terça-feira, 13 de agosto de 2013

Maratona Báltico 2013 - 003 : De Brasília a Estocolmo

Saímos de Brasília no domingo, dia dos pais, às 16:45h. Digno de registro o apoio de uma operadora do guichê da TAP que se antecipou ao nosso simples check-in para Lisboa e fez também o trecho de Estocolmo, que não estava, a princípio, no escopo do serviço. Uma dica para viagens de avião internacionais é comprar ida e volta a partir dos mesmos pontos, pois se forem comprados separadamente cada trecho sairá mais caro. Temos passagens de ida e volta para Lisboa, e apenas o trecho de ida para Estocolmo, o que exigiria, a princípio, desembarcar na capital portuguesa, pegar as malas e fazer novo check-in. Com a antecipação da funcionária evitamos toda essa trabalheira. Ponto para a TAP.

Vôo no horário, jantar no horário de Lisboa, 9 horas reais de vôo tranquilo. Como de praxe, não dormi. Aproveitei para botar a cinegrafia em dia: Homem de Ferro 3, As aventuras de Pi, uma comédia meio sem graça do Jim Carrey, além de estudar informações para a viagem. Pousamos às 5:45h. Na imigração do aeroporto Portela notamos a existência de 18 guichês de atendimento, sendo apenas um para países de língua portuguesa, e apenas 8 funcionários atendendo, o que formou uma fila gigantesca pois logo chegou um outro vôo. Levamos uns 25 minutos nisso. Depois, nova passada em raios-X para o reembarque. Daí é usar os 30 minutos de internet grátis que o aeroporto fornece pela Boingo para pegar informações, ver o Bom Dia Portugal, verificar que no free-shop as coisas não estão baratas e esperar o võo. Por sorte, junto ao portão 26 há uma tenda vendendo vinhos portugueses a preços bons. Compramos dois e passamos sem problemas na alfândega sueca.

Máquinas de venda de tickets de transportes
Por que a preocupação com a alfândega? Na Suécia você só encontra cervejas e outros de baixo teor alcoólico. Acima disso só nas lojas do governo federal (Systembolaget). Não há praticamente tarifas sobre importação de produtos, mas para bebidas o imposto é severo. Daí a neura com as bebidas que trouxemos.

No Aeroporto de Arlanda uma nova decepção com os preços do free-shop e retirada fácil das malas. Um detalhe que mereceu foto foi a faixa de isolamento da cinta de bagagens. Não tem aquele avanço que vemos nos nossos aeroportos, e dá mais segurança à retirada, além de melhor visualização. Só entra na faixa quem vai pegar a mala, e pronto. Coisa simples que faz diferença no padrão de vida. Outra coisa fundamental para um aeroporto em local turístico é ter uma loja de informações como a de Arlanda, com materiais de várias cidades e regiões do país. E mapas. E grátis. Mais gente atenciosa, que conhece o que faz.

Para economizar mão-de-obra tudo na Europa é feito em máquinas, como por exemplo venda de tickets de ônibus e trens. Para sair de Arlanda, que fica a uns 35 km de Estocolmo, há duas operadoras de ônibus (40 min de viagem) e um trem expresso (20 min), que é mais caro. Tudo vai para o mesmo lugar, a estação central. Tudo com internet wi-fi a bordo, mais uma dessas coisas simples e baratas que fazem a diferença. Viagem tranquila tipo 80 por hora, belas paisagens. Desembarque no meio da rua.

Alugamos um apartamento em Kungsholmen, um a das 14 ilhas que fazem parte da cidade, a menos de 1 km de caminhada a pé da estação. Estocolmo é muito bem servida de transportes públicos, e há poucos carros nas ruas. Faixas de ciclista respeitadas até por pedestres (para não serem atropelados, porque o povo da bicicleta vem com tudo), faixas de pedestre com prioridade, tipo Brasília, tudo muito organizado. Aparente segurança. Uma ótima primeira impressão.

Loja estatal de venda de bebidas
Apartamento de temporada é meio loteria. Achamos este num site especializado, que junta pessoas com quartos ou imóveis inteiros para alugar e os seus clientes. Hotéis na Escandinávia são muito caros, na base de R$ 400 para cima. Por que loteria? Você vê fotos e locais, mas na hora é que se sabe o que tem. No nosso caso tivemos sorte, pois o proprietário estava na hora marcada no local, é o que esperávamos que fosse, e a localização muito boa para andarmos a pé e evitar pagar em cada trecho de ônibus ou metrô, válido para comutação por 1 hora, a bagatela de R$ 8 (24 krona).

Por volta das 5 da tarde, sol a pino (anoitece às 21h), caminhada de reconhecimento da vizinhança. Muitos supermercados, restaurantes, galeria variada e uma constante: preços muito altos para os nossos padrões. De cara, um Big Mac a R$ 20, um sanduba do Subway de 15 cm na faixa dos R$ 18. Já sabíamos disso mais ou menos (ver na hora assusta mais) e partimos para os supermercados. No mais barato vimos coisas caríssimas e outras com preços até melhores que no Brasil. Já sabendo dos preços e trazendo duas malas com 16kg cada aproveitamos para trazer chocolates, biscoitos, doces e, fundamental: café solúvel em embalagem grande. Não é em todo lugar que tem no supermercado, e tomar cafezinho em bares é muito caro. É relativamente fácil encontrar nos hotéis um aquecedor de água.

Queria ver Mírians e Sardembergs falando da economia local, do "custo Suécia" e da inflação descontrolada. Detalhe: por aqui a presença estatal na economia está em toda parte, tipo Brasil. O "minha casa minha vida" aqui tem até apartamento alugado pelas prefeituras. Aposentadorias aos 64 anos. Educação e saúde para todo mundo praticamente grátis o tempo todo. Coisas de país socialista.






Ao longo dos relatos pretendo abordar como acho que chegaram a esse ponto e são um dos melhores países do mundo em qualidade de vida.

Dessa pesquisa fizemos nossa compra para fazer comida em casa. A cesta básica contém macarrão, tomate, cebola, batata chips (mais barata que no Brasil, assim como o MMs de 500g, o que dá uma refeição exótica), cervejas na faixa de R$ 3 a 4 a garrafa de 350ml, pão de forma, frios, suco, melão, maçãs e outras frutas mais em conta, enfim, compramos o suficiente para a alimentação básica de uma semana na base dos R$ 150. Aqui se bebe água da torneira, evitando a compra de água mineral.

Para a moeda sueca o redutor cambial é de aproximadamente 1/3 para obter o preço em reais. Exemplo: na foto a meia dúzia de ovos que custa SEK 12,95 custa uns R$ 4,30. Mais que o preço de uma dúzia no Brasil. O tomate, que na promoção custa SEK 24, sai por R$ 8 o quilo. E não tem nenhuma apresentadora de TV global daqui fazendo colar de tomates por conta disso...

O bom do apartamento alugado é que parece que estamos em casa. Espalha-se tudo com espaço, tem geladeira, fogão, microondas, internet com um wi fi muito bom (neste caso), e não tem camareira para ficar tirando as nossas coisas do lugar. Permite economias como essa de comer em casa.  O cansaço era tanto que às 9 da noite (4 da tarde no Brasil) daqui a gente foi dormir. Com o céu claro. Sem jantar nem nada. Acordamos nesta terça ensolarada no horário normal daqui. Hoje deve fazer calor, uns 22 graus.

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