segunda-feira, 25 de julho de 2011

Brasil : Cada vez menos concorrência e mais oligopólios

Matéria de hoje do Correio Braziliense diz que até o fim do ano o número de fusões e aquisições de empresas no Brasil atingirá um recorde, e apresenta uma tabela mostrando o nível de concentração por setores do mercado. No setor petroquímico, a concentração é de 91%; no automotivo, 85%; no comércio varejista, 80%, entre outros exemplos.


O estudo foi feito por um professor americano, da Universidade de Illinois, e um britânico. A definição de concentração, no estudo, é quando no máximo 4 empresas controlam 60% do mercado. Segundo eles, a situação não é pior porque existe a concorrência direta dos importados. Apesar das privatizações, os governos ainda determinam preços, tornando o mercado ainda mais imperfeito. Pior que isso é o governo patrocinar oligopólios, como no caso recente do apoio do BNDES à concentração no mercado varejista pela fusão (felizmente frustrada) do Pão de Açúcar com Carrefour.

Aqui vão algumas definições de mercados imperfeitos, cada vez mais presentes no Brasil:
- Monopólio : situação em que uma empresa detém o mercado de um determinado produto ou serviço, impondo preços aos que os comercializam. No caso da distribuição de energia elétrica numa determinada cidade, os preços monopolistas são limitados por decisões governamentais, por exemplo.

- Oligopólio : situação de mercados concentrados, na qual a produção se concentra em um pequeno número de firmas, que nem sempre são coordenadas. Quando há algum acerto referente aos preços que serão praticados, o oligopólio se caracteriza como um cartel. Se as empresas se unem com o objetivo de dividir o mercado, barrando e liquidando novos concorrentes, caracteriza-se como truste.

Péssimos produtos e serviços com altos preços geralmente são oferecidos por monopólios. Exemplo: distribuição de energia elétrica. Se não houver regras estabelecidas pelos governos, a ganância determinará os preços. Quando as empresas conseguem corromper ou controlar os órgãos fiscalizadores, temos bueiros explodindo, apagões, etc.

Oligopólio é exemplificado pelas montadoras de automóveis. Apesar de tudo que se fala da tributação como causa dos altos preços, há uma parcela de superlucro, o chamado Lucro Brasil, que só existe pelo acerto entre os concorrentes. Apenas para exemplificar, bastou começarem a chegar carros chineses por aqui, com bem mais itens que os locais por um preço muito menor, para começarem a surgir os movimentos de empresários pressionando os governo para barrar a entrada dos concorrentes, alegando desindustrialização nacional e ameaçando demitir trabalhadores. Aqui vai uma comparação entre o chinês Chery QQ e o nacional Fiat Mille, da mesma faixa de preço e potência:

"...Produzido do outro lado do mundo, o QQ – que em chinês significa ‘fofinho’ – parte de R$ 23.990, enquanto o Mille Economy, fabricado em Betim (MG), é R$ 500 mais em conta, na versão duas portas. No entanto, como o objetivo era confrontar versões mais próximas possíveis, já que o QQ só existe com quatro portas, a opção do Fiat levada em conta neste embate é também a quatro portas. Ela custa R$ 25.350 –R$ 1.360 a mais que o Chery. De qualquer forma, as versões de entrada do Mille Economy, seja com duas ou quatro portas, apresentam o mesmo nível de equipamentos, mesmo motor e dimensões.

O trunfo do QQ não é só o preço competitivo, mas também o que ele entrega como itens de série por este valor. O chinês traz de fábrica airbag duplo, freios com ABS (antitravamento), direção hidráulica, ar-condicionado, travas, vidros (das quatro portas) e espelhos elétricos, faróis de neblina, rádio CD player com MP3 e conexão USB, desembaçador e limpador do vidro traseiro, abertura interna do porta-malas e do tanque de combustível. As rodas de 13 polegadas são de aço.

O Mille, por sua vez, não entrega de série nenhum dos itens acima citados – airbag duplo, freios com ABS, faróis de neblina, espelhos elétricos sequer são opcionais e abertura interna de tanque de combustível e do porta-malas. Para equipar o Fiat com uma lista próxima à do QQ, o comprador terá que desembolsar R$ 2.075 pelo ar-condicionado e R$ 3.735 pelos demais itens (kit Top 2), elevando o preço do veículo para R$ 31.160."...

Fonte: Revista Auto Esporte - http://g1.globo.com/carros/noticia/2011/07/comparativo-chery-qq-x-fiat-mille.html




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