sábado, 24 de agosto de 2013

Protestos : Entre mortos e feridos, Dilma sobrevive

A avaliação  "ótimo / bom" do governo Dilma cresceu de 31% para 38% segundo pesquisa Ibope publicada hoje no Estadão. Por que sua popularidade cresce enquanto governadores estão no fundo do poço? Cadê o "fora Dilma"? Quem perdeu, de fato, nos protestos de junho.

Daqui a alguns anos o idealismo tratará de dar alguma roupagem épica ao que aconteceu em junho no Brasil, mas desde já as estatísticas mostram quem morreu, ficou ferido ou sobreviveu ao clima dos protestos.

Relembrando: tudo começou com o Movimento Passe Livre lutando contra o aumento das passagens em São Paulo. Não era só pelos 20 centavos. Era todo o transporte. A população, indignada com a piora crescente da qualidade de vida nas cidades por conta principalmente da mobilidade, aderiu ao movimento. A polícia reprimiu. Mais gente aderiu. Chegou a um ponto explosivo. A mídia aderiu buscando manipular as bandeiras para um "Fora Dilma". A classe média foi às rua no oba-oba patriótico empurrado pela mídia. O movimento cresceu por todo o país. As passagens baixaram de preço. Mascarados surgem, uns para vandalizar e outros para tentar dirigir as bandeiras contra os políticos tendo ao centro Dilma.

Dilma reage com discurso à nação elogiando o movimento. Propõe 5 medidas, entre elas o plebiscito para mudar o sistema político, o que seria o sonho de quem quer mudar o modo de fazer política no país. O movimento se mostrou vazio porque não pegou essa bandeira para exigir radicais mudanças. Nem plebiscito passou, por conta dos políticos que sentiram que parte do povo nas ruas era só "tsunami cívico", sem consistência. Dilma conseguiu aprovar que todo dinheiro dos royalties fosse dedicado à saúde e educação. Mandou bilhões para obras de mobilidade urbana. Teve a oportunidade de ir à TV mostrar que seu governo tenta fazer o que as ruas pedem mas encontra obstáculos. Sob paus e pedras concluiu a etapa da Copa das Confederações com sucesso. Suas medidas econômicas maturaram, a inflação caiu, a indústria voltou a crescer, os juros devem parar de subir. Vendeu a batalha contra o corporativismo médico e vai atender às populações mais carentes.

Do outro lado, dos que tentaram golpeá-la, temos a extrema direita que quis fazer greve geral e foi um fiasco. Agora querem no 7 de setembro ocupar as paradas para pedir intervenção aos militares. Para os meios de comunicação o coice foi forte, com a denúncia da sonegação pela Globo, manifestações contra a manipulação, expulsão dos atos pela distorção que faziam, etc. Para os governadores e prefeitos sobrou a conta da incompetência, pois Dilma explicou que o dinheiro existia, e eles é que não usavam. Joaquim Barbosa, que poderia ser peça-chave numa quebra institucional à paraguaia, foi fortemente atingido por denúncias de nepotismo, investimentos irregulares, etc. O pior para a direita: o julgamento do Mensalão volta justo quando a população enxergou que Dilma não é vilã, portanto nem ela nem Lula deverão receber respingos do julgamento dos  petistas, mesmo com a Globonews transmitindo ao vivo direto do STF com comentários parciais de toda a sua força de mídia, inclusive nos demais canais.

A expectativa dos investidores melhorou, apesar de todo o agouro de mídia, e agora a atividade econômica pode começar a ser orientada pelo ambiente de juros mais baixos, que veio para ficar. Perderam também os banqueiros e rentistas, que embora ainda tenham altos retornos não terão mais a orgia de antes. 

2 comentários:

  1. Branquinho,

    Clicando no seu blog, não vejo nenhuma matéria a respeito dos desmandos do governo/bb sobre a Previ.
    Se não estou mal informado, não seria interessante o distinto colega intercalar aqui assuntos relacionados com tudo que o governo tem feito contra o maior patrimônio da América Latina, a Previ. Isso redundaria num excelente canal de denuncias contra a Instituição e também em defesa dos seus associados.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Caro Admir,

      Estou em meio a uma viagem e não tenho acompanhado a problemática da PREVI, o que farei quando retornar e com certeza colocarei o blog a serviço dos associados como canal de denúncias e propostas.

      Um abraço,
      Fernando Branquinho
      Varsóvia, 24/08/13

      Excluir