sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Dominó Árabe : Bahrein pode desmascarar política dos EUA

A monarquia sunita praticamente absoluta que governa a ilhota do Bahrein, no Golfo Pérsico, começou a ser questionada pela maioria da população, que é xiita, nas ruas da capital Manama. Até aí, pode parecer mais um levante na onda de revoltas que vem derrubando ditaduras em países árabes. A reação dos governantes, entretanto, foi proporcionalmente mais violenta que na Tunísia e no Egito: ativistas foram mortos e os tanques ocuparam as ruas.


Detalhes: no Bahrein está ancorada a principal frota de navios dos Estados Unidos, inclusive porta-aviões; a ilhota é grande fornecedora de petróleo aos EUA, e fica estrategicamente no meio do Golfo, em frente ao litoral do Irã, e um conflito na área poderia bloquear o tráfego de petroleiros para a Arábia Saudita, o Kwait e o Iraque.

O Egito continua em destaque na imprensa brasileira, talvez por chamarem a atenção as grandes manifestações, como a de hoje. Na imprensa internacional, o assunto é o Bahrein. Hillary Clinton já deu as ordens do império: quer que o governo local faça o que for necessário para conter as ondas de manifestações que podem desestabilizar não apenas o pequeno país, mas todas as monarquias absolutistas da região, que são aliadas dos EUA. Ela falou apenas em reformas para reduzir as tensões, mas parece que se houver um banho de sangue os EUA protestarão, mas não farão nada para alterar o "status quo".

Interessante é que todas essas ditaduras, com muitas décadas, ficaram ali escondidas, e só agora a mídia fala em "ditadores" e "monarcas absolutistas", que governam sem constituição. Enquanto servirem aos EUA e às grandes potências ocidentais, não serão molestados. Como o fenômeno da revolta popular está se alastrando, podemos ver em breve os EUA rasgando a posição pró-democrática de fachada e ocupando militarmente alguns desses países fundamentais aos seus interesses.

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