As ocupações de terras griladas no Pontal do Paranapanema neste carnaval, e a morte de 4 pistoleiros de fazendeiros em confrontos com integrantes do MST em Pernambuco foram o caldo para a grande articulação do latifúndio botar sua tropa de choque na mídia. Editoriais das TVs e jornais condenando tudo, e a figura de proa do presidente do STF, Gilmar Mendes, intervindo no Poder Executivo ao dizer que os recursos da reforma agrária estão sendo usados para atividades ilegais, fora a pressão que virá neste pós-carnaval, darão o tom político dos próximos dias.
O que a mídia não diz é que o governo de José Serra, através da PL 578/2007, em tramitação no legislativo paulista, pretende regularizar as propriedades griladas da região, ou seja, ilegalmente registradas em nome dos atuais detentores através da falsificação de documentos. Cerca de 200 fazendas, totalizando mais de 300 mil hectares de área, podem ser passadas às mãos dos grileiros, se o projeto for aprovado. O movimento de ocupações também quer pressionar o governo estadual para o assentamento imediato das famílias acampadas e agilizar o processo de desapropriação das fazendas .
No mínimo, o Governo Lula deveria pedir ao dirigente máximo do poder judiciário para ficar na sua, e não dar palpite na seara alheia. A crer nos dados do governo, nos seis anos de Lula foram assentadas mais famílias que em todos os anos anteriores, pela reforma agrária, e hoje no Rio Grande do Sul não existiriam mais acampados. Lula deveria ter a coragem de encarar essas forças do atraso, bater firme na grilagem e no latifúndio e aprofundar a reforma agrária. Vamos ver ...
quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009
Mídia bate em sem-terras para defender grilagem
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