quarta-feira, 27 de junho de 2012

Juros : Os mais baixos desde o Real, continuam obscenos

Segundo o Banco Central, pela primeira vez na história o volume de crédito no Brasil ultrapassou os 50% do PIB. A taxa média de juros é a menor desde 2000, o crédito consignado está sendo preferido na renegociação de dívidas em relação ao  cheque especial e cartão, e o juro nos empréstimos às famílias caiu 3%, atingindo o patamar de 38,8%, o menor desde o início do Plano Real. Mesmo com esse avanço, os juros continuam obscenos, garantindo gordos lucros aos banqueiros.


Clientes usam crédito mais barato e ampliam participação dos bancos públicos no mercado

Consignado puxa expansão do crédito pessoal, com queda de modalidades de juros mais altos
As concessões de empréstimos consignados impulsionaram a expansão de 1,9% da carteira de crédito pessoal em maio, alcançando um total de R$263 bilhões. Ao mesmo tempo, houve uma retração de 2,8% no mês dos saldos de modalidades de crédito com custo mais elevado, como cheque especial e cartão de crédito. Os dados, apresentados na terça-feira (26) pelo Banco Central do Brasil (BC), demonstram que o consumidor está aproveitando a oportunidade aberta pela política de juros mais baixos iniciadas pelas ofertas dos bancos públicos.
O BC manteve a expectativa de que a oferta de crédito terá um crescimento de 15% neste ano, mas o movimento do mercado favorece os bancos públicos, que devem ter crescimento de 21% (no relatório anterior, eram 19%). No caso das instituições privadas nacionais, a previsão de expansão passou de 12% para 10%. O crédito dos bancos privados estrangeiros deve crescer 13%, o mesmo estimado anteriormente.
O crédito com recursos direcionados (operações realizadas com taxas de juros pré-estabelecidas em normas governamentais para os setores rural, habitacional ou de infraestrutura) deve crescer 20% (a previsão anterior era de 21%). A estimativa para o crescimento do crédito livre neste ano passou de 12% para 13%.
Taxas - A taxa média de juros das modalidades que compõem o crédito referencial atingiu 32,9% ao ano (a.a.) em maio, após reduções de 2,2 p.p. no mês e 7,1 p.p. em relação ao mesmo período do ano anterior, alcançando o menor patamar registrado na série histórica iniciada em junho de 2000.
A diminuição no custo do crédito ocorreu para pessoas físicas e jurídicas, com destaque para os empréstimos às famílias, que registraram queda de 3 p.p. na taxa média, situando-se em 38,8% a.a., a mais baixa da série iniciada em julho de 1994. No segmento de empresas, a taxa média situou-se em 25% a.a., com redução de 1,3 p.p. No mesmo sentido, os spreads bancários assinalaram reduções de 2,4 p.p. no crédito a pessoas físicas e de 0,7 p.p. nas operações com pessoas jurídicas.
Volume já representa 50,1% do PIB
O volume de crédito do sistema financeiro atingiu R$ 2,136 trilhões, em maio, com crescimento de 1,7% em relação ao mês anterior e de 18,3% em 12 meses, segundo o BC. Pela primeira vez, os empréstimos representam 50,1% de tudo o que País produz - Produto Interno Bruto (PIB). Neste ano, o BC espera que o crédito em relação o PIB fique 52%, ante 51% estimados anteriormente (veja gráfico abaixo).
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