quinta-feira, 3 de maio de 2012

Juros : Banqueiros acham que Dilma está brincando

Hoje (quarta) a Febraban considerou que a alteração na poupança para novas regras atreladas à SELIC seria positiva, e que essa taxa terminaria o ano em 8,5%, pois abaixo disso poderia causar desequilíbrio no mercado de títulos. Estão acreditando que a mexida na poupança, necessária para tirar o piso da taxa de juros, só será feita em 2013.

A atitude dos bancos, até aqui, é de observação do mercado. Alegam que o momento para a queda da taxa de juros é péssimo, porque a inadimplência estaria alta, e anunciam reduções nos juros que não se aplicam na prática. A CEF está na vanguarda do movimento do governo, e o BB patina para não desobedecer às ordens do Planalto, mas também para não deixar suas ações sofrerem com a redução no spread.

Hoje as ações dos bancos caíram. Se os banqueiros se fazem de mortos nessa guerra contra os juros, o mercado não pensa do mesmo jeito. Investidores estão vendo que Dilma não está de brincadeira, e que em algum momento deslocará a corda a seu favor nesse cabo-de-guerra com os bancos. Hoje Dilma almoçou com Mantega e deve ter acertado novos passos para acelerar a queda dos juros. Ontem, Dilma fez uma convocação aos trabalhadores na luta contra os juros. Não seria surpreendente que já na próxima reunião do COPOM os juros caiam abaixo do previsto pelos banqueiros.

Antes de mexer na poupança, administradores de fundos poderiam reduzir taxas de administração, que chegam a mais de 2%, um absurdo considerado o baixíssimo risco. E deve avaliar o efeito das medidas tomadas pelos bancos públicos para baixar os juros, podendo até cair dirigentes que estejam fazendo pouco para o atingimento da meta de redução.

Por essas e outras acho que o governo não esperará 2013 para tomar as medidas necessárias à redução da taxa de juros de forma contundente, reduzindo a mamata dos rentistas que ganham muito sem produção. Na mídia arregada pelos banqueiros, o discurso já é de terrorismo contra a alteração na regra da poupança, embora os banqueiros, no discurso, sejam a favor da mudança, mas só em 2013, apostando na derrota de Dilma nesse meio tempo. 

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