quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Mídia bate em sem-terras para defender grilagem

As ocupações de terras griladas no Pontal do Paranapanema neste carnaval, e a morte de 4 pistoleiros de fazendeiros em confrontos com integrantes do MST em Pernambuco foram o caldo para a grande articulação do latifúndio botar sua tropa de choque na mídia. Editoriais das TVs e jornais condenando tudo, e a figura de proa do presidente do STF, Gilmar Mendes, intervindo no Poder Executivo ao dizer que os recursos da reforma agrária estão sendo usados para atividades ilegais, fora a pressão que virá neste pós-carnaval, darão o tom político dos próximos dias.

O que a mídia não diz é que o governo de José Serra, através da PL 578/2007, em tramitação no legislativo paulista, pretende regularizar as propriedades griladas da região, ou seja, ilegalmente registradas em nome dos atuais detentores através da falsificação de documentos. Cerca de 200 fazendas, totalizando mais de 300 mil hectares de área, podem ser passadas às mãos dos grileiros, se o projeto for aprovado. O movimento de ocupações também quer pressionar o governo estadual para o assentamento imediato das famílias acampadas e agilizar o processo de desapropriação das fazendas .

No mínimo, o Governo Lula deveria pedir ao dirigente máximo do poder judiciário para ficar na sua, e não dar palpite na seara alheia. A crer nos dados do governo, nos seis anos de Lula foram assentadas mais famílias que em todos os anos anteriores, pela reforma agrária, e hoje no Rio Grande do Sul não existiriam mais acampados. Lula deveria ter a coragem de encarar essas forças do atraso, bater firme na grilagem e no latifúndio e aprofundar a reforma agrária. Vamos ver ...

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Lucro do BB tem dinheiro apropriado da PREVI

Ter lucros com dinheiro alheio é da natureza dos bancos. Mas a regra do jogo não permite o confisco de recursos de terceiros, e é o que ocorre no recente lucro do BB. Uma análise com lupa dos R$ 8,8 bi de lucro do BB aponta para a existência de R$ 2,5 bi de dinheiro da PREVI irregularmente contabilizado como se fosse do banco. Alega o BB agir de acordo com uma resolução recente (e ilegal) do Conselho Geral de Previdência Complementar (CGPC) que permite aos patrocinadores de fundos de pensão se apropriarem de parte dos superávits. Estes aconteceram por força da bolha especulativa de ações em bolsas. Hoje, com a crise, esses ativos perderam a metade do valor, comprometendo as reservas atuariais, mas nada disso está sendo levado em conta neste confisco.

A mesma instrução abusiva impõe uma série de condições para a repartição entre beneficiários e patrocinadores dos superávits, como a penalização dos planos atuariais com tabelas de mortandade com ampliação das idades, reservas, etc, coisas que o BB, interpretando à sua maneira para apresentar um balanço exuberante, simplesmente desprezou, e apropriou o valor como se não houvessem contrapartidas. Como a PREVI tem sua direção politicamente submissa ao governo e ao banco, nada fez para evitar o saque, e nada fala sobre a distribuição de superávit aos beneficiários e aos atuais contribuintes.

Enquanto houverem balanços desse tipo, não haverá transparência para os investidores, e todo o discurso de boas práticas de governança corporativa da empresa ficará comprometido. Por essas razões, sindicatos e a Associação dos Antigos Funcionários do BB (AAFBB) denunciaram à Comissão de Valores Mobiliários essa farsa, que, se não for coibida, implicará na distribuição de lucros superavaliados aos acionistas. Também entraram com ações judiciais para impedirem o saque à PREVI, que não é subsidiária do BB, evitando que no futuro faltem recursos para o pagamento das aposentadorias complementares dos seus funcionários aposentados.

Sendo o governo federal o principal acionista, e sendo o lucro uma variável para o tamanho da alavancagem do crédito, indispensável à política governamental de combate à crise, parece que há uma situação do tipo "se colar, colou". Faz-se a coisa propositadamente, mesmo sabendo que é irregular, para obter resultados imediatos, e quem quiser que vá à justiça reclamar e ganhar daqui a vários anos, quando outros governos já se tiverem passado. O lucro real do BB seria, sem a mão grande, da ordem de R$ 6,3 bi, um resultado excepcional de qualquer forma, que demonstra um grande crescimento em relação ao período anterior pela ampliação da base de crédito. Mesmo assim, forçaram a barra confiscando o dinheiro dos aposentados e das pensionistas.

