sentido fazer esse projeto e anunciá-lo na grande mídia.
Enfim, o governo precisa entender que comunicação não é brincadeira. Nos dias de hoje, ela se tornou um coração a bombear sangue e recursos nas artérias da economia.
bg-ch
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