Hoje vi o carnavalesco Joaozinho Trinta na Record News dizendo que os bicheiros que patrocinam algumas escolas de samba cariocas são mais honestos que os políticos. Fazia menção a uma briga interna da Quadrilha do Panetone, que queria dobrar o valor do patrocínio à Escola de Samba Beija-Flor, de Nilópolis, como forma de superfaturar o apoio ao desfile que terá como enredo os 50 anos de Brasília. Segundo matéria do Estadão de ontem , deputados mensaleiros queriam passar de R$ 3 milhões para R$ 6 milhões o contrato, através da intermediação com o instituto mantido por Joãozinho Trinta. O acordo acabou sendo feito por R$ 3 milhões direto com a Beija-Flor, e uma parcela de R$ 1,5 milhões foi paga em setembro.
sexta-feira, 18 de dezembro de 2009
DF : Desfile dos 50 anos de Brasília pela Beija-Flor sob suspeita
O carnaval carioca funciona à base de patrocínios institucionais. Poucas escolas vão à Marquês de Sapucaí com temas que não tenham sido previamente acertados com empresas e governos. Até a Venezuela já patrocinou a Vila Isabel, ganhando o carnaval com enredo sobre Bolivar. Esses patrocínios são feitos de forma obscura, já que é impossível licitar entre as escolas o menor preço para um objeto impossível de descrever e quantificar com alguma precisão. A coisa é feita sem licitação mesmo, e aí, entra desde o superfaturamento a ingressos gratuitos e até passagens para autoridades e suas famílias desfilarem na avenida.
Se a Quadrilha do Panetone não for afastada do poder e não tiver cada contrato vasculhado pelo judiciário (Tribunal de Contas do DF não vale, já que faz parte do governo), poderemos ter nos festejos dos 50 anos de Brasília a maior derrama de propinas que o país já assistiu. Imaginem a quantidade de shows, desfiles, decorações e propagandas feitas sem licitação, quanto não renderão para cuecas, meias, malas e bolsas? Corremos o risco de ver, como sugeriu Joãozinho Trinta, um carro abre-alas representando um enorme panetone, e sobre ele, sambando e rindo da nossa cara, toda essa turma, cantando o Samba da Propina. Brasília não merece isso.
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