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Os puxadores do carnaval

Lula aprendeu a lição, depois da vaia no PAN: o carioca gosta de anarquizar qualquer um que seja anunciado num sistema de som como autoridade. Desta vez, ninguém comunicou a sua presença. Foi ao desfile no camarote oficial, ficou na dele, e deu tudo certo. Assistiu do camarote o casamento do Neguinho da Beija-Flor, feito na avenida, e dona Marisa andou pela concentração também sem criar fatos notáveis. Não levou a Dilma, o que também não renderá críticas raivosas nem pedidos de CPI pelos opositores.

O puxador de samba Neguinho subiu ao camarote para agradecer a atenção de Lula, que foi um dos seus convidados. Dividiu o espaço com puxadores de saco, como Sérgio Cabral e o ex-algoz de Lula, Eduardo Paes, que se revezavam em abraçá-lo e babá-lo democraticamente.

Rio: deve dar Vila ou Salgueiro

Tenho a impressão de que a Beija-Flor nem precisa desfilar para ter o o elevado "recall" na mente do público carnavalesco. A fixação do nome da escola vem de um plano de marketing eficiente, que passa pelos brindes a jurados, por uma mídia favorável e pela inserção de globais e famosos depondo nos meios de comunicação. E um bom telemarketing ligando para a Globo na hora do desfile, para elevar a pontuação da escola votando na nota máxima. Até a emotividade em torno do casamento do seu cantor Neguinho, em plena avenida, demonstrando superação de um câncer, pode entrar na conta da imagem favorável.

Assisti a todos os desfiles do Rio, pela TV, e a Vila Isabel distoou, com uma comissão de frente inovadora e alegorias fantásticas, inéditas, como a do prédio antigo que era demolido e remontado em todo o percurso. Bateria, conjunto, tudo direitinho. Na votação da Globo, apareceu bem abaixo das demais. A Grande Rio, muito luxuosa, fez um bom desfile, mas não se comparou. A Beija-Flor fez um desfile normal, mas com os padrões de qualidade que valem a imagem construída. Ontem, o Salgueiro mostrou diferenciais no samba, na disposição dos foliões, e alegorias interessantes, não tanto quanto as da Vila, mas que fizeram merecer a aclamação de campeã pelo público da avenida.

Dificilmente veremos na TV alguém dar um palpite em qualquer carnaval que não tenha entre as 3 primeiras a Beija-Flor. Que a escola tem qualidade, é inegável, mas que há uma forte componente de marketing que torna herética qualquer depreciação, seja no julgamento ou em opiniões.

São Paulo : problemas sem responsáveis

Impressionante a blindagem da mídia à imagem de Kassab e Serra, em meio a problemas de gestão que, em qualquer outro lugar do país renderiam a crucificação dos governantes. Há um padrão, seguido pela Globo, Band e Record: mostra-se o problema, mas não aparecem entrevistas que acusem os governantes por alagamentos, engarrafamentos, desabamentos, violência, etc. Tudo é lançado na conta da fatalidade, do imprevisto.

Quando o problema é no Rio, as entrevistas são direcionadas a esculachar os governantes, e, de preferência, atingirem o governo federal. Passe a reparar a diferença no tratamento da informação, que fica mais visível nos noticiários mais longos, como das tvs a cabo.

Carnaval do Rio : planejamento empírico

Vale a pena visitar a Cidade do Samba, na zona portuária do Rio, algumas semanas antes do carnaval. A dica é levar uma conta qualquer que comprove moradia na cidade, para pagar meia no ingresso que, mesmo assim, é barato, para o conteúdo que se pode ver: a montagem dos carros alegóricos de todas as escolas que desfilam na Marquês de Sapucaí.

Tive a oportunidade de circular as oficinas com um dos responsáveis pela montagem das alegorias de uma grande escola, que me passou informações técnicas valiosas sobre o planejamento dos trabalhos. Terminado um carnaval, os carros usados são desmontados, sendo parte dos materiais reaproveitada e outra doada a escolas do segundo grupo, ou jogados fora. Aproveita-se a estrutura metálica, geradores, quadros elétricos, motores e chassis.

