terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

2010 já começou

O primeiro passo foi dado por Lula, ao colocar Dilma como sua candidata. Com essa postura, acima da vontade até do PT, que não decidiu nada ainda, Lula se livrou de uma grande apurrinhação, que era a da especulação do terceiro mandato. Imaginem se não tivesse uma Dilma como alvo agora, o que a mídia não faria após Chavez vencer o plebiscito que permitirá ilimitadas reeleições?

O PMDB também fez o seu ensaio com barba, cabelo e bigode nas eleições das presidências da Câmara e do Senado. Como maior partido em bancadas e prefeituras, pode reivindicar uma candidatura própria à presidência da República.

José Serra também vem esgarçando o PSDB para ganhar a indicação à candidatura. Nas eleições passadas torpedeou Alkmin, apoiando Kassab, torpedeia o "bon vivant" Aécio Neves, que sai do Rio para Minas durante a semana só por obrigação de trabalho, e busca apoios em outros partidos como...

Jarbas Vasconcelos, fundador do PMDB, que jogou merda no ventilador através da revista Veja (sempre a serviço do desserviço), dizendo "novidades" como que o PMDB adora um carguinho para fazer licitações de cartas marcadas e ganhar comissões, etc. Como o cinismo geral considera a corrupção uma atividade inerente à política, isso já não causa impacto. Investiu, no dia seguinte, contra o Bolsa Família, chamando o programa federal de máquina de compra de votos.

Sobre isso, li uma interessante matéria do jornalista Alon Feuerwerker, no Correio Braziliense de ontem, onde do texto se destaca: "No Brasil, dinheiro público dado ao rico significa modernidade. Quando é dado ao pobre, representa atraso e clientelismo.". Ele faz um paralelo entre o tantinho de dinheiro dado pelos programas sociais, que dá um pouquinho de alegria a muita gente, que se dispõe a simpatizar com o governo, e o tantão de dinheiro dado a poucos nas privatizações, que acabou resultando na energia elétrica e na telefonia celular mais caras do mundo e não atraiu muitas simpatias eleitorais ao governo anterior nem aos candidatos do PSDB. Conclui que a oposição, a partir dessa declaração de Jarbas Vasconcelos contra o Bolsa Família, logo vai ter que arcar com o ônus de negar que um eventual governo mais à direita não irá acabar com o programa. Para quem precisa ganhar votos de pobres, em especial no nordeste e nos grotões, bater nos programas sociais é um tiro no pé.

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