Fiquei surpreso ao ver uma pesquisa recente sobre intenções de votos para governador do Rio em 2010, constando o nome do ex-prefeito carioca César Maia (DEMO), pai do presidente nacional desse partido. Isso foi por vê-lo ainda impune, livre para ser candidato a alguma coisa, depois do escândalo da construção da Cidade da Música, um elefante branco que pousou no principal cruzamento da Barra da Tijuca, no Rio. A obra, orçada em 2002 em cerca de R$ 80 milhões, pode chegar a custar cerca de R$ 670 milhões para ser concluída.
Em janeiro de 2009 a Câmara de Vereadores do Rio instalou uma CPI para apurar as irregularidades nos contratos, e apurou que cerca de R$ 114 milhões foram gastos em pagamentos de reajustes por causa de várias paralisações por falta de recursos. O pagamento ao arquiteto autor do projeto teria sido feito em dobro. De qualquer forma, é muito estranho que uma obra de construção tenha seu valor multiplicado por 8 vezes em 8 anos.
O pior é que Maia planejava arrendar a Cidade da Música por um valor equivalente a 0,2% do valor gasto. E a coisa demorou tanto, que o Theatro Municipal fez 100 anos, foi totalmente remodelado e dificilmente a Orquestra Sinfônica Brasileira sairá de lá para ir para um prédio inadequado, enterrando de vez a finalidade maior da Cidade da Música.
Originalmente, a Cidade da Música se chamaria Roberto Marinho, cuja fundação rachava a conta da obra com a prefeitura de Cesar Maia. Vendo que o descalabro estava grande, pediu à prefeitura para tirar o nome do patriarca dos Marinho da obra, e passou a fulminar César Maia e o DEMO. Ou alguém acha que se a Fundação Roberto Marinho não tivesse sido golpeada pelo DEMO seus apresentadores estariam apresentando qualquer matéria alusiva aos panetones brasilienses sem o título "o escândalo do mensalão do DEM", como fazem a cada noticiário?
O relatório da CPI será enviado ao Ministério Público pedindo o indiciamento de César Maia, vários secretários, e exigindo o ressarcimento dos pagamentos abusivos.
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