A montagem começa no segundo semestre, depois de escolhido o enredo e do carnavalesco esboçar as peças. No ano passado, antes da crise, as escolas montavam os enredos a partir dos patrocínios. Uma escola fez o carnaval sobre mineração, por exemplo, e pegou uma grana da Vale do Rio Doce. Para um carnaval rico, o valor investido é da ordem de R$ 7 milhões, em valores atuais. Em 2009, com a crise, apenas a Grande Rio pegou um patrocínio de empresas francesas, interessadas em promover o Ano da França no Brasil, que liberaram R$ 8 milhões. As demais tiveram que se virara com recursos da venda de fantasias, de doações de simpatizantes, de apoios de órgãos de turismo, etc.

Definido o dinheiro e o tema, o carnavalesco e sua equipe fazem os desenhos que orientam a execução dos carros. Não têm qualidade de projeto, são esboços, a partir dos quais os profissionais montam as estruturas metálicas de apoio, os carpinteiros fazem as carcaças, as partes móveis são articuladas por sistemas hidráulicos e a instalação elétrica das animações é colocada. Em algumas escolas há assessoria de engenheiros. Paralelamente, a equipe dos acabamentos trabalha uma grande variedade de materiais para fazer os acabamentos finais, um trabalho artesanal intensivo.

Isso tudo num espaço limitado, visível a qualquer um, a partir de sacadas no alto das oficinas, inclusive dos concorrentes, daí serem comuns nesses pontos de observação encontrarmos vasos com arruda, comigo-ninguém-pode, costelas-de-Adão, pimenteiras e outras plantas ditas de proteção, na cultura religiosa africana.

Tudo segue um ritmo baseado na tradição. Não tem PERT, CPM, gerenciamento de projeto, nada! E, tirando a derrapada da Mangueira neste ano, que teve que replanejar várias vezes porque os recursos secaram, e acabou com os carros mal acabados, tudo acontece a tempo. Nos boxes, também há áreas para a confecção de fantasias, verdadeiras fábricas. O fato é que, quando a coisa desanda, a comunidade entra em ação com mão-de-obra adicional e acelera a execução, suprindo deficiências do planejamento empírico. Quando a gente vê um desfile, não tem idéia do estresse que rola nos bastidores.

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Embraer : demitiu, ocupou!

Seguindo os passos da Vale, a ex-estatal não olhou para a imensa mais-valia gerada nos últimos anos pelos seus funcionários, transformada em imensos lucros e, sem dó nem pena, mandou 20% para a rua. Não adianta Lula ficar indignado nem o sindicato fazer protesto. Em casos como esse, a ocupação é o mínimo que se pode fazer, para depois negociar. E o governo cortar, de imediato, toda e qualquer vantagem tributária ou empréstimo de banco público. O empresariado, que vem ganhando muito há 6 anos, tem, no mínimo, que rachar essa conta. Uma ocupação agora pode inibir novas tentativas de passar aos trabahadores o prejuízo da crise.

Israel : quem fica com o "joystick"?

Os 1400 palestinos massacrados por Israel não deram muitos votos à lider do partido Kadima, Tzipi Livni, nas eleições recentes. Quem ganhou o direito de ficar com o "joystick" do jogo de aniquilação de vizinhos foi uma coalizão mais à direita ainda, liderada por Netanyahu, antevendo que os esforços para a paz na região serão enterrados por um bom tempo. Esta eleição ainda revelou mais um grupamento radical, que ficou em 3° lugar, cuja plataforma é botar todos os árabes para fora de Israel, ou seja, 1/5 da população.

Enquanto por aqui um processo eleitoral é cheio de promessas de melhorias para saúde, habitação, segurança, emprego e saneamento, por lá o que faz sucesso é mostrar quem pega mais pesado com os árabes. Por exemplo, Livni poderia ter usado como slogan "já matei 1400, vou matar muito mais". Netanyahu poderia usar "Palestino bom é palestino morto". Assim como no nosso nordeste temos a indústria da seca, que garantiu séculos de dominação às oligarquias, por lá parece que tem a indústria da aniquilação. Não querem o "Game Over", apenas querem esticar indefinidamente o jogo e manterem a hegemonia na região, garantindo uma mesada dos americanos.

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Lucro de R$ 8.8 bi mostra que BB pode fazer mais

Enquanto os lucros de bancos privados como o Bradesco e o Santander cairam no último trimestre, o do BB cresceu 142% em relação ao mesmo período do ano anterior, e o da CEF também foi recorde.

