quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Banco do Brasil ajuda a tirar o país da crise

Hoje o BB publicou seu balanço de 2009, com mais de R$ 10 bi de lucro, o maior da história de todos os bancos. Tirando o dinheiro que é da PREVI para pagamento das aposentadorias dos funcionários, mais uma vez apropriado irregularmente para engordar o balanço do banco, ainda sobra um imenso resultado. Qual o segredo? Emprestar dinheiro, coisa que os bancos privados não fazem e, num governo mais à esquerda, mereceriam fritar na chapa da estatização. Até Delfim Neto, que não morre de amores por estatais, disse:


“Agora vamos ver se esse lucro força os bancos privados a se coçar” Ele ressalta duas coisas: em primeiro lugar, uma demonstração de acerto do governo de determinar uma política agressiva dos bancos públicos para amenizar os efeitos da crise global no País. “Foi uma sorte o Brasil ter bancos públicos, isso ajudou a encurtar a crise no País”.

Na entrevista ainda elogia a equipe do BB pela competência em tomar o mercado, sem irresponsabilidades, dando um verdadeiro baile. Outro depoimento que mostra a importância do BB para o Brasil foi dado pela pré-candidata à presidência pelo PT, Dilma Roussef, em discurso no 4° Congresso do PT:

“Alguns falam todos os dias do inchaço da máquina estatal. Nós vamos continuar valorizando o servidor público. Vamos continuar reaparelhando o Estado, recompondo sua capacidade de planejamento.”... “Aqui no Brasil o desastre só não foi maior como em outros países porque os brasileiros resistiram e conseguiram impedir a privatização parcial ou integral da Petrobras, do Banco do Brasil, da Caixa Econômica.”

Na contra-mão está a turma que só não mandou o BB, a Petrobrás e outros patrimônios públicos para a vala comum da privatização porque houve resistência da sociedade. Em março de 1999, o governo FHC apresentou ao FMI um Memorando de Política Econômica , verdadeira confissão de submissão, que dizia no seu item 18:

"18. Com determinação o governo dará continuidade à sua política de modernização e redução do papel dos bancos públicos na economia. O Banco Meridional uma instituição federal foi privatizado em 1998 e em 1999 o sexto maior banco brasileiro o BANESPA agora sob administração federal será privatizado. Ademais o Governo solicitou à comissão de alto nível encarregada do exame dos demais bancos federais (Banco do Brasil Caixa Econômica Federal BNDES BNB e BASA) a apresentação até o final de outubro de 1999 de recomendações sobre o papel futuro dessas instituições tratando de questões como possíveis alienações de participações nessas instituições fusões vendas de componentes estratégicos ou transformação em agências de desenvolvimento ou bancos de segunda linha. Essas recomendações serão analisadas e decisões serão tomadas pelo Governo antes do final do ano sendo que as determinações serão implementadas no decorrer do ano 2000. O Governo já se decidiu sobre a privatização da administradora de ativos afiliada ao Banco do Brasil (BB/DTVM) e do Instituto de Resseguros do Brasil (IRB BRASIL-RE). Ao mesmo tempo continuará o processo de privatização fechamento ou transformação dos bancos estaduais restantes em agências de desenvolvimento. A privatização dos bancos dos grandes estados especialmente os da Bahia e do Paraná deverá ocorrer em 1999 dando seguimento às privatizações bem sucedidas dos bancos estaduais do Rio de Janeiro Minas Gerais e Pernambuco entre outros nos últimos dois anos."

Aí vem a questão: se FHC tivesse eleito seu sucessor, que instrumentos o governo brasileiro teria para alavancar a economia em 2009 e sair da crise mais rápido que os outros países do mundo? Sem o BB no crédito, sem a CEF no financiamento imobiliário, sem os investimentos da Petrobrás, onde estaríamos agora?



2 comentários:

  1. O governo Fernando Henrique desferiu um golpe fatal nos salários dos funcionários do BB, coe-
    rentemente com o propósito de privatizar, deixan-
    do os salários bem ao gosto do privatizante. o
    Bradesco, quem sabe. Financiado pelo BNDES tudo
    era possível de se concretizar.
    ONDE MORA A INJUSTIÇA INACEITÁVEL- Depois
    de sete anos com lucros astronômicos ano após ano, o BB só tem pago a seus funcionários nos
    dissídios a inflação do ano e mais algum resíduo
    irrisório, mantendo O SALÁRIO DE FUNCIONÁRIOS
    PRIVATIZÁVEIS, NÃO CONDIZENTES COM O BB POTÊNCIA.

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  2. A visão turva de que a crise já passou e o Brasil saiu dela é orientação do PT. Na verdade a crise foi artificialmente manipulada e a ajuda aos banqueiros no próprio governo Lula rolou e aconteceu enquanto jogaram nas costas da classe trabalhadora as dificuldades e demissões, como na Embraer.A resposta de classe já começa a dar sinais nas manifestações na Grecia. A falência dos EUA é um fato e no Brasil a luta de classes vai render e portanto vamos aguardar com fica o BB!

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