O ano eleitoral de 2010 começou com jogo pesado da direita. Sem condições de bater em Lula por falta de condições morais e de propostas, e pela popularidade inédita do presidente, que não será candidato a nada, concentram-se na derrubada da pré-candidata Dilma Roussef apelando ao que há de mais reacionário: a tentativa de envolver militares em algum tipo de aventura contra a ex-guerrilheira.
Primeiro, inflou-se na mídia a importância de um decreto que cria uma política de direitos humanos, que na prática pode trazer aos tribunais os criminosos de guerra que torturaram durante a ditadura, em nome do Estado. Entre estes estão laranjas podres das forças armadas, todos já de pijama, cuja impunidade pode contaminar a caserna com uma pretensa convicção de constituirem um poder autônomo acima das instituições democráticas. Uma meia-dúzia de criminosos pelos quais nenhum militar digno deveria botar as mãos no fogo. Dizem que a Lei da Anistia será considerada letra morta, privilegiando os ex-guerrilheiros de esquerda, como Dilma Roussef.
Mais gasolina foi jogada com o vazamento de um relatório da FAB favorável à compra do jato sueco com peças americanas, contrariando interesses do governo de estabelecer parcerias com a França para fugir à dependência e eventual suspensão de suprimentos e peças para as aeronaves em caso de confronto com os EUA. A mídia já diz que isso seria uma represália à política de direitos humanos, para deixar Lula com a espinhosa tarefa de opor-se ao parecer dos militares, caso decida comprar os Rafale.
Aí vão duas jogadas perigosas: a primeira depõe contra a credibilidade da FAB, já que seu parecer deveria ser sigiloso por questões de segurança nacional, denotando que alguns militares entraram no jogo da politicagem; a outra é colocar militares para pressionarem o presidente constitucional por uma política que deveria ser abraçada pelas forças armadas em defesa da democracia, afinal, duvido que algum oficial queira ter o "direito" de torturar e matar pessoas ao arrepio da lei.
Tudo isso desemboca na criação de uma ofensiva de direita contra a candidata Dilma Roussef, contra quem será tentado colocar a pecha de inimiga das forças armadas e, seguindo a lógica da inimputabilidade pela pretenção de "poder acima dos poderes" dos militares, ela seria inimiga da Pátria. Os próximos dias dirão se Lula irá se submeter à chantagem da direita ou se tomará as providências cabíveis, como a abertura de inquérito para punir os responsáveis pelo vazamento de relatório sigiloso da FAB e negar qualquer alteração na política de direitos humanos, que veio para impedir que novas barbaridades aconteçam.
sábado, 9 de janeiro de 2010
Direita quer militares contra Dilma
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É necessário ensinar aos jovens oficiais que o nosso país tem contituição. Cabe a cada soldado deste país a obrigação de estar a serviço do povo e nunca apontar nossas armas contra a democracia. Nossos soldados não são filhos das elites arrogantes e detentoras das riquezas do país, são sim, filhos dos trabalhadores, por isso devem pensar duas vezes antes de acatar uma ordem inconstituicional e burra como aconteceu em 1964.
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