Isso mostra que bastou o governo dar um aperto que os bancos públicos se descolaram dos agiotas privados, e começaram a emprestar mais. A queda de lucros dos bancos privados demonstra que estão escondendo o dinheiro, mesmo com a liberação de compulsórios, com a redução da taxa de juros e do IOF. O que continua imoral é o "spread" praticado pelo BB e CEF, ainda nos níveis dos tubarões do mercado financeiro.

Esse tamanho de lucro do BB, melhora as condições de alavancagem para novas operações e aumenta o superávit primário. Mas soa estranho num momento em que o sistema financeiro internacional faliu, e parece indecente diante das necessidades de financiamento barato que o país precisa. BB e CEF podem fazer mais para atenuar os efeitos da crise, desde que o governo mantenha a pressão para concederem crédito com "spread" menor e force a queda das taxas de juros, nem que para isso tenha que usar a caneta para destituir Meireles e mais um bando de tucanos enrustidos que pululam nos bancos públicos.

Pobre Paraíba!

Cassados dois corruptos pelo TSE, o atual governador Cássio Cunha Lima, do PSDB, e seu vice, do DEM, por compra de votos com cheques de programas sociais nas eleições de 2006, foi empossado o novo governador, Nei Maranhão, também com processos na justiça eleitoral por compra de votos. Prá completar, a Assembléia Legislativa, de maioria dos tucanos e demos, questiona o novo governador e quer fazer uma eleição indireta...

A mordomia da verba de representação

Michel Temer e as lideranças dos partidos na Câmara resolveram dar transparência à verba de representação recebida pelos parlamentares, com a publicação dos gastos na internet. Tudo por causa do Edmar, aquele do castelo de Minas, que continua livre, leve e solto, mesmo depois das graves acusações sobre omissão de bens à justiça eleitoral e o uso de R$ 144 mil dessa verba, pago a uma empresa de segurança da sua propriedade.

A que se destina a verba mensal de R$ 15 mil mensais? A despesas de representação do parlamentar no estado de origem, como aluguel de escritório, materiais de divulgação, segurança, enfim, para pagar um aparelho eleitoral com o dinheiro público. Peraí: se a pessoa é eleita para representar o seu estado junto ao Congresso Nacional em Brasília, é se se supor que ela tenha, no mínimo, o seu endereço de origem, e uma sede do seu partido.

Já não bastam o polpudo salário de parlamentar, mais a verba para assessores, auxílio moradia, passagens aéreas, etc? Além disso, recente sentença do TST definiu que o mandato pertence ao partido, e não ao parlamentar. Então, para que sustentar escritórios políticos individuais, se o contato pode ser feito através da sede partidária local? De nada adianta a transparência sobre despesas de natureza questionável.

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

O que é público tem dono

Nos jornais de hoje aparece a demolição de uma casa às margens da Lagoa de Marapendi, no Rio, de alto padrão, por ter sido construída irregularmente sobre uma via pública. Em vez do debate tratar do uso privado da coisa pública, que não tem restrição de classes, a choradeira nos comentários da imprensa vai no rumo do: "se demolir a do rico, tem que tirar a favela também".

O culpado é o poder público, omisso, leniente e corrupto nos casos da espécie. Criou-se o paradigma de que "o que é público não tem dono", e isso é errado. Os donos são todos, e nenhum, ao mesmo tempo, porque o uso é condominial, e o responsável é o Estado.

Aqui em Brasília, por exemplo, o maior especulador de terras é o Governo do Distrito Federal (GDF). Libera áreas para construção quando os preços estão explodindo, de forma que nunca caem com novas ofertas. Quem compra são grandes incorporadores e especuladores, como o atual vice-governador, Paulo Octávio. Aí aparecem os grileiros, que tomam terras públicas e as loteiam, na falta de opções para a classe média. Falha do governo que não coibe a prática. Como os aluguéis são caríssimos, vale a pena para o invasor comprar o terreno, construir uma casa e esperar, no mínimo, 10 anos pela demolição por ordem da justiça. Isso se o governo não resolver "privatizar" tais terras, oferecendo-as à venda direta aos invasores. E assim, lá se vão parques, áreas de proteção, mananciais, etc. Os bacanas que têm mansões na beira do lago "estenderam" seus terrenos até a borda, construindo marinas, etc, impedindo a passagem de pedestres na orla. E fica por isso mesmo. Se colar, colou.

