quinta-feira, 31 de maio de 2012

31 de maio - Dia Mundial sem tabaco

Moscou - Parque All Russia - Pavilhão da Armenia - 2011
No dia 31 de maio em todo o mundo há mobilizações contra o tabaco. É o DIA MUNDIAL SEM TABACO. A Convenção Quadro da ONU, ratificada em 2003, foi o mais importante acordo internacional para reduzir o tabagismo, seja no controle do consumo como na produção do tabaco, incentivando a substituição dessa lavoura por outras mais saudáveis.

Da Convenção Quadro surgiram ações como : proibição da propaganda; educação e conscientização da população; proibição de fumar em ambientes fechados; controle do mercado ilegal de cigarros; tratamento da dependência da nicotina; inserção de mensagens de advertências sanitárias fortes e contundentes nas embalagens dos produtos de tabaco; regulação dos produtos de tabaco quanto aos seus conteúdos e emissões, entre outras.

Mais ou menos nesta época, em 1992, parei de fumar pela última vez. Por que não "para sempre"? Porque cigarro é uma desgraça: o ex-fumante, se der uma tragada, tem tudo para voltar.

A maior falácia é "agora que parei, sei dominar o vício e paro quando quiser". Não dá para vacilar. Acho que se hoje fumasse um cigarro, voltaria tudo novamente, na base de um maço por dia. Até hoje, de hora em hora, tenho vontade de parar o que estou fazendo para tomar um café, que era o vício complementar ao cigarro. Impressionante a perda de concentração caso não faça essa pausa herdada do cigarro.

Além dos problemas de saúde, o cigarro custa muito caro. Na base de um maço por dia, que é o normal para um fumante contumaz, o gasto é de R$ 3 por dia, ou R$ 1.095 por ano. Em 20 anos deixei de queimar R$ 21.900, ou seja, quase um carro popular ou duas viagens à Europa.

Felizmente, os jovens de hoje não usam mais o hábito de fumar como diferencial de auto-afirmação. Hoje para se diferenciarem há  opções como esportes radicais, tatuagens, piercings, exposição nas redes sociais e outras formas de exacerbação do individualismo que não o antiquado e mortal cigarro.

Quantas vidas foram ceifadas pelo cigarro? Perdi pai e avô prematuramente por conta dele. Antes dos cigarros com filtro, coisa dos anos 70, fumaram por décadas cigarros muito fortes, sem filtro, com muito mais nicotina e alcatrão que os atuais. Lembro-me do meu avô usando uma piteira Tar Gard, nos anos 70, transparente, fumando Minister. No fim do dia, tirava a parte interna, que retinha o alcatrão, e colocava num copo com álcool para limpar. No dia seguinte, o álcool estava marrom escuro, parecia um lodo. E era aquilo ali que diariamente ia para os pulmões.

Hoje quando vejo um fumante, desses que ficam excluídos, expostos ao público nas portas de empresas e restaurantes, tenho uma sensação que vai da pena à condenação pelo lento suicídio. Parecem doentes. Nunca foi tão fácil parar de fumar, porque a exclusão da companhia de colegas e amigos pesa muito para o sentimento de auto-exclusão. Fumar deixou de ser bonito, de ser o caminho para o sucesso, de ser um exemplo. Exceto na Armênia, onde os cigarros da marca Grand Tobacco têm como slogan " life for you" (vide foto) . Absurdo? Não. Tivemos coisas bem parecidas por aqui até uma década atrás. 

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