domingo, 12 de janeiro de 2014

YOUTROUXA 0069 : "SUS ficou em último lugar em ranking internacional"

Os EUA ficaram em antepenúltimo, atrás do Irã. Ninguém
desconfiou de nada estranho nisso? 
A elite coxinha infiltrada na categoria médica ainda não se conformou com a derrota que sofreram pelo  sucesso do programa Mais Médicos. Até que estavam quietinhos depois de tentar armar fraudes sobre receitas dos cubanos, de hostilizá-los, persegui-los, enfim, de tentar evitar que os pobres tivessem atendimento e de garantir a reserva de mercado. O Estadão de ontem tentou reviver o ódio e preconceito em editorial mas quase 80% da população apóia o programa.

A última tentativa foi basear-se num ranking do Bloomberg para afirmar que "O SUS ficou em último lugar em ranking internacional". Para dar força a essa afirmação disseram que o Brasil ficou atrás de países como Romênia, Peru e República Dominicana. O incauto trouxa que engolir isso sai replicando sem saber do que se trata.

Primeiro, a pesquisa avalia 48 de 200 países do mundo, e o Brasil ficou em último em "eficiência de saúde". Abri a tabela no site do Bloomberg e logo de cara vi os Estados Unidos duas posições acima do Brasil, em 46o lugar, e a Dinamarca em 38o lugar, perdendo para Peru, China, Portugal, Grécia, Venezuela e México, entre outros. Não precisa ser muito esperto para perceber que há algo errado no entendimento do que se está classificando.

Duvido que algum oposicionista americano saia dizendo "Obama jogou os EUA em penúltimo, atrás do Irá, dãããã"
No próprio site da pesquisa está a metodologia, que mostra que o principal peso do índice é a longevidade (60%) associada ao menor gasto para alcançá-la. Ou seja, quem consegue ter a população com maior expectativa de vida e tem o menor custo por pessoa em relação ao PIB é considerado mais "eficiente". Quem gasta mais para obter o mesmo resultado é "ineficiente". Assim, os EUA foram "penalizados" porque, em tese, gastam muito por pessoa e no total para conseguir "apenas" 78,6 anos de vida para seus cidadãos. Veja o critério:

"Cada país foi classificado em três critérios: Expectativa de vida (ponderada de 60%), o custo per capita relativo dos cuidados de saúde (30%) e absoluto per capita de custos dos cuidados de saúde (10%). Os países foram pontuados em cada critério e as pontuações foram ponderados e somados para obter seus escores de eficiência. Custo relativo é o custo de saúde per capita em percentagem do PIB per capita. Custo absoluto é despesa total em saúde, que abrange serviços preventivos e curativos de saúde, planejamento familiar, atividades de nutrição e ajuda de emergência. Foram incluídos os países com populações de pelo menos cinco milhões, o PIB per capita de pelo menos US $ 5.000 e expectativa de vida de pelo menos 70 anos de vida."

Em resumo: países onde a população já é idosa e tende a envelhecer mais tarde, com ou sem serviços excepcionais de saúde, sobem no ranking. Quem tem população mais jovem e doente, acarretando em maiores gastos com o setor de saúde, fica para baixo, porque em tese se gasta mais com cada um. No caso dos Estados Unidos, onde a medicina usa alta tecnologia, o gasto por pessoa é elevadíssimo. Os EUA não têm saúde universalizada (e boa parte dos outros países também não tem) mas duvido que haja americano, por mais obtuso oposicionista que seja, que esteja hoje fazendo palhaçada com o dado dessa pesquisa, dizendo "tá vendo, os EUA estão atrás do Irã na qualidade da saúde, dãããããããã".

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