Hoje vi perto de casa um restaurante que se instalou usando a calçada e uma área entre blocos comerciais, que é pública, colocando 25 mesas nessas áreas, enquanto na área de seu uso legal só cabem 6 mesas, dentro do prédio. Mudou níveis de calçadas, colocou toldos praticamente fechando o espaço externo e as mesas na calçada obrigam os pedestres a caminharem pela rua. O dono investiu muito dinheiro. Quando o poder público acordar para a situação, e mandar tirar tudo de lá, vem a choradeira tipo "vai inviabilizar o negócio, vai desempregar gente", etc e tal.

O mesmo rola nas favelas do Rio, onde há grileiros, associados ao tráfico ou às milícias, que comandam a ampliação das áreas invadidas, abrindo verdadeiros loteamentos. Via de regra, os maiores prejuízos são das áreas de proteção ambiental e parques públicos, como a Floresta da Tijuca. Ninguém tem peito de ir lá dizer que não pode, que vai demolir, etc e tal. Pior: depois aparecem os programas demagógicos, como Favela Bairro, que não resolvem o problema da construção precária em áreas de risco, e apenas dão uma "mãozinha de tinta" no problema.

"O Aprendiz" pede falência

Se alguém iria se sujeitar a passar por humilhações e provas de submissão no programa "O Aprendiz" para trabalhar com o milionário americano Donald Trump, pode esquecer: seu grupo de cassinos acaba de pedir falência nos EUA (vide aqui). Desde 2007, Trump já tinha deixado de apresentar o programa "The Apprentice" na NBC americana, por queda de audiência. Por aqui, o programa está na Record apresentado por Roberto Justus.

E agora, o aprendiz vai aprender o quê? A chorar dinheiro de pacote de ajuda ao governo americano? A se suicidar?

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Japão : bolsas caem antes do Ministro

O Ministro das Finanças bebe, e as bolsas é que caem. Shoichi Nakagawa, o ministro japonês que apareceu na TV completamente mamado numa entrevista, deverá deixar o cargo porque a economia do Japáo está um porre, com o PIB caído em 14%, desemprego, falta de crédito, tudo para deixar o cidadão depressivo e suscetível a álcool e drogas.

O cara era acostumado a tomar saquê, foi beber "uma tacinha de vinho" na reunião do G7 na Itália, e deu nesse vexame. Os outros G6 que estavam no mesmo buteco beberam direitinho e não pagaram mico. Ele foi misturar com xarope, e deu no que deu. Queria ficar muito doido e fez essa nakagada. Deviam submeter o pessoal da área econômica a exame com bafômetro, afinal, tem cada coisa que os caras fazem... Veja o vídeo do bebum neste link.

O enigma da sexualidade feminina

Aqui e ali a gente vê coisas estarrecedoras, como uma pesquisa patrocinada pela Intel que diz que 46% das mulheres e 30% dos homens nos Estados Unidos preferem passar duas semanas sem sexo que o mesmo período sem internet. Na pesquisa do Projeto Sexualidade, do Hospital das Clínicas da USP, homens e mulheres enumeraram os itens mais relevantes para a manutenção da qualidade de vida.

Para os homens de Brasília, a atividade sexual é menos importante que o tempo de convivência com a família e a alimentação saudável. Para as mulheres, o sexo ocupa o oitavo lugar nos indicadores de qualidade de vida. Há algum tempo, vi na TV que, na Inglaterra, a maioria das mulheres prefere comer uma barra de chocolate a fazer sexo, e preferem uma geladeira nova a ter um companheiro.

Do jeito que a coisa vai, no dia que inventarem acessórios para abrir vasilhames com facilidade e as mulheres perderem medo de baratas, o gênero masculino perderá sua utilidade para elas e estará condenado ao onanismo. Para mais informações, recomendo a leitura da Revista do Correio (Braziliense) de 15/02/09, que não tem na internet, do artigo "Decifra-me ou devoro-te" e a visita ao site http://www.portaldasexualidade.com.br/ , que tem muita informação sobre o assunto.

Quem "correge" eles?


