terça-feira, 22 de maio de 2012

Cápsula Dragon : Privatização chega ao espaço

Cápsula Dragon em órbita. Fonte: Space X
O espaço sideral sempre foi um território onde a única lei vigente é a gravitacional. Desde que se mandou o Sputinik ao espaço em 1957, somente agências espaciais ligadas a governos colocam seus materiais por lá, mesmo que sejam satélites privados. A corrida espacial também levou para lá instrumentação de espionagem, e por pouco não tivemos o projeto Guerra nas Estrelas (ou Iniciativa de Defesa Espacial) proposto pelo ex-presidente norte-americano George Bush, botando armamentos em cima das nossas cabeças.

O tráfego próximo à nossa atmosfera está congestionado por tantos objetos e fragmentos que já se encontram lá, um perigo para os próximos lançamentos espaciais. Há um mapeamento dessa poluição, mas nada impede que governos como o americano ou o soviético tenham mandado coisas para lá secretamente, na Guerra Fria. Vez por outra um bagulho desses despenca, como o laboratório Skylab dos americanos.

Agora começou a era dos lançamentos espaciais totalmente privados. Hoje foi lançada em Cabo Canaveral a cápsula Dragon, produzida pela Space X, não tripulada, que deverá se acoplar à Estação Espacial Internacional (ISS). Será reutilizável, podendo levar cargas de quaisquer tipos, inclusive passageiros. O mercado espacial nunca teve cenário tão favorável para expansão. A NASA teve cortes profundos de verbas, e liberou para o mercado milhares de engenheiros e técnicos que acumulam o acervo técnico de muitos anos de pesquisa. Com o fim dos ônibus espaciais, o monopólio de transporte de cargas para a ISS hoje é dos russos. Logo haverá concorrência.

É urgente uma regulação internacional para a exploração e colonização espacial, sob risco de termos, a uma geração de distância, diversos enredos de ficção científica virando realidade, mais para o mal que para o bem. De guerras por domínios a experimentos de geo-engenharia que modifiquem os ambientes nos outros corpos celestes. E a extensão ao espaço das políticas insustentáveis já aplicadas à Terra, fazendo dos planetas e satélites vizinhos um verdadeiro faroeste, lugar de aventureiros. Acordos de defesa da Terra contra a colisão com corpos celestes também deve fazer parte desse escopo. 

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