segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Brasil : crescer ou não crescer, eis a questão.

Ontem vi na TV, tarde da noite, uma entrevista com o presidente do quase extinto DEM, falando das perspectivas para 2010. Além de dizer que o discurso ético do partido continuaria, apesar dos panetones do governo do DF, teceu críticas ao atual governo em dois pontos relevantes:

- não acredita em crescimento sustentável de 5% ao ano, pois logo viria a inflação pela exaustão da produção interna e pela falta de investimentos em infra-estrutura que garantam energia, por exemplo;
- os gastos públicos estão aumentando, e será necessária uma política de austeridade para contê-los e para carrear mais recursos para investimentos.

Sobre as críticas ao crescimento, faltou dizer (e o Meireles sabe mas fica na dele para manter os juros altos) que o mundo inteiro está com máquinas paradas esperando alguém mandar produzir, e que importar está muito barato, logo não haveria escassez mesmo com aumento de consumo e de demanda por bens de capital, mantendo os preços em patamares próximos dos atuais mesmo com o crescimento acelerado. As obras de infra-estrutura do PAC em energias, portos, aeroportos, ferrovias e estradas ficarão prontas por volta de 2012, assegurando a continuidade do crescimento, e com o aumento do PIB e da arrecadação, novos investimentos poderão ser feitos.

Quanto ao desequilíbrio nos gastos públicos, até outro dia nossa macroeconomia tinha uma exacerbada preocupação com o Risco Brasil, que mediria a sensibilidade do investidor estrangeiro ao risco de aplicar aqui, e esse índice se inflava se houvesse dúvidas na capacidade do país honrar compromissos. Hoje o risco anda na faixa dos 200 pontos, o país tem indicação para investimento pelas principais agências de medição de risco, cobra IOF nas operações com capital estrangeiro e mesmo assim está chegando muito dinheiro de fora por aqui. Parece que o discurso das nossas aves agourentas (ou de rapina mesmo) da oposição não bate com o que os gringos pensam, e olha que eles não jogam dinheiro fora nem gostam de correr riscos.

Trocando em miúdos: se o DEMo e seus aliados tucanos chegarem ao poder, teremos demissões em massa e sucateamento da máquina pública, mais bandalheira de privatizações e fim dos programas sociais que melhoraram a vida de milhões de brasileiros. E ainda querem fazer discurso sobre ética...

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