Antes de Edmar, o do assombroso castelo de Minas, o Corregedor da Câmara era Inocêncio de Oliveira, deputado que foi acusado e condenado pelo TRT do Maranhão de manter em sua fazenda Caraíbas, no Maranhão, 53 trabalhadores em regime análogo a de escravo. No fim do seu mandato, livrou a cara de Paulinho da Força, envolvido em escândalo de desvio de verbas do BNDES, e mais 3 casos igualmente escabrosos foram arquivados.


O coitado do Edmar dançou só porque escondeu na declaração de renda apresentada ao TST um castelo numa cidadezinha obscura de Minas, coisinha pouca, do tamanho desse aí da Disney (foto). Mas, como dizia Millton Nascimento em "Coração de Estudante", "renovam-se as esperanças, nova aurora a cada dia...", e Edmar renunciou para dar lugar a ACM Neto, menino novo, humilde por ter perdido uma eleição recente a Prefeito de Salvador, e que vem de uma família de políticos sérios, com longa história de justiça na´Bahia. Agora vai! Si nóis tivé errado, ele correge.

2010 já começou

O primeiro passo foi dado por Lula, ao colocar Dilma como sua candidata. Com essa postura, acima da vontade até do PT, que não decidiu nada ainda, Lula se livrou de uma grande apurrinhação, que era a da especulação do terceiro mandato. Imaginem se não tivesse uma Dilma como alvo agora, o que a mídia não faria após Chavez vencer o plebiscito que permitirá ilimitadas reeleições?

O PMDB também fez o seu ensaio com barba, cabelo e bigode nas eleições das presidências da Câmara e do Senado. Como maior partido em bancadas e prefeituras, pode reivindicar uma candidatura própria à presidência da República.

José Serra também vem esgarçando o PSDB para ganhar a indicação à candidatura. Nas eleições passadas torpedeou Alkmin, apoiando Kassab, torpedeia o "bon vivant" Aécio Neves, que sai do Rio para Minas durante a semana só por obrigação de trabalho, e busca apoios em outros partidos como...

Jarbas Vasconcelos, fundador do PMDB, que jogou merda no ventilador através da revista Veja (sempre a serviço do desserviço), dizendo "novidades" como que o PMDB adora um carguinho para fazer licitações de cartas marcadas e ganhar comissões, etc. Como o cinismo geral considera a corrupção uma atividade inerente à política, isso já não causa impacto. Investiu, no dia seguinte, contra o Bolsa Família, chamando o programa federal de máquina de compra de votos.

Sobre isso, li uma interessante matéria do jornalista Alon Feuerwerker, no Correio Braziliense de ontem, onde do texto se destaca: "No Brasil, dinheiro público dado ao rico significa modernidade. Quando é dado ao pobre, representa atraso e clientelismo.". Ele faz um paralelo entre o tantinho de dinheiro dado pelos programas sociais, que dá um pouquinho de alegria a muita gente, que se dispõe a simpatizar com o governo, e o tantão de dinheiro dado a poucos nas privatizações, que acabou resultando na energia elétrica e na telefonia celular mais caras do mundo e não atraiu muitas simpatias eleitorais ao governo anterior nem aos candidatos do PSDB. Conclui que a oposição, a partir dessa declaração de Jarbas Vasconcelos contra o Bolsa Família, logo vai ter que arcar com o ônus de negar que um eventual governo mais à direita não irá acabar com o programa. Para quem precisa ganhar votos de pobres, em especial no nordeste e nos grotões, bater nos programas sociais é um tiro no pé.

domingo, 15 de fevereiro de 2009

A quem interessa a recessão?

As recessões alteram os preços relativos de forma que os recursos para a produção tenham seus custos reduzidos, entre eles o da mão de obra. Nos EUA e na Europa os balanços praticamente obrigam os empresários a demitirem em massa para depois recontratarem com salários mais baixos e menos vantagens, para manterem a taxa de mais-valia elevada como nos últimos anos, por exigência de investidores vorazes. Esse surto demissionário atinge principalmente os trabalhadores dos países centrais do capital, que custam bem mais caros que os brasileiros da mesma empresa. Logo, a prioridade para o capital não é demitir no Brasil, onde mesmo com a crise está mantido o alto retorno dos invesimentos.

