segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Maratona Báltico 2013 - 011 : Varejos de Estocolmo & região

Primeiro post do blog feito em um vôo. 
Estamos viajando neste momento de Estocolmo para Cracóvia contando com a facilidade de usar a internet wi-fi grátis do vôo da Norwegian, uma empresa norueguesa que entrou no mercado para disputar com as tradicionais e as low cost em preços. Aproveito para comentar algumas observações de varejo desses 7 dias na Suécia.
- idosos e gestantes não têm tratamento diferenciado - não vimos filas ou guichês preferenciais, nem no embarque do aeroporto;
- eficiência x dumping social - se o mercado considera o salário elevado não se busca preferencialmente saídas políticas para baixar os ganhos ou direitos dos trabalhadores. Investe-se em tecnologia para supressão de mão-de-obra. O auto-serviço é a norma geral. Agora mesmo no aeroporto fizemos o check-in sem passar por nenhum funcionário. Até a entrega de malas é o passageiro quem faz.
- se nos primeiros dias ficamos com impressão de Estocolmo ser uma cidade de jovens majoritariamente louros e saudáveis, bastou começarmos pegar transportes  coletivos e ver que há uma hetereogeneidade bem maior. A presença de descendentes de indianos, de árabes, asiáticos, africanos e de outras nacionalidades européias está em toda parte. Na área turística é que temos mais homogeneidade.
Mar Báltico - Sul da Suécia
- a licença-maternidade e/ou paternidade é de um ano e meio. Sim, o pai também pode requerer a licença remunerada, ganhando menos.
- há dois canais de TV estatais e 2 privados abertos. Vimos pouca TV, e não chegamos a ver programas de entrevistas, debates, novelas. Tem muito documentário. Nas estatais não há anúncios.
- a presença do rei, rainha, família real, só é notada nos tablóides, que se espelham nos britânicos para fofoca.
- nos jornais que vimos (e pudemos entender algo) em Estocolmo o foco é local. Pouca coisa do resto da Suécia e do mundo.
- as únicas coisas brasileiras que vimos foram a depilação (Brazil wax) e um anúncio de promoção de supermercado com carnes do Brasil.
- não adianta procurar pelo Brasil Bar porque ele é um escritório em Gamla Stan que promove festas e outros eventos, como o cruzeiro marítimo previsto para  setembro com shows de Jair Rodrigues e grupos de samba.
- a noção de subúrbio é muito diferente da nossa, pois um bairro longínquo, com metrô ou trem confortáveis, é uma opção às vezes melhor que morar próximo ao centro.
- carro para quê? Com ciclovias que funcionam, sistema de locação de bicicletas (público e privado), sistema de transporte público integrado relativamente barato e de uso ilimitado (barco, trem, metrô, ônibus, VLT) atendendo num raio de 100 km como região metropolitana, distribuição de estações e pontos de ônibus que colocam o usuário próximo ao sistema, não há necessidade de ter veículos.
- ônibus usam biogás, que vem da reciclagem de lixo orgânico.
- o sistema habitacional é um caso de estudo. Se você quiser um apartamento alugado pela prefeitura tem que entrar numa fila que pode durar anos. Uma vez contemplado o aluguel inclui água e manutenção e até renovação. No setor privado os prédios são feitos em terrenos cedidos pelo Estado e o proprietário na verdade tem o direito às chaves. Todos são administrados por empresas. Não vimos porteiros em nenhum prédio.
- os bancos servem apenas para se obter empréstimos e as tarifas para manter uma conta corrente são pesadas. Praticamente tudo se paga em terminais. Banco é só banco, não supermercado como no Brasil.
- não tem salário mínimo legal, e boa parte dos direitos dos trabalhadores é garantida por acordos firmados entre patrões e centrais sindicais. Um trabalhador pouco qualificado ganha de 3 a 4 mil dólares mensais. Há auxílio-desemprego de 6 meses.
- não vimos bairro ruim em Estocolmo, mas o conceito deles para qualidade de moradia não tem foco na segurança, como no Brasil, ou na degradação, que praticamente não acontece porque o morador praticamente não manda no seu prédio e a renovação é uma forma do locador aumentar os preços do aluguel. Bairro bom é o que tem mais serviços, como creches e escolas públicas de qualidade, lavanderias comunitárias, bons supermercados, proximidade de florestas e rios, marinas, etc.
- em termos de local para o turista conhecer a cidade o melhor ponto é onde estão os principais hotéis, próximos às estações centrais de trens e metrô. Num raio de 3 km se visita quase tudo.
- Estocolmo pode ser visitada no mínimo em 3 dias. O adequado seria 4 dias. Num deles fazer a visita aos museus e passeio de barco com o Stockolm Card e nos outros 3 dias usar o cartão 72h de transportes da SL para ir direto a focos de interesse, como parques, shoppings, etc.
- O Stockholm Card valeu a pena para nós. Visitamos os museus Vasa (arqueologia de um barco afundado no século XVII, muito interessante), Skansen (museu vivo, onde artistas fazem papéis de habitantes da época dos cenários reais, casas inteiras mobilidadas, etc. ), Histórico (visão geral da história sueca, bem didático, com poucos objetos e nada de arte e algo de Vikings), Palácio Real (aposentos da família real), Tesouro da coroa (pequeno mas interessante, no Palácio Real), Museu Nobel (pequeno, porém com terminais de acesso a toda a informação sobre os laureados e uma exposição sobre a paz mundial. Fechamos o roteiro com um passeio de barco pela região do porto (o cartão não contempla o passeio sob as pontes no centro histórico, que é mais caro) e o original passeio em uma cápsula subindo ao teto de um ginásio em forma esférica, o maior do mundo nesse tipo (Skyview). Além disso usamos e abusamos de transportes , inclusos no pacote, por 24 horas.
- Na casa de amigos experimentamos bacalhau fresco cozido, muito bom e diferente do que chega ao Brasil, pois não é salgado e não forma lascas. Se for grelhado pode ficar mais próximo do português.

Estamos chegando a Cracóvia. Cancelamos no roteiro os passeios da Noruega porque exigem, em especial na região de Bergen e fiordes, tempo muito bom para termos as melhores paisagens. Antecipamos a rota em 5 dias e vamos tentar ainda ir lá na volta. 

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