terça-feira, 23 de novembro de 2010

Rio : Globo faz política promovendo o pânico

Ontem o jornal local da Globo, ao meio-dia, mostrou por diversas vezes as imagens de carros incendiados na Linha Vermelha, estrada que leva ao aeroporto Tom Jobim (Galeão). Houve outros ataques de lá para cá e o sensacionalismo é, por ora, maior que a gravidade dos fatos. Nada semelhante, até aqui, à rebelião do PCC há alguns anos em São Paulo, que só parou quando o governo estadual cedeu aos bandidos.

Os bem filtrados comentários dos leitores no O Globo dão a dimensão do estrago político que se pretende fazer ao poder público. A mídia não perde oportunidade, já que o governador Sérgio Cabral, que vem enfrentando a ocupação territorial armada do tráfico, está muito ligado ao governo federal. A Globo faz de tudo para jogar a população contra as autoridades, e beneficia os interesses dos criminosos, de levar o pânico à cidade. O crime agradece.

Extraí de TODOS os comentários publicados hoje n página 8 - Opinião dos Leitores, partes de declarações, uníssonas, de reações de pânico, de apelos ao autoritarismo e de esculacho às autoridades. Nenhum comentário positivo ou mais compreensivo foi publicado. Ou O Globo só tem leitores de direita, pelo teor de muitas das declarações, ou promove o seu ideário com a seleção criteriosa dos leitores afins aos seus pensamentos. Vejam:

- "Sim, são ataques terroristas o que estão chamando de arrastões...Se o Exército já veio para o Rio por tão menos, por que não vem desta vez? ... Qual é a jogada política do momento? ...Seria a vinda da Força Nacional de Segurança desmoralizante para as UPP? O carioca está em pânico..."
- "Já estamos em Beirute... Então só resta solicitar a Força Nacional de Segurança ao governo federal. O que está faltando?"
- "Autoridades legalmente constituídas, vamos combater a guerrilha urbana, colocando as forças armadas nas ruas e fogo neles?..."
- "... A população não tolera mais. Governador, o sr foi reeleito prometendo mais segurança. Por favor, comece a mostrar serviço."
- "Todas as medidas, das Forças Armadas às rezas, devem ser usadas para salvar o povo da dizimação" (Em destaque na página).
- "O Rio de Janeiro vive um trágico clima de guerra terminal. Bandidos chacinam a população indefesa, roubam e destroem seus bens. Os cidadão foram abandonados... Basta de propaganda cara e inútil. Ou o desfecho é morrermos à míngua?"
- "...Como diz a notga da Secretaria - foi do secretário, da assessoria de imprensa? - "Crimes, não só o arrastão, fazem parte do contexto do Rio. Afinal, foi retratado no filme "Tropa de Elite 2" o contexto do Rio. Que Deus tenha piedade de nós!"
- " ... Os cidadãos de bem não aguentam mais arrastões, veículos incendiados, milícias, "bondes", bandidos cruzando ruas da cidade ostentando armas, corrupção nas polícias: verdadeiro interminável rosário de ilicitudes. Tanto quanto as bem-vindas UPPs, já passa da hora das autoridades criarem as UPPAs: Unidades de Polícia Pacificadora do Asfalto".
- "... Não são todos criminosos? Por que não deixá-los juntos, para que se destruam mutuamente? Deve haver gente muito importante interessada em que se mantenha esse estado de coisas."
- "O que realmente impressiona na guerra do Rio de Janeiro é a complacência das autoridades. Os números da violência ultrapassam muitos dados do Iraque e do Afeganistão... como entender que o governador, autor da política de insegurança, tenha sido reeleito com uma maioria esmagadora?"
- "...Chega de incompetência! O governador, em vez de ficar preocupado em fazer festa de despedida para o Presidente Lula, deveria, sim, olhar com mais atenção esta onda de arrastão que tomou conta da cidade depois da eleição de 3 de outubro."
- "Diante de tanta violência e inércia, só posso chegar a uma conclusão: há medo e despreparo das autoridades... A polícia corre feito boba e como barata tonta. Mas o governo e a prefeitura estão abarrotados de dinheiro. Coitados de nós!"
- "Num momento em queos bandidos extrapolam toda a sua violência, deveria haver um amplo debate para a criação urgente de uma Lei de Exceção - com poder restrito de julgar e punir - e quem sabe mais alguma coisa - justamente para aqueles que não conhecem mais os seus limites..."
- "... Honestamente, não vejo solução a curto prazo para este problema, cuja tendência é se agravar à medida que forem sendo implantadas novas UPPs."
- "... ficou evidenciado que a segurança pública em nosso estado é um cobertor curto. Continuamos a sofrer com a falta de policiamento..."

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