Por lá, também baixam as taxas de juros para verem se o mercado reage "no tranco", ou seja, desestimulam a aplicação em títulos públicos para estimularem o consumo ou o investimento. Já no Brasil, não é isso que a turma de banqueiros encabeçada por Meireles faz: baixa-se a SELIC, aumenta-se o "spread", que está na casa de 27%, quando o real deveria ser de 4%, encarecendo o tão necessário crédito para a continuidade dos investimentos e consumo.

Aqui também as demissões e os acordos de redução de salários foram além da conta, e o que é pior, empresas ajudadas com créditos governamentais não tiveram pudor em usar do desemprego como forma de manterem os níveis de exploração e a rentabilidade. Moral da estória: em alguns setores, a demanda continua forte, não há estoques, e começam as filas e o ágio. Claro que existem incompetências na aferição dos reflexos da crise, e muito conservadorismo para a preservação da rentabilidade, mas começa a aparecer um viés político disso tudo.

Ainda ontem Lula reclamava que empresários que ganharam muito em 2008 estão demitindo e pedindo ajuda ao governo sem qualquer pudor. E os bancos, inclusive os do governo, continuam buscando resultados como nos anos anteriores, pouco se importando com a necessidade de crédito, já que mamam no financiamento da dívida pública e nas altas tarifas.

O que parece se esconder por trás dessa nuvem de fumaça da crise é a sucessão de 2010. Sem o país mergulhar numa profunda recessão, com redução de poder aquisitivo e muito desemprego, Lula elegerá até um poste, usando do seu prestígio pessoal. Então, o que resta à oposição é apostar na desgraça, na terra arrasada, o que também é um equívoco, porque, em momentos difíceis, as pessoas querem lideranças que mostrem o rumo, e essa habilidade nenhum dos pretendentes à presidência em 2010 tem demonstrado. O tiro pode sair pela culatra e um terceiro mandato para Lula pode entrar na discussão.

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Segunda divisão = divisão por dois?



A queda de um time tradicional para a segunda divisão pode ser o caminho para piores momentos. Quem não se lembra do calvário do Fluminense, que caiu para a segundona, e logo depois para a terceira, voltando à primeira divisão com base na cartolagem? O Botafogo também andou no andar de baixo, mas retornou com força e logo em seguida foi campeão, na raça, com amplo apoio de torcida e dirigentes.

Agora foi a vez do Vasco. No clube, das dobradiças dos portões aos patrocinadores, passando por funcionários, contratos de patrocínio, tudo tem a marca de Eurico Miranda. Roberto Dinamite, o atual presidente, encontrou a terra arrasada e, pior, a sabotagem para qualquer lado onde olhe. Reina como Elisabeth II.

Não fosse o Governador do Estado do Rio Sérgio Cabral um vascaíno influente no Ministério das Minas e Energia, os cruzmaltinos sequer teriam um patrocinador de peso, como é a Eletrobrás, estatal que está injetando R$ 12,5 milhões no time de São Januário mesmo sem necessidade desse tipo de marketing. Isso é assunto para o TCU, e não cabe tratar desta questão aqui.

Na saída de Eurico no ano passado, os melhores jogadores foram vendidos, e os reforços que o Vasco comprou foram muito fracos, o que já está trazendo problemas ao desempenho do time no campeonato carioca. Tudo que Eurico precisa para voltar como salvador da pátria é que o Vasco permaneça em 2009 na segundona, mesmo podendo ascender à primeirona como vice, sua sina histórica. Atribuem a Eurico a distribuição de outdoors esculachando com a atual diretoria ao "parabenizá-la" pelo rebaixamento. Parece que Eurico não vai deixar barata sua promessa de acabar com a vida de Roberto Dinamite.

O Vasco está dividido: diretoria, torcidas, investidores, time. E até o seu material esportivo é vendido a preços rebaixados, pela metade do preço, como mostram as fotos (clique nelas para ampliar). Não adianta afirmarem que o orgulho vascaíno não tem divisão. Tem sim, e é pela metade, porque rachado em dois do jeito que está, só terá piores resultados.




















sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

200 anos de Darwin : ateus saem do armário


Nem todos comemorarão no próximo dia 12/02 os duzentos anos do nascimento de Darwin, cientista britânico que, com a sua Teoria da Evolução das Espécies desbancou fábula bíblica da criação simultânea e única em sete dias de todo o universo.
Pelo mundo, entidades de ateus querem fazer da data o Dia do Orgulho Ateu, onde se manifestarão contra o a visão obscurantista e anti-científica que abrange temas como a pesquisa com células-tronco, clonagem, etc.

