sexta-feira, 25 de junho de 2010

DF: PPS corre para o PT para se salvar

Terminei de escrever sobre a debandada na base de apoio a Serra, abri o Correio Braziliense e dei de cara com a seguinte notícia: "Democratas isolados". No subtítulo : "Com o PSDB ligado a Roriz e o PPS em negociação com o PT, DEM provavelmente ficará sem aliados na disputa pelo GDF".

Vamos por partes: o DEM está liquidado após o episódio que toda a mídia chama de "mensalão do DEM". Teve um ex-governador preso e cassado, o vice sumiu da vida política, está aberta a temporada de cassações na Câmara Distrital e ainda há o risco de intervenção federal, e com ele a possibilidade de exposição de muito mais maracutaias que as conhecidas.

O ex-governador Roriz é o favorito para o governo, mas pode não ser candidato porque pode cair na malha da Lei da Ficha Limpa. Renunciou ao mandato de senador para fugir à cassação por envolvimento em vários escândalos de corrupção. Tem grande rejeição na classe média, e concentra seu eleitorado na periferia, bem mais numerosa que o Plano Piloto, onde é mais fácil a penetração da candidatura apoiada por Lula. Se não se candidatar, a eleição praticamente se resumirá à candidatura pró-Dilma de Agnelo Queiroz, do PT*, com Tadeu Filipelli do PMDB de vice, e de Toninho do PSOL, que tem a candidatura de Plínio Arruda à presidência. Serra ficará sem palanque, e os candidatos proporcionais entrarão no esquema "Dilma lá, fulano cá".

O PPS do DF, que participava do governo de Arruda, ficou sem pai nem mãe. Não quer apoiar Roriz, e resiste a se abraçar a uma candidatura a governador do DEM para não afundar junto. E ainda corre o risco da intervenção nacional, pois o presidente nacional do PPS, Roberto Freire, não aceita a debandada do apoio a Serra. Sinuca de bico.

* errata: originalmente onde havia PT estava PC do B. Agnelo foi do PC do B, mas hoje é filiado ao PT e pré-candidato ao governo do DF.

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