quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Nunca houve uma oposição tão medíocre

O que faz Lula ter mais de 80% de aprovação popular, e essa ser crescente mesmo com a crise internacional? Uma parte da explicação está nos resultados da economia, os melhores comparados a muitas décadas. A outra pode estar na desqualificação da oposição ao governo, praticamente limitada a alguns expoentes da direita raivosa do DEM e do PSDB, que não encontram eco na sociedade para suas críticas, mesmo que tenham fundo de razão.

Do lado da mídia, depois de todas as orquestrações de golpes como o do "caos aéreo" (alguém se lembra disso?), agora o que se vê são picuinhas localizadas, além, claro, de assumirem a defesa dos interesses do grande capital na luta pela supressão permanente de direitos trabalhistas a pretexto de uma crise cíclica.

O besteirol do noticiário traz uma enorme preocupação com a cirurgia plástica da ministra Dilma Roussef e seus efeitos sobre a sucessão presidencial de 2010. Isso vai mudar até a rotação da Terra...

Noutra frente, matérias censuram Lula por ter dito que não lê jornais, segundo eles "o melhor retrado da realidade" e que por isso tem que se basear em informações de fontes não confiáveis, como as dos seus assessores (incrível essa lógica). Ora, quem tem juízo só lê os jornais para ver até onde vai a capacidade de manipulação da imprensa, e colher cacos de informação.

Aí vem o ataque ao Ministro Tarso Genro, que concedeu asilo a um militante de esquerda da Itália. Eles elevam o fato a uma condição de extrema gravidade, acentuando a posição do governo italiano como a única verdade no caso, lixando-se para a tradição diplomática brasileira que já concedeu asilo até ao sanguinolento general Stroessner, ditador do Paraguai.

Por fim, e agora com razões de fundo, a tentativa de dividir o governo a partir do ataque ao Ministro Lupi, que declarou que empresas que demitirem perderão créditos de bancos oficiais e vantagens tributárias, exigindo de Lula que o desautorize. Nessas boquinhas está boa parte da rentabilidade do capitalismo brasileiro, com a socialização de perdas a todos os contribuintes, ao se concederem empréstimos a juros privilegiados e isenções de impostos que todos os demais pagam.

No fundo de toda essa mediocridade, creio haver o fato da elite ter que aturar um governo que, via de regra, atende a um programa de gestão capitalista mais ou menos keynesiano, que atende a grande parte dos interesses empresariais, tomando da burguesia as suas bandeiras. Não há, das oposições, um projeto alternativo, porque o que podem propor já está em execução pelo atual governo. Aí a coisa cai no vácuo, no varejinho congressual e na bizarrice jornalística.

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