Nos EUA, por exemplo, há estados onde a teoria criacionista é a oficial nas escolas. No Brasil, há estados onde o ensino religioso nas escolas públicas é obrigatório, constrangendo eventuais ateus, agnósticos e praticantes de crenças não cristãs.
Na Inglaterra, a Associação Humanista Britânica pagou para colocar nos painéis de propaganda dos ônibus de Londres a mensagem " Deus provavelmente não existe, então pare de se preocupar e curta a sua vida". Esse contra-ataque dos ateus traz à luz bilhões de pessoas que não têm nenhuma crença, mas que, por comodismo ou omissão, preferem não militar no combate à ideologia religiosa.

A hora da eficiência energética

O plano de Obama para a recuperação da economia americana aposta na economia de energia e no incentivo a tecnologias ambientalmente corretas, que podem gerar empregos, reduzir despesas e preparar o país para uma maior competitividade com menor custo ambiental. Nos planos de ajuda pública a empresas serão exigidas metas de eficiência, isso tanto para eletrodomésticos, para veículos e prédios. Obama vai ter dificuldade de romper com a cultura consumista extremamente perdulária dos americanos, que consome vorazmente os recursos do planeta.

Para a engenharia, é uma grande oportunidade, em especial nos projetos de prédios inteligentes e na racionalização dos sistemas de águas e energia.

BB deve comprar Banestes

A operação deverá ser da ordem de R$ 2 bi. O banco tem patrimônio líquido de R$ 445 milhões e 2200 funcionários. O Banco do Espírito Santo estava para ser privatizado na era FHC, mas a resistência da sociedade impediu que tivesse o mesmo destino de outros bancos estaduais arrematados pelos bancos privados.

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Lula cresce mesmo com a crise

Pesquisa CNT/Sensus de hoje diz que a avaliação positiva de Lula chegou ao recorde de 84%, mais que ao assumir no primeiro mandato. 12,2% desaprovam o presidente, número que vem caindo.

Na pesquisa para a sucessão presidencial em 2010, os candidatos tucanos Aécio e Serra caíram. José Serra caiu de 46,5% para 42,8%, enquanto Dilma Roussef avançou de 10,4% para 13,5%, passando Heloisa Helena, que caiu de 12,5% para 11,2%. Fonte: Bandnews

Pacote de banqueiros

A falência do liberalismo capitalista vem expondo toda a incoerência dos que colocam o mercado como um divindade. Os seus expoentes tentam dizer que há uma "marolinha" no mercado, e que a intervenção estatal é apenas complementar, como um empurrão para o capitalismo liberal pegar "no tranco". Até outro dia, privatização era um remédio para todos os males. Agora, gente como o Prêmio Nobel e economista neoliberal Paul Krugman, já se rende aos fatos e começa a discordar do discurso quase unânime da mídia.

No seu artigo de hoje em "O Globo" , entitulado "Pacote de banqueiros", afirma existir preconceito da mídia a favor do setor privado e de sua pretensa genialidade nos negócios, em detrimento da capacidade de gestão do governo, mesmo quando esse põe o dinheiro para salvar as instituições. Ora, quando um neoliberal defende a capacidade do Estado gerir melhor os recursos que a iniciativa privada, pelo menos no sistema financeiro, temos uma mudança radical e oportunista de visão, pois os liberais até agora vêm defendendo com unhas e dentes a desregulamentação, que foi responsável por parte da crise.

Krugman vê a intervenção estatal como inevitável para salvar os bancos americanos que estão na fila para falirem, e deve ter escrito tendo presente a idéia que saiu das reuniões de Davos para criarem um "banco podre", ou seja, para tirarem dos bancos privados tudo de ruim para uma entidade onde o tesouro arcaria com os prejuízos. E, claro, a parte boa dos bancos geraria os lucros para os acionistas. Então, já que é inevitável, conclui que o governo deveria deixar de dar dinheiro aos bancos sem contrapartida, como vem fazendo, e deveria comprar os bancos via mercado, já que suas ações não valem nada.

Termina o artigo dizendo que "se o contribuinte paga a conta, por que não se tornar dono, pelo menos até que os compradores privados apareçam?" Essa heresia de Krugman deve ter feito Adam Smith dar umas três voltas no seu caixão.