quarta-feira, 25 de março de 2009

Pacote habitacional : golpe mortal na oposição

Nem tinha visto ainda o que era o pacote de 1 milhão de casas lançado hoje, e já estava na TV a figura antipática do Caiado, líder do DEMo, esbravejando que iria investigar, retalhar, fatiar, esquartejar o programa, porque era eleitoreiro, etc e tal. Natural essa reação. A depender da "nossa" direita, o Brasil estaria fazendo as políticas do direitista Sarkozy, na França, que estão demitindo milhares de trabalhadores e gerando uma onda de protestos violentos. Lula continua investindo em programas sociais não apenas por uma demanda social, mas porque podem fazer o PIB crescer até 2%. Isso é mortal para a oposição, que gosta de comemorar o aumento do desemprego e da recessão, se isso trouxer perda de prestígio a Lula. E, pior, não gostam de ver o Estado repassar dinheiro subsidiado, para que as pessoas paguem, na pior hipótese, R$ 50 mensais de prestação.

A construção civil é um dos segmentos mais geradores de empregos, e sua cadeia produtiva é quase toda compradora de produtos nacionais. Incentivar a construção é retorno certo em emprego e renda. Além disso, há uma demanda de 8 milhões de moradias populares. Na falta do ordenamento urbano com políticas habitacionais, as favelas tomam conta de tudo. Qualquer iniciativa para reduzir o déficit terá que ser de grandes dimensões. No tempo do BNH, houve um ano, no fim da década de 70, no qual foram construídas 700 mil habitações. Hoje, com mais tecnologias, financiamento e disposição das prefeituras em ceder terrenos, uma meta de 1 milhão de casas em um ano e meio não é nenhum absurdo.

O problema está na simultaneidade. O gestor dos recursos será a CEF, que tem uma estrutura de concessão de créditos e de fiscalização da aplicação dos recursos para trabalhar com cerca de R$ 10 bilhões por ano. E, detalhe, esses recursos são aplicados em unidades cujos valores unitários são altos, e bastante concentrados em grandes centros. O que se fará agora terá dimensões nacionais, de baixo valor, em enormes quantidades. Se não houver a fiscalização adequada, ainda mais em vésperas de eleições, teremos candidaturas milionárias em todos os níveis, e casas de péssima qualidade para a população.

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