sexta-feira, 1 de março de 2013

Rio : 448 anos de problemas, mas continua lindo

Neste 1o de Março a cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro não teve feriado, já que ele é gasto no dia do santo padroeiro (20 de janeiro). No noticiário um presente amargo: o Congresso irá decidir sobre os royalties do petróleo no próximo dia 9/3, depois que o STF derrubou o voto do ministro Luiz Fux que exigia que todos os vetos fossem votados na sequência. Com isso, a ameaça de corte de verbas para o estado e o município está no ar. A notícia boa é que a cidade ganhou o Museu de Arte (MAR), um prédio belíssimo, inaugurado por Dilma e demais autoridades. A outra péssima é que estourou greve de ônibus que paralisou parte do transporte.

Impressionante como o Rio vai chegando aos 450 anos ainda maravilhoso, com tantas administrações incompetentes, ataques à sua natureza e confisco dos seus recursos. Desde a fundação, em 1565, se levou tudo daqui. Em 1711, o corsário francês René Duguay-Trouin sequestrou a cidade e só a devolveu após o pagamento de resgate. Em 1808 a corte portuguesa, ao chegar ao Brasil fugida da invasão napoleônica em Portugal, tomou os principais imóveis dos súditos mais ricos.

Em 1961 grande parte do funcionalismo público federal sofreu migração forçada para a nova capital, Brasília, e um esvaziamento econômico se seguiu. Na década de 70 os militares forçaram a fusão com o antigo Estado do Rio para meter um interventor, já que perdiam todas as eleições para o MDB, e os recursos do Rio tiveram que sustentar todo o novo estado. Como o Rio era oposição, a ditadura destinou os principais investimentos para outros estados.

Depois vieram governos desastrosos, que fizeram acordos com o crime organizado e foram omissos no combate à ocupação desordenada e à grilagem, que destruíram paisagens naturais e reservas. Obras faraônicas, como a Cidade da Música, sangraram recursos. A cidade assumiu compromissos de fazer a Copa de 2014 e a Olimpíada de 2016 que levaram a gastos astronômicos sem retorno, que ganharam prioridade sobre saúde, educação e outros problemas sociais gravíssimos e endêmicos. Milícias tomaram áreas como governos paralelos. O golpe final seria o confisco dos royalties.

Apesar de tudo, o Rio continua lindo. 

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