segunda-feira, 7 de maio de 2012

Brasil reduz número de bancos e agências

Garimpando na Internet, achei o interessante estudo do IPEA de título "Transformações na indústria bancária brasileira e o cenário de crise", de 2009, feito no clima da crise financeira mundial. Fala do movimento de concentração de bancos (redução de 41% nos EUA e 32,2% no Brasil de 1990 a 2007), da redução do papel do Estado no sistema bancário com privatizações, do crescimento das instituições bancárias estrangeiras no Brasil, da redução do volume de empréstimos por bancos públicos, da desigualdade regional na distribuição das redes de agências, da queda na relação agências / pessoas (8,4%) e na alta concentração de pessoas por agência (11.000 no Brasil para 1,1 mil na Espanha), ou seja, forte exclusão bancária.

O estudo derruba a falácia da qualidade do sistema financeiro brasileiro diante da crise internacional. A conclusão clareia a idéia de que no Brasil os bancos são sustentados pelos governos, empresas e pessoas que pagam extorsivas taxas de juros, em patamares absurdamente superiores aos praticados em outros países, com uma rede de atendimento concentrada e precária, com forte exclusão. É por essas razões que o governo Dilma elegeu como prioridade forçar a queda dos juros aos patamares de países que vivem em crise, com mais inadimplência e até em guerra, que são bem menores que aqui.  Eis a conclusão:

... "Um argumento muito em voga no debate sugere que a atual resistência à crise financeira internacional é uma  prova da qualidade do sistema bancário brasileiro e de seus mecanismos de regulação. De

fato, quando são comparados os resultados obtidos no Brasil com os países da América do Norte, Europa Ocidental e Japão, no momento atual, essa constatação é de difícil refutação. No  entanto, ao
considerar dados sobre a disponibilidade de crédito barato e de atendimento da população, o cenário se torna significativamente diferente.

O custo do crédito supera em muito os patamares internacionais e o atendimento bancário é precário em vastas regiões do Brasil. Esse quadro, quando os efeitos mais graves da crise forem superados, vai recolocar o problema de acesso ao crédito e representar, novamente, um obstáculo para atingir um padrão de crescimento econômico mais elevado, pois, mesmo que a crise tenha forte componente bancário, o crédito continuará sendo a força motora para dar sustentação ao crescimento e gerar a sua transformação num ciclo virtuoso de desenvolvimento. "

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