terça-feira, 1 de novembro de 2011

Grécia : Plebiscito derruba mercados europeus

Na última semana o grande capital europeu pensava ter conseguido equacionar os problemas dos países falidos através da imposição de programas de austeridade com o padrão FMI : arrocho salarial, privatização, flexibilização de direitos trabalhistas, demissões no setor público, redução de programas sociais e benefícios previdenciários, etc. Quando tudo parecia indicar que a conta iria ser passivamente paga pelos povos desses países em crise profunda, o primeiro-ministro da Grécia, diante da pressão do povo nas ruas em sucessivas greves gerais, resolveu levar a questão a um plebiscito em janeiro de 2012.

A notícia caiu como uma bomba nos centros financeiros, e hoje as ações dos principais bancos europeus despencam, junto com as bolsas de valores. A "democracia grega" deu um duro golpe nas projeções de lucros dos bancos financiadores das dívidas, como o Paribas BNP e o Deutsche Bank, que terão que rever as condições de empréstimo a outros países para reduzir riscos de calote.

A quebra da Grécia não é desejada pelo mercado, que pretende manter, dentro da camisa-de-força da Comunidade Européia o controle da sua economia. Se a Grécia sai da eurozona, praticamente nenhuma garantia haverá para os bancos e governos que fizeram empréstimos aos gregos, e o calote passa de duvidoso a certo. O governo grego, aparentemente, joga com isso para obter melhores condições para um acordo menos lesivo. O risco para os banqueiros é enorme, pois já há pesquisas indicando que o povo grego rejeitará o pacote no plebiscito. 

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