sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

BB e Caixa quebram oligopólio dos juros e lucram

BB e Caixa anunciaram lucros recordes em 2012, calando a boca de todos os "analistas de mercado" inflados pela mídia que consideravam temerária a expansão do crédito por conta da inadimplência. Os mesmos que previram comoção se mudassem as regras da poupança ou a fuga de investidores se os juros caíssem. Pois os resultados estão aí: BB expandiu o crédito em 25%, a Caixa em 40% enquanto os bancos privados, que apostaram no fracasso, cresceram muito pouco e mesmo assim com grande seletividade.

Os bancos públicos, que historicamente trabalham com clientes de baixa renda, sabem na prática que pobres honram suas dívidas. Não negam, e pagam de alguma forma, seja dívida bancária, cartão ou carnê. Com o juro que for. Por outro lado, os clientes de maiores recursos conhecem formas de protelação ou de calote de valores maiores, impactando os balanços como o do Itaú, que teve problemas na carteira de crédito de veículos e reduziu seu lucro.

A aposta na alta dos juros está sendo inflada na mídia da especulação, porque a inflação chegou a 6% e deixou a taxa real de juros abaixo de 1,5%. Falam em manipulações contábeis do governo para reduzir artificialmente a inflação, como mexer nas taxas de cãmbio, desonerar impostos, etc. O apelo especulativo é tão visível que o uso de aumento de taxa de juros só seria válido em caso de aumento excepcional da demanda, o que não está acontecendo.

Dilma não vai elevar juros, mas ampliar as ações para desonerar a economia, aumentar os juros e estimular a competitividade para fazer o mercado funcionar sem tantos cartéis e oligopólios. A questão não é eleitoral, como diz a oposição sem legado nem candidato, mas estrutural para o capitalismo brasileiro.

BB e Caixa saíram na frente e bancarizaram milhões de pessoas. Os bancos privados insistem em ganhar muito com poucos clientes, aumentando o risco de inadimplência. A política só mostrará sintomas de sucesso quando, enfim, virmos os lucros dos bancos declinarem.


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