domingo, 11 de setembro de 2011

Europa Oriental : Planejando a viagem - parte 3

(continuação de Europa Oriental : Planejamento de viagem - parte 2)
ORDENANDO OS ROTEIROS

Esse é um trabalho interativo muito difícil, ainda mais com os condicionantes desta viagem. O melhor é lançar em planilhas as datas e os prováveis locais e submeter aos demais acompanhantes quantas vezes forem necessárias até chegar a um acordo. Na elaboração das propostas, levar em conta as informações de eventos locais que poderão ser visitados, adequação a finais de semana de algumas localidades, etc.

Até agora só consegui fechar o roteiro para os primeiros 20 dias, porque das informações obtidas nessa primeira fase da jornada sairá a validação da próxima. Se a barra pesar muito, temos a opção de ficar o resto do tempo entre Bratislava e Viena como moradores locais, já que não pagaremos hospedagem por lá.

O importante é a definição dos tempos parciais: serão 4 dias para Moscou, de tanto a tanto, e com base nisso a gente arruma as visitações, passeios, etc. O planejador poderá apresentar aos demais um projeto, já levando em consideração os horários de abertura dos locais de interesse, os roteiros a pé e interconexão com outros meios de transportes, a importância de cada coisa e a relação de coisas que, a princípio, serão descartadas por falta de tempo/prioridade.

Essas interações democráticas têm o preço alto da indefinição por longo prazo, por isso duas coisas normalmente acontecerão: razoável consenso ou aprovação por maioria. De antemão, antes de pensar de embarcar numa aventura dessas, você escolherá pessoas razoáveis, sem frescuras, que tenham afinidade com o teu ritmo, interesses e velocidades, ou que confiem o suficiente em você para aceitar tuas propostas sem questionar, e obterá o consenso. Se a coisa complicar e chegar ao impasse, votação será necessária, gerando insatisfações. O tempo para a busca do consenso deverá ser limitado, senão as etapas seguintes poderão ficar comprometidas, tanto em custos como em indisponibilidade de ingressos, hotéis, etc, por falta de decisões tempestivas.

AMARRAÇÃO DA PROGRAMAÇÃO

Com o roteiro aprovado, hora de fazer as compras possíveis para o momento. No caso desta viagem, cuja data de ida e volta já são conhecidas, em primeiro lugar compramos as passagens desses trechos. Quando se compra o ticket aéreo em ida e volta, o preço cai muito em relação ao que seria voltar de um lugar diferente da chegada. Nem sempre se pode fazer isso, pois há viagens sequenciais, ao longo de uma linha sem retorno. Como temos um ponto fixo de apoio, ir e voltar a Bratislava em diversas pequenas viagens durante a semana foi a solução que adotamos, com os seguintes trechos (alguns ainda sujeitos a reprogramação:
- Bratislava - Bulgária - Bratislava
- Bratislava - Romênia - Bratislava
- Bratislava - Alemanha - Áustria - Bratislava
- Bratislava - Moscou - Bratislava
- Bratislava - Polônia - República Checa - Bratislava
- Bratislava - Eslovênia - Croácia - Hungria - Eslováquia - Bratislava
- Viena - Itália - Áustria - Viena

Quando digo "Bulgária" isso quer dizer a capital, Sófia, e mais algumas cidades. Algumas coisas serão avaliadas no local. Pode ser que a cidade-alvo não demande o tempo planejado, e sobre para outras coisas. Apenas na Rússia é que nos limitaremos a Moscou, sem visitar outras cidades. O grupo tem que estar sintonizado com a possibilidade de mudanças a cada momento, pois reprogramações são possíveis. Em alguns casos , as coisas acontecem como na poesia Cantares, do poeta espanhol António Machado, onde um trecho diz: "Caminhante, não há caminho - o caminho se faz ao andar". Basta um mala-sem-alça no grupo para que este adquira a velocidade do mais lento.

ARMADILHAS AÉREAS

É muito comum ouvirmos falar em promoções de empresas européias que têm passagens aéreas de baixo custo. Na hora de ver preços, aparecem coisas muito baratas, porque os vôos chegam e partem de aeroportos longínquos das cidades, com acessos difíceis (nem todos), com escalas terríveis e altos custos por bagagem, sem serviço de bordo, etc. Fazendo a conta dos custos de tempo (em viagem, é dinheiro mesmo!), transportes, alimentação e riscos de vários transbordos de modais de transportes, a gente vê que a vantagem não é tão grande assim, em alguns casos.

Outra cilada é a das tarifas dos aeroportos. Entre no site do Decolar.com, Booking.com ou similares e marque um trecho em passagem internacional. Aparecerá um valor. Anote-o. Avance para o passo seguinte da compra. Aparecerá outro valor, contemplando acréscimos que podem chegar a valores bem maiores que o valor anterior. Esse é o valor real.

Em geral, empresas de grande porte admitem que o passageiro leve duas malas com o máximo de 36 kg cada. Uma mala a mais, mesmo respeitando os 72 kg totais, será sujeira a uma tarifa absurda, da ordem de 30 euros ou até mais. Quanto mais malas, mais caro, porque em algumas empresas o valor da quarta mala é maior que o da terceira.

Leve a bordo tudo que puder de valor, documentos e registros da viagem (fotos, arquivos, etc), porque malas têm o péssimo vicio de sumir ou aparecer abertas. Observar rigorosamente o que é permitido levar, por causa das medidas de segurança. Além do mais, dependendo do aeroporto, você poderá ser submetido a um "baculejo" pesado, e ter que mostrar tudo que tem na bolsa, passar por escanner de corpo, etc.

Quando definir a empresa aérea, verificar o terminal do aeroporto onde irá parar e de onde irá retornar. Dependendo do aeroporto, a romaria de um terminal a outro pode levar tempo suficiente para você perder o vôo. Chegar com mais de duas horas de antecedência é adequado, porque zebras podem acontecer na imigração, e isso tem que constar na sua programação com alguma folga para engarrafamentos, etc.

Sabendo o terminal, hora de examinar as opções de transporte ao hotel. Em geral os sites de aeroportos têm esse tipo de informações, e até alertas para as máfias do transporte que rondam as salas de embarque. Táxis e vans piratas podem ser armadilhas. O melhor é pegar um ônibus para um metrô e de lá chegar a cidade, onde se pode pegar um táxi com menos riscos. Pelo menos em tese, e isso se o taxista te entender. É importante ter noção das distãncias, e um mapa mostrando até os trajetos não seria um luxo, já que os recursos disponíveis na internet hoje permitem fazer isso com precisão.

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