segunda-feira, 16 de abril de 2012

CPI do Cachoeira : VEJA enfurece Marco Maia e o caldo entorna

A flagrante participação da VEJA no esquema do bicheiro Carlinhos Cachoeira e em tramóias que geraram factóides e falsas notícias que alimentaram escândalos e tentativas de golpear Lula e Dilma acovardou toda a mídia que era caudatária dos seus "furos de reportagem". Estadão e Folha partiram para o ataque ao PT, focando principalmente no governo do DF de Agnello. A Globo também partiu para esse ataque, mas lançando teses como a discordância de Dilma com a CPI para não travar o Congresso, ou da vingança de Lula, ou mesmo da CPI servir de cortina de fumaça enquanto os crimes do Mensalão prescrevem e não são julgados. Tudo isso acontece quando se discute a regulamentação dos grupos de comunicação, onde impérios podem ser pulverizados por práticas cartelistas.

Uma CPI como essa, onde só se sabe como começa e nunca o que será jogado no ventilador no seu decorrer, a cautela do governo é até justificável, pois há setores no PT e na base aliada que podem ser atingidos. Câmara e Senado discutem texto para tentar limitar a investigação e evitar uma "CPI do Fim do Mundo". Com o passar do tempo mais gente começa a ser implicada, como o senador Eduardo Azeredo, do PSDB, o pai do Mensalão, que também bebeu a água do esquema Cachoeira. Sérgio Cabral, do PMDB do Rio, teve despesas de viagem e outras mordomias pagas pela DELTA, acusada no esquema. A fabricação dos mais diversos dossiês pelo esquema Cachoeira agora vai passar por revisão.

É desprezando esse cenário de "deixa disso" que a VEJA sai no fim de semana esculachando o presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), um dos mais ponderados até aqui na delimitação do escopo da investigação. Moral da estória: agora o parlamentar explicitou que a vinculação de meios de comunicação com os esquemas de arapongagem será investigada. Publicou a nota "Por que a VEJA é contra a CPMI do Cachoeira" mostrando que a chapa ficará mais quente para quem faz armações a título de jornalismo. Aí vai a nota, mostrando a animosidade criada com Marcos Maia e que, se depender dele,   o caldo entornou:


Geral | 15/04/2012 19:00
Por que a Veja é contra a CPMI do Cachoeira?
Tendo em vista a publicação, na edição desta semana, de mais uma matéria opinativa por parte da revista Veja do Grupo Abril, desferindo um novo ataque desrespeitoso e grosseiro contra minha pessoa, sinto-me no dever de prestar os esclarecimentos a seguir em respeito aos cidadãos brasileiros, em especial aos leitores da referida revista e aos meus eleitores:Fonte: JBatista
- a decisão de instalação de uma CPMI, reunindo Senado e Câmara Federal, resultou do entendimento quase unânime por parte do conjunto de partidos políticos com representação no Congresso Nacional sobre a necessidade de investigar as denúncias que se tornaram públicas, envolvendo as relações entre o contraventor conhecido como Carlinhos Cachoeira com integrantes dos setores público e privado, entre eles a imprensa;

- não é verdadeira, portanto, a tese que a referida matéria tenta construir (de forma arrogante e totalitária) de que esta CPMI seja um ato que vise tão somente confundir a opinião pública no momento em que o judiciário prepara-se para julgar as responsabilidades de diversos políticos citados no processo conhecido como "Mensalão";

- também não é verdadeira a tese, que a revista Veja tenta construir (também de forma totalitária), de que esta CPMI tem como um dos objetivos realizar uma caça a jornalistas que tenham realizado denúncias contra este ou aquele partido ou pessoa. Mas posso assegurar que haverá, sim, investigações sobre as graves denúncias de que o contraventor Carlinhos Cachoeira abastecia jornalistas e veículos de imprensa com informações obtidas a partir de um esquema clandestino de arapongagem;

- vale lembrar que, há pouco tempo, um importante jornal inglês foi obrigado a fechar as portas por denúncias menos graves do que estas. Isto sem falar na defesa que a matéria da Veja faz da cartilha fascista de que os fins justificam os meios ao defender o uso de meios espúrios para alcançar seus objetivos;

- afinal, por que a revista Veja é tão crítica em relação à instalação desta CPMI? Por que a Veja ataca esta CPMI? Por que a Veja, há duas semanas, não publicou uma linha sequer sobre as denúncias que envolviam até então somente o senador Demóstenes Torres, quando todos (destaco "todos") os demais veículos da imprensa buscavam desvendar as denúncias? Por que não investigar possíveis desvios de conduta da imprensa? Vai mal a Veja!;

- o que mais surpreende é o fato de que, em nenhum momento nas minhas declarações durante a última semana, falei especificamente sobre a revista, apontei envolvidos, ou mesmo emiti juízo de valor sobre o que é certo ou errado no comportamento da imprensa ou de qualquer envolvido no esquema. Ao contrário, apenas afirmei a necessidade de investigar tudo o que diz respeito às relações criminosas apontadas pelas Operações Monte Carlo e Vegas;

- não é a primeira vez que a revista Veja realiza matérias, aparentemente jornalísticas, mas com cunho opinativo, exagerando nos adjetivos a mim, sem sequer, como manda qualquer manual de jornalismo, ouvir as partes, o que não aconteceu em relação à minha pessoa (confesso que não entendo o porquê), demonstrando o emprego de métodos pouco jornalísticos, o que não colabora com a consolidação da democracia que tanto depende do uso responsável da liberdade de imprensa.

Dep. Marco Maia,
Presidente da Câmara dos Deputados
Em 15 de abril de 2012
http://www.marcomaia.com.br/index.php?page=noticias&act=ver&cod=1393



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